
10 pessoas que há em todos os supermercados
10 pessoas que há em todos os supermercados
A Chica Esperta
Nos supermercados existe uma fila expresso que se chama “Até 15 unidades”. Há umas aves raras que acham que é a fila para levar tudo o que couber no cesto pequeno. “Eu só vinha buscar meia dúzia de coisinhas” E por isso, nem sequer se dão ao trabalho de contar essas coisinhas. Depois do mal feito toca a dividir tudo em duas ou três contas, e passa de caixa rápida à caixa entupida com uma fila estupidamente grande de pessoas a bufar (incluindo eu)
A Despachada
Entra supermercado adentro e é dona de tudo. Começa a recolher o que precisa até ter os braços cheios e não conseguir ver nada para a frente. Aí apercebe-se que precisa de um carrinho. Então pega no primeiro carro mais ou menos vazio que encontra, despeja lá as suas compras e segue descontraidamente corredor fora. “Neste caso a pessoa lesada perde no máximo a moeda de 1€ do carrinho… “ – ERRADO! Perde tempo, paciência e o raio da moeda é o que menos importa numa situação dessas. É por essas e por outras que levo sempre uma criança dentro do carro.
A Malcriada
Ir ao supermercado é cansativo. Especialmente se vamos ao fim da tarde, com crianças a reboque e depois de um dia de trabalho. Mas as senhoras da caixa estão a trabalhar, e não merecem (nem são pagas para) apanhar com a má-disposição das suas dezenas/centenas de clientes diários. A malcriada faz gala em deixar toda a gente à espera enquanto fala mal com a senhora da caixa. Ou simplesmente está ao telemóvel e depois de todas as compras contabilizadas continua com seu telefonema calmamente enquanto a fila espera que pague e se ponha a milhas, porque já ninguém a pode ver, nem pintada de ouro.
A Distraída.
Estou grávida. Chego à fila de prioritários, com uma barriga que parece um balão e mais 3 crianças insuportáveis de cansaço, de fome e de sono. À minha frente uma senhora de 50 anos. Sem crianças. Sem bengala. Sem qualquer tipo de deficiência (pelo menos julgava eu) Quando ouve a gritaria olha para trás, e de repente num movimento automático qual réptil a capturar uma presa, vira-se de costas para nós e despeja o mais rápido que consegue os seus dois carros de compras na passadeira. A sério?
A Stalker
Esta toda a gente conhece: é aquela senhora que não sabe manter a distancia higiénica na fila. E quanto mais tentamos afastar-nos, mais esta senhora se chega. Damos um passo à frente e já sentimos o carrinho dela a aconchegar-nos o pelo nas costas. E enquanto tento fugir dela pergunto-me se não estarei eu a ser a stalker da pessoa que está à minha frente…
A Fuinha
Ninguém dá por ela até ser atendida e abrir a carteira. Leva consigo 1001 talões de desconto, o cartão de pontos, o da gasolina, o de cliente e ainda o dos cinemas, não vá o diabo tece-las. Pede uma fatura com número de contribuinte para as fraldas e paga à parte (às vezes dá para pôr no IRS). Outra para o material escolar e paga com um cartão da empresa. O resto das compras no nif do marido porque estão a concorrer ao carro. Apresenta-se na caixa com o catálogo de promoções da semana e confirma os preços de cada artigo ao som da leitura do código de barras. No fim, antes de pagar, saca dos óculos e apercebe-se que as bananas saíram a 0.99€ em vez de 0.49€, e tem de se anular essa entrada. Patinador à caixa 5, se faz o obséquio!
A Conversadora
Estamos na caixa à espera da nossa vez, e por algum motivo a fila não avança: possivelmente alguma das personagens anteriores a atrasar o transito. Há sempre uma senhora mortinha para que olhemos para ela para comentar o que se está a passar. O melhor é agarrar numa revista e começar a folhear afincadamente. A conversadora, às vezes, apanha-nos nos corredores e olha para o nosso carrinho e simplesmente comenta “Eu já comprei esses iogurtes e são muito bons!”. Nesta situação, esboço um sorriso e piro-me rapidamente dali! Loony!!
A boca-de-trapos
Normalmente é uma senhora debilitada, afável e delicada… pelo menos até começar a falar. Aparece com um sorriso amoroso e pergunta “Será que me pode ajudar? Ando à procura do corredor dos produtos de higiene?” e quando nos preparamos para responder remata com “É que estou com uma hemorroidal muito assanhada e preciso de um creme para me aliviar. Já não faço uma refeição sentada há 3 dias” – Menos minha senhora, muito menos faxavor!
A Mais-olhos-que-barriga
Há pessoas que não resistem à tentação de enfiar tudo e um par de botas no carrinho. Quando percebem que 1. Não querem gastar tanto dinheiro; 2. Não precisam de tanta coisa; 3. Vieram a pé e não conseguem levar tanto peso, nada mais há a fazer do que largar alguns dos artigos para trás. O gelado é supérfluo, é o primeiro a sair, fica já na prateleira dos shampoos. O leite pesa muito. Fica no chão encostado às fraldas que não incomoda. O papel higiénico ainda percorre o supermercado inteiro, mas acaba por ficar na caixa. A Mais-olhos-que-barriga, inconscientemente dá emprego a muita gente… afinal, alguém tem de arrumar estes artigos! Patinador ao corr…. Ai não, essa piada já foi!
A Jeitinhos
Depois de uma aventura de 1h pelos corredores do supermercado com 3 crianças e um bebé, mais 20 minutos de espera na fila, chega a nossa vez. Já coloquei todos os itens na passadeira. Ouço “A senhora importa-se de me dar o jeitinho? Só tenho estas pêras para passar” A Jeitinhos é assim. Aparece sem nos apercebermos, e pede alto e em bom tom mas de uma forma educada se pode passar à frente. Sem coragem para recusar lá deixamos. Passa as pêras Williams, e quando vai passar a pêra Rocha daquelas já embaladas… está sem código de barras. Mas a Jeitinhos não desiste, não deixa nada para trás. A empregada telefona para a frutaria. Dizem um código de 18 dígitos que não funciona à primeira mas apenas à terceira. Finalmente! Mas quando vai imprimir, acaba o rolo. Nisto já penso: “Maldita Jeitinhos”
Por Up To Lisboa Kids®
Todos os direitos reservados
Imagem de capa@D24am
Contamos com mais de uma centena de especialistas que produzem conteúdos na área da saúde, comportamento, educação, alimentação, parentalidade e muito mais. Acreditamos em Pais reais, com filhos reais.
Vai me desculpar mas vou usar este seu texto, que está fantastico de tão realista, nas minhas aulas para a materia que versa sobre superficies comerciais e consumidores, como introdução, no 9º ano vocacional. Vai fazer um sucesso!
Olá Angela, agradecemos que atribua os devidos créditos ao texto. Por Up To Lisbon Kids®, em http://www.uptolisbonkids.com. Todos os direitos reservados
Muito bem observado e até caricaturado mas, de facto, acontecem muitas vezes estas coisas e, não raro, é mesmo desesperante – principalmente quando se tem de esperar na caixa porque os produtos da cliente à nossa frente já foram todos registados à excepção do último artigo, por exemplo uma alface ou fruta ou outro artigo que não foi pesado e, em vez da pessoa desistir e não levar (demonstrando o seu bom civismo), faz esperar uma fila de pessoas até que alguma assistente venha à caixa para ir pesar esse artigo. É mesmo desesperante. Às vezes tenho pena de não ter jeito para “peixeiradas” mas, bem cá no fundo, era mesmo o que me apetecia fazer! Bom artigo!!!!!
Muito bom, descrição perfeita, hà sempre uma ave rara destas no supermercado