
Amor, lupa e gratidão
Há certas datas, certas alturas do ano, certas circunstâncias, que funcionam na vida como uma lupa.
Esta é uma delas. Começam a desenhar-se balanços. Começam a contar-se lugares nas mesas. Há quem não venha. Há quem não possa vir. Há os que vão. Há quem se lembre. E há quem se esqueça…ou será que nunca soube?
A lupa aumenta. Mostra o pormenor. E pode enganar. A vida, precisa de mais drones, e de menos lupas.
Nestas épocas ficamos tristes. Mas não dizemos. Ficamos tristes porque estamos de lupa na mão a ver o risco. O vidro partido. O quilo a mais. O ausente. O presente/meia.
Ficamos tristes porque usamos a lupa.
Cabelo de rato. Fico triste. Cabelos encaracolados, fico triste. Mesa cheia. E os que não têm nada? Mesa vazia. E os que têm o coração vazio?
Entremos num trenó mais ou menos natalício e miremos as coisas de cima. Somos uma minoria. Internet. Aquecimento. Computador. E isso tem que ser valorizado, senão, corremos o risco de sermos ingratos. E até porque se queremos ajudar alguém, temos que estar gratos pelo que temos.
Se há coisa a que sou grato, é ao meu amor. Por isso, já que falo em gratidão, devo expressá-la aqui com algumas palavras. Cá vai:
Meu amor, Natal és tu. Quando casámos havia tanto que eu não sabia. És Natal, porque me ensinas a esperança, fé da boa, ensina-me a ser melhor pai com o brilho dos teus olhos.
Não sabia. Hoje. Sei. Mais. E melhor.
Aprendi a andar mais vezes nesse trenó encantado e a deixar a lupa guardada.
As voltas que arranjei para dizer que a amo. Arranje as suas voltas. Suba no seu trenó. Guarde a sua lupa.
A criação do Mundo Brilhante permite-me visitar escolas de todo o país e provocar os diferentes públicos para poderem melhorar. Agitamos. Queremos deixar marcas.