
A minha maternidade não é igual à tua
A minha maternidade não é igual à tua, nem igual à de ninguém.
A minha maternidade é uma maternidade simples. Não vivo obcecada com a opção pela amamentação em exclusivo ou pela opção pelo leite adaptado, não defende o uso de fraldas descartáveis ou fraldas orgânicas, não alimenta a polémica da pratica ou não do co-slepping.
A minha maternidade adapta-se às necessidades e gostos de cada filho. Não são só alegrias nem só tristezas, não é um sentimento único e imutável. É indescritível.
Tento ser e fazer o melhor que consigo e não julgar os que fazem ou sentem diferente.
A minha maternidade não é o que se vê nos filmes. Todos os dias me esfrega na cara que tenho que continuar haja o que houver porque isto não é um round trip ticket e por isso às vezes é assustadora mas também estimulante. E não! Não é só amor. Tento aceitar as emoções e os sentimentos sem negação, sem julgamento, sem culpa, assumindo que às vezes estou triste e cansada, que tenho medo mas que nunca vou gostar menos dos meus filhos por isso.
Na maternidade tende-se a ter medo de assumir outros sentimentos porque a sociedade nos convence que na Maternidade só o amor pode existir sem dar lugar a outros sentimentos. Mas não há nada de errado quando me irrito. Estou cansada e sem paciência mas não sou menos Mãe ou pior Mãe por isso. Não sou a Mãe das telas de cinema – eu falho, erro e fracasso, mas tento superar os erros e falhas de forma serena, não com o objectivo da perfeição mas com o mesmo objectivo da lagarta que vira borboleta – uma metamorfose materna à procura do seu melhor.
A minha maternidade não é igual à tua, nem igual à de ninguém. Aceito a minha sem procura de modelos ou padrões. Aceita a tua sem medos.
Assumir o que somos e como somos, é o que define a nossa maternidade, é o que nos define como mães.
Ter-vos aqui comigo a dividir momentos da minha vida e da vida dos meus filhos, a lerem esta construção cheia de amor e erros deste que é o desafio de ser mãe de alguém, é muito bom.