Dia da mãe – Vale mimar-me
Começamos logo de manhã. Corre para aqui, corre para ali. Prepara isto, pensa naquilo, faz malabarismos para encaixar todas as atividades extracurriculares, o nosso trabalho, os tpcs, a comida saudável, os banhos, as horas a que os miúdos precisam de estar na cama. Ufa!
Só quando aterramos no sofá, é que notamos como estamos exaustas. E dois segundos depois, já estamos a programar tudo o que é preciso para o dia seguinte. A nossa cabeça parece o gabinete da direção de uma multinacional. Uma autêntica loucura.
Sinceramente, não sei onde vamos buscar a energia. Não sei onde vamos buscar tanto amor e colo para dar aos outros. Não sei como conseguimos ter na cabeça frações complicadas, e onde estão as bolachas na despensa. Mas sei como me sinto exausta e zangada se não cuido de mim. Foi algo que fui notando com curiosidade. Percebi que não consigo ter tanta paciência quando estou esgotada. Que me zango mais facilmente. E que muitas vezes, depois do calor do momento, percebo que não era nada daquilo que queria dizer ou fazer.
Instruções
As instruções de segurança nos aviões são muito claras nos procedimentos a seguir. Primeiro, temos de colocar a máscara de oxigénio em nós, e só depois ajudar as crianças. O mesmo devia acontecer na parentalidade. Só conseguimos dar, se tivermos algo para dar. Caso contrário, estamos em esforço contínuo. Em desgaste contínuo.
Uma mãe precisa de cuidar de si. Cuidar sem culpa. Precisa de descansar, carregar a pilha, sentir-se inteira para ser capaz de cuidar e dar aos outros. Além disso, uma mãe ao cuidar de si, inspira nos filhos o autocuidado e a auto-valorização.
Pensei com carinho, no que te podia oferecer para começares a cuidar de ti. Pouco a pouco. A mimares-te como mereces. A sentires como faz toda a diferença. Que isto do “cuidar de mim”, não faz de ti uma má “mãe”, mas sim uma mãe humana.
Pensei e decidi dar-te momentos. Momentos de auto-mimo para cortares, usares e mimares-te.
Lembra-te, vale mesmo a pena cuidares de ti todos os dias, e não só no dia da mãe.
Em 2011, nasceu o pequeno catita, o que a levou a investigar uma parentalidade com base no mindfulness, promotora de uma autoestima saudável, e que constrói uma relação única entre pais e filhos.