Mais rotineiros ou mais aventureiros, a cada dia acontece algo que nunca tinha acontecido antes. Mas nós estamos preparados para isso porque o ser humano consegue desenvolver capacidades de habituação em relação ao meio que o rodeia. E assim, vamos adquirindo e modificando competências e desenvolvemos o tão importante poder de adaptação, conhecido na nossa gíria pelo poder de “encaixe”.
Ora, se há alteração na vida de uma pessoa que obriga a um grande poder de “encaixe” é “a primeira vez.”
Lembras-te da tua primeira vez?
Não é essa primeira vez…. Essa foi apenas o princípio daquilo que te meteu nesta embrulhada de acordar a meio da noite para dar biberons e mudar fraldas!
As outras primeiras vezes: as que surgiram depois de teres passado para o grupo dos Pais.
Aquelas para o qual nunca estamos preparados porque nunca são explicadas em lado nenhum. As que fazem de nós bombeiras, enfermeiras, professoras, contadoras de histórias, heroínas, Mães de capa e espada sem saber ler nem escrever.
Há sempre uma primeira vez, por isso, minhas queridas, preparem-se. Porque há uma linha que separa uma pessoa feliz de uma pessoa feliz com filhos.
1. A primeira vez que apanhas o vomitado de alguém com as mãos, de propósito.
Não me perguntem. Passamos metade da vida a fugir daquela pessoa que bebeu imenso ao jantar e que sabemos que a qualquer momento vai dar para o torto! E não queremos estar por perto. Só queremos enfiá-lo num táxi para casa e ficar longe. De repente temos filhos e, desenvolvemos um reflexo de Pais que, mal ouvimos aquela tosse a engasgar corremos já de mãos esticadas para apanhar o que for preciso, ainda, no ar!
2. A primeira vez que é uma tortura separares-te de alguém para ir trabalhar.
As emoções ficam à flor da pele e tornam-se mais complexas e profundas. Tudo se torna mais intenso. Uma mãe a chorar no noticiário da noite é tudo o que não queremos ver. Ou choramos com ela, ou mudamos de canal. A saudade torna-se naquele palavrão que não conseguimos aceitar de forma racional. As primeiras horas longe do nosso filho, duram uma eternidade. Cortam-nos o ar. Dão-nos voltas ao estômago.
Com o tempo habituamo-nos mas sabemos que, a partir daqui, nunca mais seremos como antes.
Para as mães, um banho de imersão relaxante, a ouvir música, com direito a sessão de cuidados com a pele, é uma coisa do passado. Agora passas a tomar um duche e a abrir a porta do chuveiro de 5 em 5 min. porque achas que estás a ouvir o bebé a chorar. A licença de maternidade vai acabar, e nem sequer conseguiste organizar aquelas pastas de fotos no computador, nem lavar o enxoval comprado há 6 meses. Deixaste de controlar o teu tempo. De relaxar, de comer, de dormir, porque a partir de agora há sempre alguém à tua frente: o teu filho.
4. A primeira vez que te apercebes que a tua mãe não vai “resolver o assunto” porque agora tu é que és a Mãe.
Há-de haver um momento da tua vida em que as coisas se vão complicar em casa.
Normalmente envolve crianças doentes e muitas noites sem dormir. Uma virose é a prova de fogo. Ao fim de umas noites em branco os pais também apanharam a virose. Passam a noite a levantar-se e a vomitar. O bebé ainda tem febre. E vomitou. É preciso dar-lhe banho, trocar a roupa da cama, pôr a máquina a lavar, dar-lhe o antipirético. Então ele começa a espernear, fecha a boca e não toma o medicamento.
A febre sempre a subir. Percebes que tens de enfiá-lo na banheira para descer a temperatura, mas estás com um enjoo daqueles… nessa altura pensas que não consegues mais. Há-de haver um momento da tua vida em que queres chamar a tua mãe. Concentra-te. TU és a mãe agora. Devagar, devagarinho vais descobrir forças para tratar dos teus filhos e da tua família. Depois, quando tudo tiver passado vais contar à tua mãe.
5. A primeira vez que compreendes os teus pais a 100%
Começa assim que o bebé nasce. O amor que sentimos pelos nossos filhos é tão grande que só de olhar para eles temos vontade de chorar. Nesse momento, lembramo-nos de todas as respostas tortas e todas as desilusões que demos aos nossos pais… E percebemos exactamente como é que eles se sentiram.
Agora que os compreendes, aproveita mais a sua companhia e os seus conselhos. Redime-te. Não queiras arrepender-te, outra vez, pelo tempo que perdido. “Filho és, pai serás, assim como fizeres, assim acharás”
6. A primeira vez que sentes orgulho por o teu corpo ser perfeito para a maternidade.
Antes de teres filhos usavas o teu corpo para… enfim, para outras coisas. Um dia mais tarde, depois de conheceres o teu filho, vais perceber que os teus braços não são gordos, são fortes o suficiente para lhe pegar ao colo e o abraçar. Que o teu ombro tem a dimensão certa para ele morder quando os primeiros dentes estiverem a rebentar. O teu pescoço tem a curvatura ideal para ele se aninhar.
Aqui que vais perceber que foste feita para isto. E vais esquecer as estrias que ganhaste durante o parto, e vais orgulhar-te da tua cicatriz de cesariana. Porque fazem parte da história de vida do teu filho. Um dia, quando te sentires grata pelo corpo cansado que te foi presenteado pela maternidade, vais gostar de ti tal como és. E a tua auto-estima é a base para tornares o teu filho mais feliz.
7. A primeira vez que recordas as primeiras vezes todas e percebes que queres passar por tudo outra vez.
Vais apanhar o vomitado do teu filho com as mãos, vais morrer de saudades e angustia quando voltares a trabalhar, vais ter saudades de ter tempo para ti, vais querer chamar a tua mãe muitas vezes e vais ter uma relação com ela como nunca tiveste.
Finalmente vão falar de mãe para mãe.
Vais orgulhar-te de cada marca e de cada curva mais pronunciada do teu corpo. Vais perceber que todas estas primeiras vezes te deram força para construir as bases onde a tua família cresceu. E na realidade são mais fortes do que pensavas porque ganhaste experiência e agora sabes exatamente aquilo que estás a fazer.
Agora, numa noite mais tranquila, vais ficar a olhar para o teu filho enquanto dorme atravessado na tua cama e percebes que até a baba que lhe escorre do queixo ao pijama é perfeita. E sentes-te completa porque vocês estão juntos, sobreviveram às maiores dificuldades, às noites mal dormidas e a todas as provações. Levas o teu filho para a tua cama, pegas na mão do teu marido e dizes confiante que estás pronta para repetir tudo novamente.
Porque não te imaginas a não ter mais primeiras vezes outra vez.
Contamos com mais de uma centena de especialistas que produzem conteúdos na área da saúde, comportamento, educação, alimentação, parentalidade e muito mais. Acreditamos em Pais reais, com filhos reais.
Adorei!!!, está muito bem escrito e diz exatamente aquilo que nós sentimos e nunca conseguimos pôr no papel, obrigado por este momento e memória escrita…
Na maioria das vezes, AINDA, é a figura da mãe que mais se nota nessas situações.
Diria que esses são momentos, em que a mulher de forma sutil deve incluir o homem para atuar na mesma proporção. Futuramente após essa experiência você terá de fato a certeza de ter o homem de sua vida, o pai de seus filhos, que tanto desejou, se assim ele encarar como você toda essa nova situação.
Após. Essas experiências, muitas pessoas se tornam mais humanas, mais capazes, mais inteligentes, mais dispostas para a vida.
Uma regra máxima da honestidade para ensinar aos pequeninos: faça aos outros exatamente aquilo que gostaria que fizessem a você, se estivesse no lugar da pessoa.
Concordo e agora que olho para trás vejo que todas estas primeiras vezes me acontecerem e já se multiplicaram imensas vezes . Mas é maravilhoso ser mãe! beijinhos
Eu também adorei porque apesar de já ser Avó de 11 netos, tenho sempre acompanhado o seu crescimento e a forma como os pais/mães têm crescido – não só como pessoas mas também com o que aprenderam com os seus próprios filhos. Na qualidade de Avó sinto-me feliz porque tenho a noção de que tenho o reconhecimento dos meus filhos e revejo-me nos meus netos. Muitos parabéns, gostei imenso e até me comovi…. É bem verdade que só quando temos filhos é que podemos avaliar o amor imenso que os nossos pais nutrem por nós.
Lindo!
Bem escrito e sentido!
Sorri, ri, chorei… Vi-me refletida em quase tudo… A pequena Mícia tem 8 meses e grata porque ainda vou ter algumas primeiras vezes.
Bem haja e felicidades!
Adorei esta publicação. Porque me identifiquei com todos os pontos/primeiras vezes, lembro-me delas todas e como me senti. É bom saber que tudo isso é normal e, não fui nem serei a única a ter todo esse turbilhão de sentimentos que até dá um nó ao coração e só desata depois de algumas lágrimas.
Adorei!!!, está muito bem escrito e diz exatamente aquilo que nós sentimos e nunca conseguimos pôr no papel, obrigado por este momento e memória escrita…
Na maioria das vezes, AINDA, é a figura da mãe que mais se nota nessas situações.
Diria que esses são momentos, em que a mulher de forma sutil deve incluir o homem para atuar na mesma proporção. Futuramente após essa experiência você terá de fato a certeza de ter o homem de sua vida, o pai de seus filhos, que tanto desejou, se assim ele encarar como você toda essa nova situação.
Após. Essas experiências, muitas pessoas se tornam mais humanas, mais capazes, mais inteligentes, mais dispostas para a vida.
Uma regra máxima da honestidade para ensinar aos pequeninos: faça aos outros exatamente aquilo que gostaria que fizessem a você, se estivesse no lugar da pessoa.
Concordo e agora que olho para trás vejo que todas estas primeiras vezes me acontecerem e já se multiplicaram imensas vezes . Mas é maravilhoso ser mãe! beijinhos
DESLUMBRANTE!!! RECORDO CADA PRIMEIRA VEZ, E NÃO SOU A UNICA A SENTIR O QUE AQUI SE DESCREVE. PARABÉNS E OBRIGADA POR ME RELEMBRAR CADA SENTIMENTO
Amei!
Parabéns, muito bem escrito, não conseguirira fazê-lo melhor! (nem quero!) Aqui tem um pequeno trecho, por palavras bem diferentes de alguns sentimentos deposi de se ser mãe.
http://sariusuperstar.blogspot.pt/2014/01/o-faxavori-era-para-parar-se-puder-ser.html
jinho
Eu também adorei porque apesar de já ser Avó de 11 netos, tenho sempre acompanhado o seu crescimento e a forma como os pais/mães têm crescido – não só como pessoas mas também com o que aprenderam com os seus próprios filhos. Na qualidade de Avó sinto-me feliz porque tenho a noção de que tenho o reconhecimento dos meus filhos e revejo-me nos meus netos. Muitos parabéns, gostei imenso e até me comovi…. É bem verdade que só quando temos filhos é que podemos avaliar o amor imenso que os nossos pais nutrem por nós.
Muito bom adorei, revime em cada palavra, lindo
Não consegui evitar sorrir e chorar. Revi-me completamente no texto. De facto é a vida de todas nós. E sim, é muito mais completa e feliz.
Lindo!
Bem escrito e sentido!
Sorri, ri, chorei… Vi-me refletida em quase tudo… A pequena Mícia tem 8 meses e grata porque ainda vou ter algumas primeiras vezes.
Bem haja e felicidades!
Muito bom!
Adorei esta publicação. Porque me identifiquei com todos os pontos/primeiras vezes, lembro-me delas todas e como me senti. É bom saber que tudo isso é normal e, não fui nem serei a única a ter todo esse turbilhão de sentimentos que até dá um nó ao coração e só desata depois de algumas lágrimas.