Suicídio e o Valor da vida – Setembro Amarelo
Falar de suicídio não é simples. Criou-se a ideia errada de que discutir o tema poderia desencadear o desejo do acto. Até porque, por não se falar do assunto não significa que não seja uma prática comum e não o torna inexistente.
Não existem muitos dados concretos sobre o número exacto de pessoas que cometem suicídio. É ainda um assunto “tabu”, por existirem religiões que se recusam a enterrar os suicidas, por seguradoras se recusarem a pagar os seguros e por a família se envergonhar ou não ser capaz de fugir da culpa …
Em vários países este mês é dedicado à consciencialização sobre a prevenção do suicídio, por isso se fala de Setembro Amarelo.
O dia 10 de Setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
Estatisticamente sabe-se que para cada caso de suicídio há pelo menos 20 tentativas fracassadas.
Vamos falar de como nos podemos preparar para prevenir. Quais os sinais de alerta que nos podem deixar vigilantes? Falemos sobre o valor da vida. Suicídio é um fenómeno complexo, responsável por mais mortes que muitas guerras. Para entender este tema deve-se, antes de tudo, destruir preconceitos e permitir-se a experimentar e entender o sofrimento do outro.
Sinais no quotidiano podem mostrar à família ou a amigos que a pessoa está com pensamentos suicidas, ou seja está a planear a possibilidade de suicídio. A grande maioria das pessoas com ideias de morte comunicam os seus pensamentos e intenções. Dão sinais especialmente através de comentários tais como “quero morrer”, “não valho nada” “não faço falta”, ou podem ter comportamentos de despedida, como desfazendo-se de certos pertences.
Entre nós em conversas, mesmo detetando determinados sinais, interpretamos muitas vezes como chamadas à atenção, vitimizações, mas mesmo que o sejam é porque algo não está correcto, está a ferir, está a doer.
Ridicularizamos quem quer morrer e esquecemo-nos que quem quer morrer já têm uma auto-estima bastante fragilizada. Gozar ou ridicularizar só torna alguém mais vulnerável. Algumas pessoas vêm sem as carapaças necessárias para sobreviver à indiferença, alheamento e à frieza do mundo.
Gostava de fazer-vos ver que o suicídio não é apenas motivado por um episódio da vida, mas por um conjunto de situações, que trazem sofrimento. Muitos gritam por socorro! E nem todos mostram sofrer de depressão ou forte tristeza.
Muita gente acredita que o suicídio é um acto de extremo egoísmo pois quem deseja matar-se não leva em conta a perda que a família e amigos irão sofrer. É importante ressaltar que o suicida não tem interesse em magoar. Simplesmente quer livrar-se de uma dor que para ele é intolerável.
Em suma:
- O suicídio não é uma decisão livre de razões.
- O suicídio não é uma forma da pessoa querer dar nas vistas.
- Tome atenção e tente manter-se a par dos jogos dos adolescentes. Não enterre a cabeça e fale abertamente com filhos, amigos de filhos, adolescentes (por serem a faixa etária mais suscetível). Discutam os temas e comportamentos de risco … sem ridicularizar e evite ser demasiado critico … não se arme em sabichão!!!
- As pessoas que sentem vontade de se matar, em geral, não querem dar fim a vida, mas ao sofrimento que estão a sentir logo não devem ser julgadas ou tratadas como se nada estivesse a acontecer.
O Suicídio é um processo final de um sofrimento.
Como ajudar:
A nossa acção não deve pautar-se unicamente por evitar a morte, mas promover a ampliação de situações nas quais a pessoa possa sentir-se viva e ouvida. Muitos de nós deveríamos aproveitar para pôr em prática valores que nos foram transmitidos: desenvolver amor, piedade, partilha e compreensão que pode ter de transcender as nossas crenças, realidades, ideais e verdades nas quais acreditamos.
Porque “Viver é a melhor opção. Sempre”
1 comentário
Pingback: MCyrus Portugal// A vossa fonte mais interativa de informações sobre Miley Cyrus em Portugal » Happy Hippie: Setembro, mês da prevenção contra o suicídio