Sei que hoje não acordaste bem. Sentes-te estranha. Nada te fica bem. Dizes tu…
Tem calma. É natural. Nem interessa muito pensarmos nas razões. Há dias assim.
Lembra-te: é quase tudo da tua cabeça. Não quero dizer com isto que não é verdade, ou que não é importante. Claro que é. Gosto tanto de ti e quero ajudar. Ou tentar ajudar.
Há dias assim. Parece que o fim de semana não foi retemperador, parece que os miúdos estão a fazer mais barulho do que habitual. O choro parece estar mais alto. Parece que a nossa canção não toca em lado nenhum.
Hoje deves fazer tudo!
Tudo o quê?
Vou ajudar-te a ires ao ginásio (nunca se falta à segunda feira), vou lembrar-te que aquelas calças de ganga e a tal blusa branca te ficam sempre a matar, vou render-me ao barulho da máquina de fazer sumos da moda e vou mandar uma mensagem à tua amiga para ela ligar, ou para se encontrarem.
Como um barco enfrenta várias correntes, também nós enfrentamos dias com ventos contra. Há que ter calma. Como dizia aquela música do Abrunhosa, lembras-te?
Não forçar até partir. Não desistir de remar. E amanhã já está um dia melhor.
Vou ajudar-te a fazeres o rabo de cavalo. O rabo de cavalo tem o condão de te dar logo aquele ar mais…
Mais quê?
Mais leve? Se já és uma nuvem…
Mais jovem? Se ainda apanhas pingos de chuva com a boca aberta…
Mais interessante? Se ainda embalas a menina com melodias das músicas do momento, mas com letras inventadas por ti…
Há dias assim. São como aquelas pessoas estranhas, capazes de sugar energia. Pessoas tóxicas, sabes? Há dias tóxicos. Mas amanhã já passou. Amanhã já está um dia melhor.
E escuta. Consegues ouvir. A nossa música… Está a tocar. Anda, enquanto o amanhã não chega, vamos contar (outra vez) aos miúdos o porquê dela ser “a nossa música”.
imageM@shutterstock
A criação do Mundo Brilhante permite-me visitar escolas de todo o país e provocar os diferentes públicos para poderem melhorar. Agitamos. Queremos deixar marcas.