A Ciência da FELICIDADE- ensine o seu filho a ser positivo

Estamos mesmo a tempo de parar e refletir sobre a nossa postura face a tudo o que nos rodeia. Parece que a almejada felicidade que todos sonhamos para nós e para os nossos filhos, passa por um caminho que podemos fazer! Precisamos de seres humanos mais positivos e, por conseguinte, mais criativos, com bom sentido de humor, mais tranquilos e capazes de identificar mais oportunidades nas suas vidas.

Sabemos que pessoas mais positivas e felizes são mais produtivas nos seus trabalhos, estabelecem relações mais profundas e estáveis com os outros, são mais solidárias e saudáveis.

Vamos, então, ajudar os mais novos a combater a negatividade que tanto limita o nosso potencial de crescimento e afeta as relações que estabelecemos com o mundo. Não é preciso inventar a roda, para sermos mais positivos precisamos apenas de encher o nosso dia-a-dia com boas experiências, das pequeninas às maiores, tudo conta para que grão a grão encha a galinha o papo!

Eis um cérebro negativo:

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Se reparar, neste cérebro cheio de “negatividade”, não existe espaço para boas experiências. É tão versado em situações negativas que se torna especialmente hábil a ver apenas negativo à sua volta e as boas experiências não só não têm lugar, como dificilmente são reconhecidas na sua linha de horizonte.

E agora, um cérebro positivo:

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De forma inversa, um cérebro carregado de experiências positivas limita o espaço para experiências negativas e fica muito mais apto a encontrar oportunidades, onde outros avistam fracassos.

Posto isto, escolher entre viver o positivo ou sobreviver ao negativo é uma escolha que acarreta, ainda assim, algum esforço pessoal, uma vez que herdamos dos nossos antepassados uma tendência negativista que nos molda o cérebro. A necessidade constante de estar alerta para os perigos e antecipar onde estariam os tigres escondidos foi fundamental na proteção e sobrevivência da espécie. Contudo, nos dias de hoje, esta tendência negativista é muito mais  bloqueadora do que promotora de potencial evolutivo. A parte positiva é que, com trabalho, podemos contraria-la!

Positividade ​a la carte:

1) Agradecer: é relativamente comum estarmos focados naquilo que não temos e darmos por adquirido aquilo que temos; quando assumimos esta posição é também fácil sentir permanente insatisfação e negatividade, porque a galinha da vizinha é sempre maior que a minha! Apreciar e valorizar tudo aquilo que temos e conseguimos até ao momento cria em nós um sentimento de harmonia e reduz a sensação de estarmos sempre com algo em falta. Ajude o seu filho a pensar e a enumerar as muitas coisas que tem e já conseguiu, seja uma cama fofinha onde dormir à noite, uma refeição quente quando tem fome, um copo de água quando tem sede, a possibilidade de correr, a capacidade de imaginar um mundo de brincadeiras infinitas, o facto de ter uma família que o ama e faz tudo para que seja feliz… a lista pode ser mesmo infindável quando olhamos com o nosso “cérebro verde”, ao invés de um “cérebro vermelho”.

2) Rir: recomenda-se para todas as ocasiões e não, apenas, para quando o rei faz anos! Quantas vezes por dia comunica através do riso? Afogados na correria do dia-a-dia, muitas vezes esquecemos de rir e tornamo-nos demasiado sérios. Quando rimos estamos a emitir uma expressão positiva, a aliviar a tensão muscular, a diminuir o stress e a ansiedade, a reforçar o nosso sistema imunitário e até a diminuir a dor. Sempre que rimos o nosso sistema cardiovascular ativa-se, pelo que tanto a frequência cardíaca como a pressão arterial aumentam, o que eleva o fluxo de oxigénio no sangue, bem como o fluxo sanguíneo nos órgãos; depois das artérias tanto dilatarem, a pressão arterial e a tensão muscular diminuem até que perdemos a força de tanto rir! Lembra-se da sua última barrigada de riso? Ensine o seu filho a rir, a rir dos seus próprios erros, a rir com as suas dificuldades, a rir de momentos embaraçosos… o riso torna a vida mais leve, para além dos múltiplos benefícios para a saúde em geral. Sempre que ri pinta o seu cérebro de verde!

3) Ajudar: dar sem esperar nada em troca, oferecer um sorriso, um abraço ou mesmo uma mãozinha é mesmo muito gratificante. É nestes laços solidários que vamos criando com as pessoas (pertençam ao nosso mundo de conhecidos, como ao mundo dos desconhecidos) que constatamos muitas vezes o nosso valor, pelo que, quando cuidamos dos outros, estamos igualmente a cuidar de nós e da nossa existência. Ensine o seu filho a fazer diariamente algo por alguém… seja ouvir com atenção alguém está ávido de falar, seja ceder o lugar a alguém com menos vitalidade, seja fazer um recado importante, seja carregar um saco de compras a alguém que está muito carregado… é no detalhe que o seu 3 filho se evidencia por fora mas, sobretudo, cresce por dentro. É neste crescimento interno que semeamos mais positividade no cérebro.

4) Reciclar pensamentos: nada como centrifugar pensamentos negativos, até porque pensamentos são processos electroquímicos que acontecem na nossa cabeça e, muitas vezes, de forma bastante diferente da realidade. Deixar ser, ao invés de pensar como deveria ser… uma vez que pensar de forma negativa é muito mais corrosivo do que benéfico! Quantas vezes nos focamos apenas nos detalhes negativos das situações, generalizamos situações como se fossem a base de toda a realidade, tiramos conclusões precipitadas, amplificamos experiências ou vivemos aprisionados com os “deves” e “não deves”? Ensine o seu filho a reciclar pensamentos e a libertar-se do tóxico: sempre que for assaltado por um pensamento negativo, registe e tentem reformular em conjunto, acrescentado algo positivo. Ex. “Eu não sou capaz de...” para “Eu tenho tido dificuldade em fazer___, mas vou continuar a tentar e aos poucos conseguirei sempre fazer melhor… afinal se fosse fácil todos o fariam!”.

5) Desbloquear problemas: por vezes ficamos encalhados numa situação que nos cega a racionalidade, esconde soluções e paralisa a nossa ação. Lembre-se que existe sempre um caminho para seguir perante um problema: comece com uma pausa, respire profundamente e, quando estiver mais calmo, esboce um plano de hipóteses para começar a dissolver o problema. Aqui o objectivo é mudar o foco do nevoeiro negativo que paira na nossa cabeça, para um olhar atento na procura de soluções. Ajude o seu filho a definir problemas, criar planos, implementar os diferentes passos e depois a avaliar resultados. A excessiva preocupação não impede a ocorrência de problemas, apenas limita a vivência positiva e quando algo acontece, é na busca ativa de soluções que cultivamos positividade.

6) Assumir o comando da vida: percebendo que temos um papel ativo na nossa vida (podemos mudar e criar) e abandonando o nosso lado passivo que sofre pelo infortúnio do destino. Encontrar culpados para os nossos problemas, ou dificuldades, apenas serve para nos vulnerabilizar e limitar no nosso potencial de transformação da realidade. Não deixe de lembrar o seu filho que é ele quem escolhe a forma como sente e reage a realidade, bem como, também é ele que pode fazer algo para a mudar algo negativo para positivo. Se podemos escolher… porque não escolher o positivo?

7) Experimentar coisas novas: aumentando o nosso repertório de bem-estar ou identificando facilmente aquilo que não nos faz bem e não queremos repetir. Muito mais positivo do que um conjunto de bens materiais novos é o impacto de experiências na nossa vida. Vivenciar experiências é criar memórias, um álbum de fotografias que faz a diferença na hora de ver e sentir o mundo que nos rodeia. Estimule a vivência de novas experiências na vida do seu filho: um passeio num local desconhecido, o contacto com artes diferentes, uma conversa com alguém de outra cultura, a criação de algo fora da sua 4 zona de conforto, a participação num projecto social, a conquista de um desafio jamais imaginado… várias são as possibilidade de colorir o positivo dentro de nós.

8) Apreciar as experiências: o mindfulness, ou a consciência momento-a-momento, é a arte de saborear profundamente tudo aquilo que fazemos. Dirigindo a nossa atenção para o momento presente, sorvemos plenamente o aqui e o agora, retirando um partido único da atividade com que estamos implicados e intensificando a memória da experiência, quando ela já faz parte do passado. Ajude o seu filho a usar todos os seus sentidos sempre que experiencia algo. Como seria ver​, reparando em todos os pormenores, cores e efeitos; como seria tocar sentindo todas as texturas, temperatura e peso; como seria cheirar tentanto decifrar todos os aromas; como seria ouvir discriminando todos os sons e melodias; como seria degustar sentindo todos os sabores, temperaturas, consistências… já pensou em aplicar a atenção plena às boas experiências, amplificando o impacto do positivo que elas nos proporcionam?

9) Modelar: a melhor forma de ensinar o seu filho a ser positivo é ser positivo! 🙂 Se implementar a positividade no seu dia-a-dia vai contagiar os que estão à sua volta, nomeadamente o seu filho, que cresce rodeado de boa energia e percebendo que a felicidade é um caminho e não uma meta; é um processo que se constrói passo a passo, em pequenas coisas, todos os dias!
Um pensamento positivo pela manhã pode mudar todo o seu dia, uma mudança diária pode mudar toda a sua vida…
Seja positivo, fica o desafio a toda a família!
Por Vera Barroso, para Up To Kids®
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imagem@hcgamer

 

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