Filipa T. da Cunha
Filipa Teixeira da Cunha, Terapeuta, Lisboa
Estranho ter que fazer o meu perfil, mas tão bom, falar do que já vivi e aprendi com cada criança que tive a honra de trabalhar.
Sou mulher, mãe, filha, educadora, terapeuta, amiga….Quando escrevo estas palavras dou-me conta que embora gigantes são mudas nas experiências e felicidade que envolvem.
Depois de ter sido mãe pela primeira vez, há onze anos, trabalhar com crianças passou a ser uma obrigação de coração. A palavra obrigação neste caso tornou-se uma necessidade impossível de não ser percorrida por mim.
Com uma licenciatura em Relações Internacionais resolvi fazer uma pós graduação em Metodologias Expressivas e Ativas. Na altura, o nome do curso pareceu-me estranho, bizarro. Contudo, a cada dia que lia e aprendia, sentia-me cada vez mais em casa. Era algo simples e maravilhoso: estudar e trabalhar as diferentes expressões (dança, música, expressão plástica…) para fins educacionais.
Fiz a primeira edição desta pós-graduação com muito orgulho. Todo o curso destina-se a trabalhar as diferentes populações, no entanto, a minha de eleição foram e são as crianças.
Nesse mesmo ano recebi um convite, que aceitei, de uma das professoras para lecionar dança educativa num jardim infantil. Depois de nove anos de ballet clássico e de formação em outros tipos de dança, foi a experiência mais surpreendente que tive.
Outras escolas e jardins infantis foram aparecendo e a vontade de fazer cada vez mais aumentou.
Como a vida é feita de sincronicidades a primeira edição da Especialização de Terapias Expressivas apareceu. No segundo ano da especialização comecei o estágio, quatro turmas do primeiro ciclo, aulas educacionais e comportamentais onde os jogos foram a regra. Nesse ano tive a certeza que era isso que queria fazer o resto da minha vida. Trabalhar com crianças, fazer parte desse mundo, ouvi-las, vê-las, ajudá-las a crescer e a sentirem-se elas próprias.
No ano seguinte, apresentei um projeto num colégio privado, onde trabalhei o ano letivo com duas turmas do 4º ano, como voluntária. Durante o ano trabalhamos a confiança e auto estima como objetivos principais, em aulas quinzenais de uma hora e meia. O projeto fazia a ponte entre o recreio e a sala de aula, a gestão de conflitos foi uma constante e os resultados foram surpreendentes tanto ao nível da auto estima como da sociometria.
Em 2013, nesse mesmo colégio, o projeto continuou, alargou-se a onze turmas do primeiro ciclo em regime curricular, foi extraordinário. As mudanças felizes nas turmas e a felicidade das crianças são notórias.
No verão passado conheci e entrei para um projeto que me faz feliz, a StartIUPI. Trabalhamos o empreendedorismo com as crianças, ao nível das suas diferentes competências.
Acreditamos na felicidade, que qualquer criança deve perseguir os seus sonhos. Cada criança deve ser vista como um ser único e especial, com o direito de ser feliz e damos ferramentas para que cada uma delas cresça e desenvolva as suas potencialidades, o melhor de si.