Passamos a vida a criticar o método (de vida) do vizinho. A facilidade com que se entra no bullying apenas com o intuito de ficar a olhar de “CIMA”, e de nos sentirmos seres todos poderosos. Há mesmo quem só tenha graça a falar mal dos outros.
As redes sociais vieram aumentar fenómenos de grupo perigosos. As pessoas unem-se para apontar o dedo a um pobre coitado que errou. Errou na cor das cuecas, ou na quantidade de sopa que dá aos filhos, errou porque gasta o dinheiro onde bem lhe apetece. ERROU! O estúpido ERROU!!!
E merece que todos os outros que “nunca erraram”, demonstrem desagrado e até que aproveitem para achincalhar a pessoa em questão. Depois de o verem espezinhado e completamente nu, aparecem as vozes protectoras com o intuito de demonstrar que também sabem ser bons samaritanos. No dia seguinte já ninguém se lembra de nada. Passou! Aquilo que parecia ser algo de extrema importância, deixou de ser assunto de conversa. ACABOU!
Mas, o ciclo começa de novo e repete-se vezes sem conta. Atenção! Por vezes não houve erro da parte da “vítima”, só não fez aquilo que toda a gente faz: leva os miúdos ao colégio no seu desconfortável topo de gama da ferrari; dorme em lençóis de seda de tal forma bons que quando entra na cama sai a escorregar pelos pés; convida a Madonna ou o Tony para animar a festa do filho de 3 anos; passa a vida a partilhar fotografias dos pés cheios de calos, em praias paradisíacas; não sabe andar de saltos agulha, mas anda; expôs-se demais; porque lhe pedimos a opinião e não ia de encontro à nossa… Discutir este tipo de coisas é importante! E leva-nos a … quer dizer… é bom para???? Ahhh! Exactamente! NADA! Enche-se o ego, vomita-se umas palavras lindas de morrer (muito convincentes) e dá-se umas sovas em pessoas que não são como nós. Sim, inteligente! Quando tantas vezes se escondem atrás de um ecrã, de um perfil falso ou de uma religião (que me perdoem esta da religião, mas ultimamente é com cada beata sonsa, achei que esta geração era mais evoluída neste aspecto). Apenas para poderem deitar cá para fora e inundar o mundo com toda a sua raiva e inveja. Única e exclusivamente por não conseguirem viver as suas aborrecidas vidas.
Meus amigos, não me estou a excluir… também eu já caí nesta estupidez! Partilhei a minha opinião, igual à de outras 20 pessoas… como se a minha opinião trouxesse algo de novo. Neste caso é apenas mais uma pedra que se atira! Todos temos alguma maldade dentro de nós …. é verdade. Mas também temos um lado bom que nos leva a ser auto-críticos e a descobrir estes erros que vamos cometendo.
Exigimos dos outros aquilo que nunca poderíamos exigir de nós próprios? Qual o objectivo?
“A primeira página do jornal de hoje embrulha o peixe de amanhã”
Imagem capa@shifter.pt
Como pais e educadores, haverá alguma forma de andarmos um passo à frente dos nossos filhos? Será isso necessário? Como fazê-lo?