Anos letivos de 11 meses de aulas

Anos letivos de 11 meses de aulas

Anos letivos de 11 meses de aulas

Como muitos de vós já sabem, circula pela internet uma petição que se dirige a nós, pais, da seguinte forma:
Pais e cidadãos unidos contra a proposta da CONFAP para anos letivos de 11 meses de aulas e a favor de uma mudança do sistema de ensino primário e secundário que beneficie os nossos filhos”.  Para quem não sabe, a CONFAP, é a Confederação Nacional das Associações de Pais.

Posto isto, e sem qualquer ponta de pretensiosismo, esta Plataforma entendeu fugir dos lugares comuns e dos “sound bytes” da indignação fácil e de plástico.

Nesse sentido, procurou ouvir a voz do “condenado à morte da semana transata” pelo que passamos a transcrever integralmente uma comunicação da CONFAP, que nos foi amavelmente enviada, para que de forma esclarecida cada um possa tirar as suas ilações.

“A nossa opinião sobre a Escola (porquê, para quem e como) está no nosso site.

O que veio a público na CS foi na sequência das declarações do conselho de Escolas que defendeu mais uma pausa letiva no 1º período sem mais, quando todos reclamam a falta de tempo para os programas. As nossas crianças e jovens já nem respiram em face da concentração e intensidade da carga letiva e testes com que são assoberbados diariamente durante os períodos de aulas.

Por isso, o que dizemos, desde de há anos, é que o ano letivo deve ser bem programado e com antecedência. Às Escolas deve ser possível planear, organizar e funcionar nas melhores condições, sem pressões desnecessárias e imprevistas, desde o primeiro dia de funcionamento que deve ser no início de Setembro, até ao último dia de funcionamento que acontece no fim de Julho. O Serviço Público Educativo tem que responder com qualidade às necessidades e expectativas de todas as famílias.  

Não é de agora que o dizemos, a missão da Escola do Séc. XXI já não é (não pode ser) apenas a função de ensinar. Hoje tem que ter uma função social e educativa, imprescindível para uma sociedade promotora de equidade. Engloba (deve incluir) por isso muitas atividades não letivas e muitos profissionais não docentes,  por exemplo as expressões distribuídas pelas diferentes áreas disciplinares ao longo do ano, o que nos exige outra capacidade de gerir.

Defendemos a autonomia das escolas e das comunidades, respeitando diferentes interesses, mas sem nunca por em causa o superior interesse da criança.

Para isso, lá vem à colação o debate sobre a “revolução na educação”.

Percebemos bem o que está em causa com toda a desinformação que alguns tentam passar. Não é inocente a tentativa de tentarem confundir Escola com aulas.

Mas também sabemos que o que dissemos foi bem percebido, como aliás o demonstrou o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa na sua intervenção semanal de Domingo na TVI há 8 dias. E também não ignoramos que uma nova organização do ano escolar, ou seja a Escola do Séc. XXI que tantos  reclamam e ninguém tem a coragem de alterar, põe em causa um status quo que a poucos interessa manter.

Podemos mesmo dizer que concordamos e temo-lo debatido, com os pontos II, IV, V, VI e VII da petição em causa.

Porque acreditamos que estamos a defender o superior interesse da criança e do jovem, no seu direito a uma Educação de Qualidade, permita ainda acrescentar que aquando do início do seu mandato, o Sr. MEC apresentou as alterações aos programas, retirando a educação cívica e outras atividades educacionais das escolas. A CONFAP foi a única das instituições presentes, e estavam lá associações de professores e sindicatos, que se opôs por considerar que o aumento de carga letiva não é a solução. Eventualmente mais um sinal da hipocrisia que chegamos a referir.

Nunca defendemos e nunca falamos em 11 meses de aulas ou nos referimos a um só tempo de férias.

Como atrás é dito, temos defendido a necessidade de profissionais que sejam capazes de trabalhar com as crianças e com os jovens, sem que seja necessariamente num ambiente de sala de aulas onde, aliás, muitos pretendem que os seus alunos sejam estátuas e a quem ensinam como se fossem um só. Criticamos mesmo o modelo de edifício de escola que ainda hoje construímos, baseado quase exclusivamente em salas de aulas, sem espaços para desenvolvimento de novas metodologias de ensino/aprendizagem, de debate e de experimentação. 

Queremos uma Educação plena da pessoa e dos valores, mas é preciso tempo, espaço e meios para essa missão em conjunto com as comunidades e o envolvimento das famílias.

Este é um tema que dá um grande debate, mas tem de ser feito de forma séria e onde as crianças e os jovens sejam a principal preocupação e possam, também elas, dizer o que pensam da educação que lhes é ministrada.

Procuramos ser e manter a nossa coerência na defesa de uma Educação de Excelência e de um serviço público educativo de qualidade que responda às necessidades das famílias.” –  Jorge Ascenção- Presidente do Conselho Executivo da CONFAP

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