A maternidade tem muitas coisas maravilhosas.
A maternidade é um estado bonito, de emoção e de uma sensação quase mágica? Sim, por norma, é!
A maternidade desperta, regra geral, o melhor de cada um de nós.
Como se perante uma grávida em fim de tempo todos nós nos sentíssemos mais pequeninos, como se ela estivesse envolta num estado de graça. Sim, a maternidade é um estado de graça. Muitas vezes à custa de olharmos para a beleza inerente à maternidade, deixamos muitas grávidas desamparadas, sem colo, quase que num estado entre a culpa e o medo. Isto porque, se calhar, não se sentem assim tão inundadas por esse estado de graça que todos acham que deveria estar.
Às vezes, quando uma mulher está grávida, parecemos esquecer-nos que continua a ser mulher.
Especialmente em gravidezes de primeira viagem, onde a mulher está a descobrir aos bocadinhos o que é ser Mãe e que, nem sempre, todos os dias são assim tão solarengos. E, muitas vezes, quando a família e os amigos ligam para essa mulher a primeira coisa que perguntam é “como está o teu bebé?”. Por muito que todos o façamos com o maior dos carinhos, atiramos a mulher para segundo plano, para dar primazia ao bebé. Estas questões podem criar a sensação de uma certa solidão na mulher. A mulher dá o melhor pelo bebé, mas muitas vezes, não serenamos o coração da mãe. Não acalmamos os seus medos. Quem parece preocupar-se com a Mulher quando ela está grávida?
Parece só haver o “como está o teu bebé?”.
E quando, quase a chegar à hora do parto a mãe está muito assustada pelo bebé, mas também por si, as mães também tem medo do parto em si. É um momento intenso, às vezes, avassalador e absolutamente desgastante que implica mudanças corporais profundas e uma resistência fora do vulgar.
Mas, com quem partilha a futura mamã esse medo?
É como se achássemos que as mulheres têm um suporte básico de sobrevivência ao parto, mas, mesmo que o tenha, ela precisa de partilhar a suas angustia e os seus medos
A seguir nasce um bebé.
Muitas vezes, damos muito pouco apoio às recém mamãs. As mães não encontram um espaço para si próprias, e todas as mães precisam de tempo para si. Para se encontrarem, se equilibrarem e conseguirem ser mães.
A maternidade tem muitas coisas maravilhosas.
Mas o nosso desejo secreto, é que um dia, as recém mamãs tenham todo o apoio que elas merecem. Que um dia, as recém mamãs sejam ouvidas e que lhes seja dado o colo para todas as suas angústias. Assim, damos valor àquilo que sentem enquanto Ser individual para que um dia, todas as mulheres continuem a ser mulheres mesmo depois de serem mães.
Por Cátia Lopo & Sara Almeida
No mundo infantil, a Escola do Sentir prima e anseia por uma educação holística, focada na criança/adolescente, alicerçada numa intervenção com pais e numa forte vertente de intervenção social e comunitária.