
Beleza através dos olhos de quem não vê. Afinal o que é a beleza?
Beleza através dos olhos de quem não vê. Afinal o que é a beleza?
Imaginem um cego, como é que escolhe a pessoa que ama quando não a pode ver?
A “química” de que tanto se fala parte de outros factores: o timbre da voz, o tema de conversa, a empatia, a simpatia, etc. Isto, em vez de reparar na maneira como as maminhas não mudam de posição quando ela faz o pino, devido ao silicone muito bem posto ou no seu corpo super bem trabalhado pelas horas passadas no ginásio.
Através do toque também se pode aperceber dos atributos físicos, mas por mais suave e lisa que seja a pele, não lhe podem ver a cor. Por mais límpida que seja a gargalhada, não sabem quantos dentes lhe falta ou se tem um nariz de batata. Claro que qualquer cego preferia ver, mas na verdade vê coisas que a maior parte dos outros não vê.
O cego apaixona-se pela verdadeira beleza.
Amigos e amigas (isto também serve para “elas”), podem ir contrariando a gravidade – não sou contra plásticas desde que funcionem para melhorar a nossa auto-estima ( que melhore mesmo!) – why not? Um dia quando, e se, estiverem incontinentes ninguém reparará no peito no lugar ou na ausência de rugas.
Mas se o intuito é agradar aos outros, preparem as carteiras e a queda.
Lembrem-se que há sempre alguém mais novo, mais em forma ou mais atractivo. Ficam as perguntas para os casais: O que é que vos mantém juntos? É a aparência, a ausência dos sinais do tempo que passa, ou é muito mais do que isso? Vão abandonar alguém porque está com rugas? São tão insuportáveis que não podem tolerar?
Aos mais novos: um dia, quando escolherem alguém para casar, imaginem essa pessoa cheia de rugas, velha e toda nua, sentada na retrete de porta aberta… se quiserem casar na mesma, é AMOR. Ou loucura, mas o AMOR é LOUCO! Não digo para largarem as massagens, o ginásio, as plásticas ou os “botoxes”, digo para tratarem de vocês por vocês e por mais ninguém.
Amarem-se acima de todas as coisas para poderem amar de volta. Cliché ou não, é isto mesmo!
Ouvi da boca de um “conhecido”: “Os filhos estragaram-na toda…”
Não gostei por duas razões:
1) Se alguém “estragou” o corpo não foram os filhos de certeza!
2) Engordar, para alguns, parece ser quase como “morrer para a vida”. Que gostem de nós pelo que somos, com o nosso feitio e maneira de estar na vida, não por uma imagem que um dia não poderemos manter! Até lá, tomem conta da vossa saúde, sem exageros.
Os gordos, escanzelados, cabelos em pé ou colados à cabeça, desdentados ou com cremalheiras gigantes, também amam e são amados. Até a pessoa mais fantástica fisicamente se desgasta com o tempo e depois morre, como todas as outras!
imagem @RFM, Café da Manhã
Como pais e educadores, haverá alguma forma de andarmos um passo à frente dos nossos filhos? Será isso necessário? Como fazê-lo?