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Psicomotricista e formadora, Grande Lisboa Com uma vontade de saber interminável e uma vontade de partilhar ainda maior sobre a temática infantil, educação e saúde mental. Da necessidade de comunicar com os pais, educadores e restantes intervenientes nasceu a plataforma Terapeuta Ana Fonseca, que não é nada mais do que uma forma de comunicação sobre a temática mais fascinante do mundo: as crianças. Atualmente com trabalho sediado na área da grande Lisboa, saltitando entre Sintra, Cascais, Lisboa, Sacavém e onde for necessário.
A realidade de ser psicomotricista em contexto escolar “Olá! Bom dia! EntĂŁo e estás a ir para onde agora?” É assim que invariavelmente os meus dias começam. Integro dois projetos: o projeto SER e o projeto Mente Brilhante. Tenho a sorte de em ambos os projetos trabalhar com pessoas incrĂveis. Pessoas que tĂŞm a mesma visĂŁo que eu sobre a infância. Pessoas que se esforçam ao máximo para que as crianças com que trabalhamos sejam a nossa prioridade no seu todo. Estes sĂŁo projetos que se focam sobretudo no contexto escola, com alguns domicĂlios e algumas parcerias com clĂnicas, mas…
“E ele fica apenas a brincar?” “Mas o que Ă© que ele faz entre a escola e a hora do jantar? NĂŁo achas que tem demasiado tempo livre?” “Mas Ana, tem de entender que temos de lhe ocupar estas horas vagas. Se nĂŁo ele nĂŁo consegue aprender a utilizar o tempo de uma forma Ăştil” “Mas está a sugerir o quĂŞ, que o deixemos apenas a brincar?” Sim, de facto estou a sugerir que as crianças devem ficar um tempo bastante alargado “apenas” a brincar. De preferĂŞncia em espaços abertos. De preferĂŞncia em espaços naturais. De preferĂŞncia com outras crianças…
Mensagens claras, crianças esclarecidas, crianças mais calmas Eu sei que estĂŁo chateados comigo mas nĂŁo percebo porquĂŞ Estamos a começar a fase das provas de aferição do segundo ano dentro das expressões, tanto as fĂsicas-motoras como as artĂsticas. As escolas estĂŁo a organizar-se para que as mesmas ocorram, sente-se alguma ansiedade no ar e Ă© notĂłrio para quem costuma ir Ă s escolas. Eu sabia disto e estava preocupada. Vera (nome fictĂcio) era uma menina do segundo ano com grandes problemas de imagem corporal, autoestima, expectativas e com algumas dificuldades ao nĂvel da realização motora, tanto fina, como global. As provas…
Dificuldades de aprendizagem na criança Quando falamos do encaminhamento de dificuldades de aprendizagem, muitas vezes surgem dĂşvidas sobre a necessidade de psicomotricidade, ou qual o seu sentido. Afinal, o que estamos a dizer Ă© que a criança nĂŁo consegue ler, escrever, somar, subtrair ou decorar… O que Ă© que o corpo dela tem para estar relacionado com estas dificuldades? Dificuldades de aprendizagem Antes de passar para a analisar esta questĂŁo, sinto que Ă© importante falarmos um pouco das dificuldades de aprendizagem em si… As dificuldades de aprendizagem, ou DA, sĂŁo palavras tantas vezes ouvidas na escola, em relatĂłrios mĂ©dicos ou…
A importância de ouvir as nossas crianças Hoje trago-vos um tema um pouco diferente, que sai um tanto de dentro do nosso espaço terapĂŞutico e abre antes as portas da sala de aula e da escola, mostrando a importância que tem escutarmos as nossas crianças no seu processo de ensino e de aprendizagem. Mas antes de chegarmos Ă voz delas, importa compreender alguns conceitos primeiro. O processo de ensino Em primeiro lugar temos de compreender que o processo de ensino e aprendizagem nĂŁo Ă© algo tĂŁo linear e direto como poderia parecer. Numa primeira visĂŁo, temos um aluno, receptor, que…
Comemorou-se dia 19 de setembro o dia europeu da psicomotricidade. E compreendo que estas informações tragam imensas perguntas associadas. A primeira e mais Ăłbvia será: “que raio Ă© a psicomotricidade?”. A segunda será porque temos direito a um dia e a terceira qual a importância. NĂŁo tentarei dar a definição de psicomotricidade. Passei mais de 5 anos a estudar este assunto, escrevi dezenas de trabalhos sobre este tema e atĂ© uma tese. Realizo este trabalho diariamente e mesmo assim, nĂŁo vos consigo trazer uma definição que seja larga o suficiente para lhe fazer justiça. Claro que existem definições (muito completas) desta…
Mesas desarrumadas, canetas que caem e letras que voam Houve numa altura um rapaz. Um doce de miĂşdo, mais velhinho e muito respeitador. Tinha sempre passado de ano na corda bamba, e apesar de ter genica, e apesar de ser falador, e apesar de se distrair facilmente, nunca nenhum destes sinais foi grande o suficiente para ser considerado motivo de preocupação. A bem dizer, atĂ© ao sĂ©timo ano, nunca tinha havido motivo de preocupação de todo. SĂł agora, chegado ao sĂ©timo, Ă© que a mĂŁe viu que a criança precisava de algum tipo de ajuda. Quando a mĂŁe chegou atĂ©…
DepressĂŁo na infância – nĂŁo ignore a Baleia Azul no meio da sala. Num espaço de semanas ou meses, diversas sĂ©ries ou tendĂŞncias da internet, como a baleia azul, tĂŞm vindo a intensificar o diálogo e a reflexĂŁo sobre a auto-mutilação, o suicĂdio e os comportamentos de risco entre os jovens. Pois bem, mais do que sobre os jovens, hoje pretendo chamar a atenção que estes comportamentos nĂŁo se prendem apenas com adolescentes… uma criança tambĂ©m pode sentir depressĂŁo, uma criança pode tentar suicĂdio, uma criança pode isolar-se e atĂ© auto-mutilar-se. SĂŁo pensamentos horrĂveis e assustadores e que nos colocam…
Psicomotricidade em saĂşde mental infantil Apesar da estranheza que a aplicação da psicomotricidade em saĂşde mental pode trazer, a verdade Ă© que foi aqui que tudo começou. Verdade. Foi graças a dois profissionais que conseguiram ver mais alĂ©m que esta magnĂfica profissĂŁo hoje existe. Estes dois profissionais verificaram que, em diversas crianças que nĂŁo apresentavam sintomas na esfera psicolĂłgica, existiam sinais corporais que indicavam que estas crianças estavam a ter algum tipo de problema do âmbito psicolĂłgico, mas com uma expressĂŁo predominantemente corporal. Seguindo a mesma lĂłgica, estes profissionais concluĂram que diversas crianças com problemas ao nĂvel da saĂşde mental, beneficiavam…
Parentalidade na PHDA Por motivos de investigação, foi-me pedido que realizasse um levantamento da literatura cientĂfica que existia sobre a parentalidade na PHDA (perturbação da hiperatividade e dĂ©fice de atenção). Muito obediente, lá fui aos motores de busca acadĂ©micos mais conhecidos e comecei a ler o que já existia sobre este tema. Aos poucos fui ficando cada vez mais decepcionada: apenas informações sobre como os pais e mĂŁes nĂŁo lidavam com a hiperatividade. Erros, erros e mais erros. Tudo sobre como a parentalidade era mal exercida. Tudo como estes pais colocavam ainda mais em risco crianças, que por si sĂł,…
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