
10 pistas para pôr um adolescente a falar
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Uma das queixas que mais ouço dos pais de adolescentes, é a de que eles não falam. Os pais tentam puxar algum assunto e nada. Muitos pais (e com toda a razão) ficam preocupados com este silêncio.
Falar é fundamental. Queremos estar inteirados das suas desventuras, dos seus sonhos, mas também sabemos que falar desenvolve a consciência.
Aqui vão dez pistas para colocar os adolescentes a falar.
1 – Lembre-se, a adolescência é uma fase difícil…
Pelo simples facto de estar preocupado com o seu adolescente, isso já é positivo. Por outro lado, não leve demasiado a peito este comportamento dele, provavelmente não está a falhar como pai ou como professor.
2 – Procure falar de si, para poder ouvi-lo falar dele.
Demasiadas vezes começamos as frases com “Conta-me o teu dia…” ou “Fala-me dos teus amigos…”. É importante o esforço de iniciar as frases por “eu”. Fale dos seus problemas, fale do seu dia, fale dos seus amigos e dê o exemplo. Claro que não é desejável que se transforme num adulto “secante”, capaz de falar do passado durante horas. No entanto, se oferecer um bom assunto, pode ser que receba na mesma moeda.
3 – Enfrente as suas vulnerabilidades sempre que desejar comunicar com um adolescente.
Ao contar episódios onde mostra algum erro ou alguma fraqueza, passa a ideia de que é humano e isso é positivo. Há quanto tempo não partilha um erro?
4 – Seja curioso.
Qual é a série que o adolescente costuma assistir?
Como se chama o pai do cantor preferido dele?
Descubra isto ainda hoje e tenha um tema de conversa.
5 – Evite ser demasiado crítico em relação aos gostos do adolescente.
Não será necessário invocarmos (até porque é polémica) a expressão “gostos não se discutem”, mas se for demasiado crítico, só irá afastar o adolescente.
6 – Faça perguntas. “O quarto está desarrumado” vs “O que podes fazer para melhorar o aspeto do teu quarto?” ou “As notas estão uma tristeza” vs “ Como te posso ajudar a estudar melhor?’”. As perguntas abrem pontes. As perguntas levam as soluções.
7 – O adolescente não é o que fez, o adolescente não é uma ação.
Aprenda a distinguir “o que ele fez”, daquilo que “ele é”. Lembre-se: quanto melhor fizer esta distinção, mais hipótese está a dar ao adolescente de se desenvolver de forma saudável.
8 – Tenha os seus valores bem claros.
Se puder, escreva-os. Um adulto com valores (definidos e escritos) consegue educar melhor.
Um adolescente com valores, estará mais apto a comunicar.
9 – Se tiver demasiados constrangimentos, defina alguém de confiança para o ajudar a abordar as questões da sexualidade com o adolescente. Entendas as razões profundas das suas limitações sobre este tema. Se fizer esta reflexão, vai ficar um pouco mais apto para falar.
10 – Reescreva “O Principezinho” mas desta feita com um adolescente em vez de uma criança.
A criação do Mundo Brilhante permite-me visitar escolas de todo o país e provocar os diferentes públicos para poderem melhorar. Agitamos. Queremos deixar marcas.