Uma das principais causas deste distúrbio é o excesso de informação a que somos expostos diariamente
Tens dificuldade em relaxar e acalmar os pensamentos?
Estás sempre à procura de estímulos, e sentes que precisas cada vez mais de informação para conseguires acompanhar os teus filhos?
A síndrome do pensamento acelerado é uma alteração, identificada por Augusto Cury, na qual o pensamento se torna muito rápido e dificulta a concentração, provoca o aumento da ansiedade e desgasta a saúde física e mental.
Assim, o problema desta síndrome não está relacionado com o conteúdo dos pensamentos, que geralmente são interessantes, cultos e positivos, mas sim com a sua velocidade de processamento.
“O excesso de informações satura o córtex cerebral, produzindo uma mente híper produtiva, agitada, com baixo nível de tolerância, impaciente e sem criatividade”.
Esta é uma condição atual derivada do ritmo alucinante das grandes cidades, com overdoses diárias de informações e obrigações que afetam a nossa saúde emocional e fisica. Depressão, stress, ataques de pânico e nomofobia (medo de ficar sem telemóvel – sim já existe um nome para isso) são outros exemplos de situações que ocorrem cada vez mais frequentemente nas últimas décadas.
Especialistas defendem que a síndrome do pensamento acelerado não é uma doença, mas sim um sintoma vinculado a um quadro de transtorno de ansiedade, devido ao excesso de informação a que somos submetidos diariamente.
As pessoas mais vulneráveis são, geralmente, aquelas que são “obrigadas” a manter-se constantemente atentas, produtivas e sob pressão nomeadamente executivos, jornalistas, publicitários, professores, profissionais de saúde, e claro mães (Ok, esta fui eu que acrescentei, mas faz todo o sentido!)
Sintomas da síndrome do pensamento acelerado
É comum entre quem tem a síndrome do pensamento acelerado ter a sensação de estar a ser esmagado pela rotina, com aquela impressão de que 24 horas são insuficientes para cumprir tudo o que se planeia para o dia (eu não digo que são as mães?). Há o sentimento persistente de apreensão, falta de memória, déficit de atenção, irritabilidade e sono alterado. As alterações de humor são outra característica comum.
O esgotamento mental de uma pessoa que não consegue desacelerar o pensamento, normalmente converte-se em cansaço físico. Isto porque o córtex cerebral, a camada mais evoluída do cérebro, retira energia que deveria ser utilizada nos músculos provocando uma sensação excessiva de cansaço e falta de vontade para fazer as atividades diárias fora do trabalho.
Consequências
A ansiedade afeta a qualidade de vida em diversos aspetos. As principais características de uma pessoa com síndrome do pensamento acelerado incluem:
- Dores de cabeça
- Sensação de cansaço ao acordar
- Dores no corpo
- Insónias
- Queda de cabelo
- Aumento da tensão arterial.
Além disso, a longo prazo, a ansiedade cronica afeta o bem-estar emocional.
A tecnologia pode ter influencia no síndrome do pensamento acelerado?
Sim, tecnologia é um componente que contribui fortemente para o aumento da síndrome do pensamento acelerado.
Inicialmente, com a popularização da televisão, as crianças começaram a ter menos tempo para se dedicarem aos estudos e os educadores mais dificuldade em influenciar o universo psíquico dos jovens.
Depois apareceram os computadores e jogos electrónicos, que vieram a aumentar os estímulos visuais e cognitivos das pessoas, bem como a possibilidade real de estar sempre em constante pesquisa de conhecimento, muitas vezes supérfluo.
Hoje, as redes sociais são um mundo que oferece um excesso de estímulos e informações. Passar uma noite inteira no Facebook significa uma quantidade absurda de textos (lidos e escritos) e imagens que passam pelo nosso cérebro num curto espaço de tempo. Além disso, ser usuário de redes sociais e grupos pertencentes às mesmas, provoca ansiedade – desenvolve-se a necessidade, e às vezes dependência, de estar em constante comunicação com os demais. (Sim, também se aplica aos grupos de mães!)
Tratamento
Se te identificas com tudo o que foi descrito atrás, então é possível que tenhas síndrome do pensamento acelerado. Nesse caso, é recomendável procurar ajuda profissional.
O melhor remédio é adotar um estilo de vida diferente. Dormir mais, praticar atividades físicas e incluir o lazer na tua rotina diária. Faz pausas, contempla o pôr do sol, ouve música e lê um bom livro – sem realizares nenhuma outra atividade em simultâneo.
7 dicas para viver melhor e evitar o síndrome do pensamento acelerado.
- Procura distrair a mente com coisas que realmente te podem dar prazer. Observa (com olhos de ver) os teus filhos a desenhar ou pintar, abraça mais, beija mais, troca experiências, da carinho e atenção a quem amas.
- Põe-te em contacto com a natureza. Faz caminhadas ao ar livre, admira as árvores e os animais, aprecia o silêncio e o vento na cara. Sem gadgets. Só tu.
- Pratica desporto. Lê. Conta histórias.
- Não exijas demais dos outros (quer seja do marido, filhos ou amigos) nem de ti própria. Isso torna a vida angustiante. Elogia mais, enfatiza as características boas, os pontos fortes de quem está ao teu lado. Relativiza os resultados e valoriza o caminho.
- Aprende a relaxar. Pára um momento do dia, esquece tudo à tua volta, respira fundo, liberta o corpo e esvazia a mente.
- Perdoa aos outros e a ti própria.
- Ri-te. Solta umas gargalhadas. Diz uns disparates. A vida é muita mais divertida a rir, e liberta-nos das energias negativas e das tensões acumuladas no corpo.
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Fontes Vivomaissaudável e Atuasaúde
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