12 frases que NUNCA deve dizer aos seus filhos
Todos os pais querem dar a melhor educação aos seus filhos. Mas não existem receitas mágicas para criar melhores adultos. Errar é humano e não há pais perfeitos. Nem é possível evitar que, em algumas ocasiões, lhes saia da boca frases menos felizes, que podem ter um impacto negativo no seu desenvolvimento.
Muitas vezes caímos na tentação de dizer frases feitas, algumas até que ouvimos também em crianças. E que, sem nos apercebermos, desmotivam, afetam a autoestima e dificultam a relação pais-filhos. Mas não se martirize. Afinal, quem nunca se deixou vencer pelo cansaço depois de um dia de trabalho? Quem nunca desesperou com as tarefas que ainda o/a esperam em casa ou com “aquela” birra que “parece mesmo de propósito”?
“Somos humanos e é normal que cometamos erros. O importante é saber pedir desculpa, algo que custa a muitos pais. Além disso, se o fazemos, estamos a dar-lhes um grande exemplo”, explicou ao jornal El Mundo María Rueda, uma reputada psicóloga espanhola.
“Não se trata de nos retratarmos, nem tão pouco devemos compensá-los com carinho e palavras bonitas. O que fizeram é errado e devemos explicar-lhes para que aprendam a tomar melhores decisões da próxima vez. Além disso, devem saber que as suas ações têm consequências”, sublinhou ainda. Em suma: é preciso corrigir comportamentos, mas sempre de um ponto de vista construtivo e empático.
Para os especialistas, estas são as frases que qualquer pai deve evitar na comunicação com os filhos:
1. “Se não fizeres o que te mando, ficas de castigo”
As ameaças utilizam o medo e podem afetar a confiança que as crianças depositam nos pais. Para além disso, “com o nosso exemplo, estamos a ensinar-lhes que para conseguir o que querem é legítimo fazê-lo através da intimidação”, diz Rueda.
2. “Se te portares bem, compro-te…”
Por vezes, os pais utilizam este estilo de comunicação para fazer com as crianças uma espécie de chantagem emocional. Desta forma, corre o risco de que ela não aprenda o porquê de ter que fazer o que lhe pedem, mas sim que o faz para obter um determinado fim.
3. “Não tens vergonha de te portares assim?”
Tal como a expressão anterior, que promove a culpa, esta fomenta a vergonha. Alguns pais impõe a disciplina desta maneira, principalmente diante de outras pessoas, “mas é melhor evitar as críticas que não sejam construtivas ou apenas conseguirá humilhá-los e minar a sua autoestima”, argumenta Rueda.
4. “Fazes o que te mando porque eu digo e pronto!”
Nós, adultos, tendemos a pensar que somos donos da verdade absoluta, se o nosso interlocutor é uma criança. E quando a discussão chega a um ponto em que já estamos cansados de argumentar, recorremos a esta frase para a dar como terminadas. Mas ser imperativo por ser imperativo só vai minar a relação pai-filho se não lhes explica porque devem fazer o que lhes é pedido.
5. “Vais enlouquecer-me!”
“Utilizar a culpa para motivar o seu filho não é o melhor método para mudar o seu comportamento. Além disso, pode gerar impacto negativo na sua relação com eles”, afirma Rueda. “Estamos a transmitir-lhes a ideia de que os nossos problemas são culpa deles, e isso pode gerar uma grande ansiedade“, acrescenta Inma Marín, consultora pedagógica e presidente em Espanha da Associação Internacional pelo Direito das Crianças a Julgar.
6. “Não chores, não é razão para tanto”
“Muitas vezes tendemos a subvalorizar os sentimentos dos nossos filhos. Podem ter guerreado com um amigo na escola e isso para nós não tem importância, mas para eles tem e não devemos desvalorizar”, considera Marín. “Também é habitual usar a frase com a intenção daquilo que os magoa para que se sintam melhor, mas essa não é a maneira mais adequada de os ajudar. É melhor ajudá-los e consolá-los, para que saibam que quando lhes acontecer algo mau, os pais os entenderão e estarão ali para eles”, prossegue.
7. “Deixa estar que eu faço”
A mensagem que passa quando utiliza esta expressão é clara: “Não vais ser capaz de fazê-lo”. E se os pais acreditam nisso, a criança também acreditará, chegando à seguinte conclusão: “Para que é que me vou esforçar da próxima vez?”.
Ao acuarmos assim, estamos também a impedir que aprendam por si mesmos, tornando-os pessoas dependentes e inseguras.
8. “Não fazes nada bem”…
… ou “não sei quando vais aprender” são outros exemplos de frases pouco construtivas, já que “não valorizam o esforço, mas o resultado obtido”, assegura Marín. A evitar!
9. “Estou farta/o de ti”
Quando usa esta expressão, numa situação limite, não tem certamente a intenção de ferir os sentimentos do seu filho, mas é preciso estar ciente das possíveis consequências de um comentário destes. Pode fazer com que ele acredite que é algo que sente realmente, não só naquele momento mas sempre, e provocar um impacto negativo. “O amor de um pai por um filho é incondicional, e isso é algo que devemos mostrar-lhes a todo o momento”, afirma Marín.
10. “És má/mau”
“É um erro dizer isto a um filho, porque este poderá pensar: ‘Ok, sou assim e não posso fazer nada para mudar’”, explica Rueda. Os especialistas aconselham a ser preciso na hora de lhes explicar o que é que fizeram mal e a censurar as suas ações. “Em vez de lhes dizermos que são maus, é melhor centrar a atenção no que podem mudar para conseguir um resultado mais positivo. É mais construtivo usar outras expressões como: ‘Não gosto quando fazes…’ para explicar-lhes porque é que o seu comportamento não é aceitável e oferecer-lhes alternativas.
11. “És preguiçosa/o e não vais ser ninguém na vida”
As notas escolares são um dos principais focos de conflito entre pais e filhos adolescentes. Os primeiros querem que os segundos percebam que, se não estudarem, não terão um futuro risonho e que se arrependerão das decisões erradas que tomaram. Mas em vez de provocar neles uma reação positiva, este tipo de frases danificam a relação entre pai e filho, provocando nos jovens uma sensação de frustração e desinteresse.
12. “Aprende com o teu irmão”
Cuidado com as comparações! É muito fácil cair nelas quando se tem mais do que um filho. Mas há que ter cuidado, porque “geram rivalidades na família e são muito prejudiciais a longo prazo”, alerta Rueda. A criança verá o irmão como modelo que nunca conseguirá alcançar e isso afetará a sua autoestima, por considerar que os pais gostariam que fosse diferente.
Criei a Academia Educar pela Positiva, através da qual pretendo ajudar pais e educadores na importante missão de EDUCAR, com base nos princípios e “ferramentas” práticas da Disciplina Positiva, modelo educativo que mudou (para melhor) a minha vida e a relação com os meus filhos.