O babywearing parece estar na moda. Tem tido um crescendo de popularidade e aparece ligado à parentalidade com apego e ao bem-estar dos pais e bebés, com estudos a reforçarem que as crianças carregadas em porta-bebés choram menos, dormem melhor e tornam-se mais confiantes e independentes.
Mas no dia-a-dia, a prática de babywearing gera uma dinâmica própria na família, em que cada membro familiar tem a sua perspetiva.
Na perspetiva da mãe
A perspetiva da mãe é uma perspetiva holística e recorrente. O babywearing permite inúmeros benefícios para a mãe e para o bebé, a curto, médio e longo prazo. A sua atratividade leva a mãe a decidir praticar, repetidas vezes ao dia, mas sempre com o retorno de longo prazo em vista.
03h50m
Sim. Foi a primeira vez que coloquei hoje a minha filha no pano. Estamos na altura dos dentes a nascer e às vezes nem a mama ajuda a aliviar a dor. A bebé desperta e quer colo e baloiço. Assim, aconchegada no pano, adormece rapidamente e não tenho que a segurar nos braços e poucos minutos depois podemos voltar para a cama para sacar mais uns minutos de sono.
09h10m
A primeira sesta do dia, no pano, nas minhas costas. Na verdade, já lá estava há algum tempo, cerca de meia hora. Como não dormiu bem durante a noite, de manhã estava um bocado birrenta e precisava de colo.
Mas eu não funciono bem sem café. E tinha que preparar o pequeno almoço do irmão mais velho, de 3 anos, não podia andar com ela nos braços.
Assim, no pano, as necessidades do bebé estão satisfeitas porque está perto da mãe, a descansar, e eu tenho a minha autonomia, fico com as mãos livres e consigo despachar trabalho e tratar da nossa rotina matinal.
A sesta só demorou 20 minutos mas valeu na mesma.
12h00
Sesta número dois. Que timing perfeito! Deu para tratar do almoço. Junto com o irmão preparámos uma sopa que ficou pronta exatamente quando a pequena decidiu acordar. Acordou com fome, mas quando viu a sopa logo quis e só mamou depois de papar a sopinha.
15h00
A bebé está cansada. Já não quer brincar e tudo a faz chorar? Vai para pano. Primeiro numa amarração ao peito, para lhe dar alguns miminhos, para dar montes de beijinhos e abraços, depois quando já não acha graça, vai para as costas. E? Pumba! O balançar do dia-a-dia parece ter a cadência certa para adormecer bebés. Vou avançando com os meus afazeres, sempre com a minha pequena colada a mim. E? É tão bom! E nem o entusiasmo do mais velho nas suas brincadeiras a acorda.
17h00
A sesta número três já ficou para trás há algum tempo, mas o dia já vai longo e a pequena começa a mostrar sinais de cansaço, sem paciência, birrenta, sempre à procura de mimo e de colo, mas a pedir chão no momento que chega aos braços. Mas ainda é cedo para a ir por na cama. Então volta para o pano. Está por perto, sente o meu cheirinho e vê tudo à volta. Mas quando quer pode esconder a cara no meu peito e proteger-se das redondezas.
19h30
Esta até pode parecer a hora de começar a preparar o jantar, mas o dia da nossa pequena já terminou. Começou cedo, às 03h50m e às vezes até me questiono como se aguentou até tão tarde. É pequena mas já se apercebe que desta vez não é para dormir uma sesta. Já compreende que o dia acabou. E luta bravamente contra. Mas apertadinha no pano, rapidamente se acalma e não demora muito tempo a adormecer, o que é bom, porque o dia da mãe também já vai longo. Mais mimo, mas desta vez para a mãe. A birra efusiva terminou e agora dorme como um anjinho debaixo do meu nariz e parece que este amor não cabe no coração e enche-nos o corpo todo de paz, orgulho e satisfação.
Por Julia Wronikowska Nunes para UpToKids®
imagem@BasiaGladysz
2 comentários
Obrigada pela perspectiva! Estava exatamente a pensar como seria o dia a dia com o pano em casa. Tenho um miúdo com 3 anos e um agora com 4 meses. Comprei um mei tai mar estava a pensar se valia pena investir tb no pano… E se calhar vai valer a pena… 🙂
Obrigada Sara! 🙂
Os meitais são uma óptima solução! Mas o pano dá mais jeito por exemplo quando queremos cobrir o bebé e não temos manta nenhuma a mão 😉