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E depois dos 50 anos… Há 50 anos (meio século, para causar mais impacto) começou a nossa democracia – a nossa liberdade. Se em alguns locais do país não se notou um regime ditatorial e sem qualquer tipo de restrição ou proibição, na grande maioria do resto do país, grassava a miséria, a fome, o medo, a vergonha, a total ausência de direitos e o desconhecimento de que estes existiam – ainda que fosse noutros países. Há 50 anos, a pessoa com deficiência era a vergonha, o horror, o castigo divino, a desgraça de todos os envolvidos e era escondida…
A importância de ouvir a pessoa com deficiência. Não há livro de instruções para pais – menos ainda, para pais atípicos. Muitas vezes, tantas vezes, antes de se entrar numa estrutura ou de chegar a cavalaria de apoio (vulgo, terapias), a sensação que se tem é que se está num labirinto e anda-se ali em experiências tentativa-e-erro. Às vezes, corre bem (e, como os ratinhos, fixamos essa estratégia para usar mais tarde); outras vezes, é um fracasso retumbante. Mas aprendemos na mesma, quanto mais não seja, a não repetir. Esta aprendizagem também é válida para os nossos filhos atípicos. Nada…
A escola do século XXI quer-se universal e inclusiva Em pleno século XXI, no ano da graça de nosso Senhor 2023, ainda há tempo de antena e gigabytes dedicados a pseudo-oradores que dizem barbaridades do género “antes de o PHDA ter sido inventado” ou “epidemia de PHDA” entre outras belas pérolas oratórias. Ora, desdizendo a comunidade científica e médica de anos de experiência e de estudo, temos, portanto, aqueles que se insurgem contra uma suposta educação tradicional a favor de uma educação para o século XXI, negando ou troçando da neurodiversidade. Hoje PDHA, amanhã autismo, depois de amanhã depressão e…
A deficiência e a questão do direito ao trabalho Autistas adultos ou adultos autistas? Uma criança autista será um jovem autista que será um adulto autista. No percurso, poderão estar (ou não) reforços, trabalhos, terapias, acompanhamentos, etc. E um diagnóstico fechado, preferencialmente, escrito preto no branco e, onde, à luz da legislação nacional, se leia “deficiência neurológica”. Ou outra. Porquê? Porque, da mesma forma que temos medidas de promoção do sucesso em contexto de aprendizagem escolar que podem ser (e devem, se for caso disso), aplicadas, também temos o seu equivalente no mundo laboral. Para já, ainda não é uma…
Um dia, a Educação implodirá “Eu não quero que as minhas filhas sejam professoras, apesar de eu adorar o que faço.” Um dia, mais cedo do que se possa imagina, a Educação implodirá. Este é um texto muito longo mas verdadeiro. E cru. Do número excessivo – dizia-se, na altura – de cursos universitários voltados para a educação Turmas cheias e imensos alunos – a ponto de se encherem auditórios -, com o passar dos anos, alguns fecharam, outros desapareceram, veio o Bolonha, os novos alunos universitários não querem ser professores. Do número excessivo – dizia-se, na altura – de…
Uma criança com deficiência será um adulto com deficiência. Uma criança neurodiversa crescerá e transformar-se-à num adulto neurodiverso, o que, trocado por miúdos, quer dizer que uma criança com autismo crescerá e transformar-se-à num adulto com autismo (ou autista – outros quinhentos. Nem eu nem as piolhas ainda nos decidimos quanto à terminologia mais adequada a usar, depende da forma como ELAS encaram o mundo e se sentem em relação a isso). O que poderemos retirar daqui? As preocupações do cuidador passarão a ser outras. Se a linguagem era a questão mais impactante na infância, provavelmente, na adolescência serão as…
Temos de aprender a respeitar e aceitar as diferenças A propósito do sentimento de pertença que muitos buscam, outros não sentem, outros não querem saber. Considero importante encontrarmos a nossa tribo, fazermos parte de uma comunidade, sermos representados para que possamos ser ouvidos mas… é possível o todo falar pela parte, de forma justa? É possível o todo representar a parte ínfima, de forma justa? Sentirmo-nos verdadeiramente representados, ouvidos, aceites, inseridos – incluídos? Haverá lugar para aquilo único que nos distingue e diferencia dos demais? Haverá espaço de antena para aquele ser individual que também tem algo a dizer? É…
Um diagnóstico não passa com a idade Sou do tempo em que não se dizia a ninguém de que doença se padecia. Sou também do tempo em que não se falava de saúde mental e quando havia uma leve referência a uma divergência, vinha logo um adjetivo insultuoso ou capacitista ou um sorriso amarelo e o ar enjoado de quem pede desculpa. Também sou do tempo em que alguns médicos não apresentavam diagnósticos aos utentes. E ainda sou do tempo em que os pais não diziam aos filhos que doença tinham, que maleita os atacava ou se tinham algum problema…
E se pudesse voltar a ser quem era antes de ser mãe, antes do autismo? Não aceitaria. Não quero voltar a ser o eu que eu era antes de ser mãe, antes de o autismo nos ter entrado porta dentro. Vi, no outro dia num programa daqueles de consumo imediato (na TLC, pois claro), uma mãe que se orgulhava muito de ter voltado a ser o que era antes. Fiquei a pensar naquilo e concluí, sem esforço, que mesmo que eu pudesse, não o faria. O eu de agora é mais sensível ao que me rodeia, mais atento, mais informado…
Não consigo dormir, estou ansiosa com o futuro “ – Não consigo dormir, estou ansiosa com o futuro”, dizia-me ela, a medo, meio ensonada. Tinha sono mas não conseguia dormir. Não era a escola nem os testes nem as questões de aula nem os colegas que a impediam de dormir, era o futuro. E eu perguntava-lhe: “O futuro como?” e ela, receosa, baixinho respondia: “ – Como vai ser quando tu…?” e fazia o gesto para cima, com o dedo indicador. Percebi de imediato e achei melhor evitar a piada parva que me veio logo à cabeça e assumi: “-Quando…
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