
A timidez nas crianças. Afinal o que é a timidez nas crianças?
A timidez nas crianças
Encontramos muitos pais que se questionam e preocupam com a timidez dos seus filhos. Dizem que os filhos não conseguem olhar nos olhos, que qualquer palavra só tirada a ferros. Que estão muito metidos consigo próprios. Que não conseguem falar com estranhos, nem mesmo num café para simplesmente pedirem a sua torrada… Um conjunto infindável de pequenas grandes coisas que vão condicionando a vida dessas crianças e preocupando os seus pais.
O que afinal a timidez?
A timidez pode ser definida como um desconforto ou inibição em situações de interação pessoal, que interferem na concretização de objetivos pessoais, profissionais ou sociais.
Pode comprometer de forma significativa a realização pessoal. Constitui-se num fator de empobrecimento da qualidade de vida, mas, por si mesma, não é considerada como uma perturbação.
Passa a ser problemática quando inviabiliza o normal funcionamento da pessoa, das suas atividades, compromete relações pessoais e diminui a qualidade de vida.
O que está na base da timidez é que pode ser problemático ou indiciar questões que precisam ser resolvidas, por exemplo:
- Medo de falar;
- Medo do desconhecido;
- Falta de autoestima;
- Dificuldade em fazer e manter amizades;
- Dificuldade nos relacionamentos sociais;
- Ou qualquer situação traumática que pode não ser consciente….
Num grau moderado, todos os seres humanos são, em algum momento de suas vidas, afetados pela timidez. Esta funciona como uma espécie de regulador social, inibidor dos excessos. A timidez funciona também como um mecanismo de defesa que permite à pessoa avaliar situações novas através de uma atitude de cautela e buscar a resposta adequada para a situação.
Fisiologicamente parece estar ligada à amígdala (responsável pelas emoções ligadas ao medo e à ansiedade) e ao hipocampo que fazem com que as pessoas se sintam constantemente ameaçadas e de forma mais intensa do que outras pessoas com um nível de atividade regular destas zonas cerebrais.
É muito importante que os pais procurem ajuda no momento em que reconhecem que esta característica já está a comprometer a qualidade de vida dos filhos.
E mais importante ainda é que diariamente incentivem as crianças a vencer esse medo e a entrar em relação.
Seja com os senhores do supermercado, seja com os do café que a família frequenta, tudo são boas ocasiões para lhes pedir que paguem a conta, peçam a fruta, etc. Que desmistifiquem esse movimento de se dirigirem aos outros, para que seguidamente possam ir estando mais preparados para o fazer com os colegas da escola e com os professores.
Uma criança excessivamente tímida vai ficar bloqueada nas suas competências de relacionamento interpessoal. Isso vai ser prejudicial ao seu desenvolvimento.
Precisamos de os apoiar e ensinar como fizemos para eles começaram a andar ou a falar. Isto para que não fiquem isolados e sem vida social. Convidar amigos para programas de fim de tarde ou fim-de-semana, conhecer os pais dos seus amigos de escola, providenciar atividades “sociais” para as nossas crianças é tão importante como tudo o resto. É nessa interação “supervisionada” que muitas vezes encontramos as palavras certas. Os conselhos sábios e a intervenção imediata correta para ir ensinando os nossos pequenos como é este mundo das relações!
Nem sempre nascemos com essa competência inata…
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Considero a psicoterapia como uma ferramenta fundamental no desenvolvimento pessoal, na qualidade de vida e de relação com os outros. A psicoterapia é para todos e não apenas para alguns.