Crianças! Crianças daqui, crianças dali, crianças de lá. Umas são portuguesas, outras, inglesas, turcas ou chinesas.
Umas vivem nos países onde nasceram, outras vivem nos países onde os pais trabalham ou escolheram viver. Umas falam uma língua, outras falam duas ou três línguas e outras ainda estão a aprender a falar.
Tanto mundo, tantas crianças, tantas culturas, tantas formas de pensar e viver, tantas formas de falar e comunicar.
Mas e quando crianças de diferentes nacionalidades e com diferentes línguas se juntam no mesmo espaço?
Mas e quando temos que trabalhar com crianças que não falam a mesma língua que nós?
O que acontece? O que fazemos? O que vai acontecer?
Na cabeça dos adultos, surgem de imediato estas e muitas outras questões, criam-se de imediato, na nossa cabeça, um conjunto de dilemas teórico-práticos, que não sabemos bem como resolver.
Como é que nos vamos entender?
Será que a ou as crianças vão interagir?
Será que vão estar bem-dispostas e felizes, ou tristes porque não se conseguem entender?
E a criança que fala uma língua diferente das restantes e de nós próprios? Como é que vai pedir água se tiver sede, como é que nos vai dizer que tem fome ou que tem que ir à casa de banho?
Será que vai entender e aderir às nossas propostas de actividades?
9h30, Sexta-feira! As crianças chegam!
Abrimos a porta da sala e começam as actividades.
Nós adultos sempre observadores, tentando comunicar com a criança com gestos e modelando as brincadeiras, fazendo tudo o que está ao nosso alcance para que a criança que não fala a mesma língua que nós, se sinta acolhida e que passe connosco um bom momento.
Mimo, brincadeiras, música, pinturas e gargalhadas.
E com naturalidade, as crianças começam a interagir, a brincar e a cooperar. Elas não partilham a mesma língua, mas isso, não parece ser um problema para elas. Rapidamente e sem esforço, elas encontram um conjunto de coisas, que ultrapassam qualquer barreira linguística, a partilha de emoções e a amizade, através da brincadeira.
Por norma, as brincadeiras sociais, começam a desenvolver-se à medida que a criança vai desenvolvendo as suas competências de comunicação, nomeadamente a linguagem, por volta dos dois anos de idade, mas a comunicação não se resume à linguagem e portanto, ao uso da palavra. A comunicação também é gestos, expressão facial, corporal, silêncio, emoção e afecto. E as crianças, na sua forma simples de viver e sem complicações, sabem na perfeição, como misturar todos estes ingredientes e o resultado é:
Brincar!
Sim! É desta forma que as crianças independentemente da sua língua materna, tornam comuns pensamentos, ideias, e até regras, porque afinal, é a brincar que a gente se entende.
Por Isabel Cunha, Gymboree Dolce Vita Tejo,
para Up To Lisbon Kids®
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O Gymboree surgiu em 1976 com uma ideia: promover o rápido desenvolvimento do corpo e mente da criança, ao mesmo tempo que se prepara para a vida.
1 comentário
Gostei de ler pela simplicidade e profundidade.