
Cinco Verdades sobre Psicologia Positiva, Pistas para Ultrapassar o Ceticismo
Aqui no Mundo Brilhante, quando falamos em felicidade, em emoções positivas ou em psicologia positiva, descobrimos alguns mitos na cabeça dos nossos interlocutores.
Nos treinos que damos, nos workshops, não há tanto ceticismo, dado que os formandos, de alguma forma, já têm conhecimento sobre os temas, fruto de outras formações onde resolveram investir, ou fruto dos livros que resolveram ler.
Se abordamos o tema com outras pessoas, detetamos vários entendimentos errados, e isso deixa-nos frustrados.
Acho fundamental (digo até mais, acho fantástico!) podermos relfletir sobre aquilo a que resolvemos chamar de «Cinco Verdades sobre Psicologia Positiva, Pistas para Ultrapassar o Ceticismo». Esta reflexão é capaz de revolucionar a nossa qualidade de vida. Até porque, muitas pessoas com entendimentos errados, muitos dos céticos, são pessimistas ou ingénuos (para não dizer ignorantes) em relação ao tema, ou são ambas as coisas. Não consta que tais atributos façam bem à saúde. Nem à saúde dos próprios, nem à saúde das pessoas que os rodeiam.
Verdade um: Tempo de sobra
A humanidade tem futuro há relativamente pouco tempo. Se pensarmos na esperança média de vida, ela aumentou muito nos últimos anos. Há um pouco mais de um século, a esperança média de vida era muito reduzida.
Agora a humanidade tem mais tempo para viver. O tempo deve ser uma dádiva, certo? Esta prenda da ciência, coloca desafios. Um deles, é sabermos como rentabilizar esse tempo da melhor forma possível.
Para refletir:
Passámos de um paradigama biológico (vivíamos pouco tempo) para um paradigma psicológico. Neste sentido, com mais tempo, é determinante o estudo das emoções positivas e da felicidade para vivermos da melhor forma possível.
Verdade dois: O cérebro consciente
Não é o “cérebro consciente” o responsável pelo estado emocional que é a felicidade. Ele tem a sua parte de responsabilidade, mas não a totalidade. Este argumento é usado muitas vezes pelos céticos que encontramos pelo caminho. Eles colocam tudo do lado da genética e descartam a hipótese das emoções poderem ser trabalhadas. É como se as emoções fossem a nossa parte má. Não são.
O “cérebro consciente” pode fazer pouco pelos processos celulares, mas faz! Este “pouco” pode fazer a diferença. Quer um exemplo? Uma decisão consciente, como começar a beber mais água durante o dia, pode interferir positivamente na qualidade dos processos celulares, tendo influência direta nos níveis de felicidade.
Para refletir:
Quais as decisões que pode tomar ainda hoje para poder dar força aos seus processos celulares? Deixar de comer carnes vermelhas? Parar de fumar? Iniciar a prática desportiva? Procurar um psicólogo para o ajudar a lutar contra a ansiedade?
Verdade três: Sem teorias da conspiração, mas…
A sua infelicidade interessará a quem? Se pensar bem, pode tentar questionar se os sistemas políticos se interessam pela sua felicidade, ou se, pelo contrário, desejam apenas a sua normal “vidinha”, onde os impostos são certos, a morte inevitável e a felicidade algo utópico.
Para refletir:
Quando há uma descoberta científica (como o caso da evolução presente na chamada psicologia positiva) quanto tempo demora até passar para o quadro cultural da maioria? Os programas escolares, e até de governo, são influenciados pelas evoluções cientificas com que rapidez?
Verdade quatro: Temas importantes
Quando falamos em psicologia positiva, podemos juntar outros temos muito importantes:
- A saúde;
- O envelhecimento ativo;
- O tempo livre;
- A gestão das emoções;
- A inteligência emocional.
Acredito que já ouviu falar de todos estes temas, no entanto, tenho a certeza de que nos falta um caminho longo até os entendermos a fundo. Até os integrarmos nas nossas vidas, nos nossos trabalhos, na forma como educamos os nossos filhos e na forma como os apontamos à felicidade.
Para refletir:
Algumas destas temáticas até “estão na moda”. Cuidado. Se forem abordadas de forma ligeira, com pouca preparação ou com más intenções, o efeito pode ser negativo. Atenção às modas, peça referências, lembre-se de que estamos a falar de ciência. Infelizmente, porque é uma área agradável e interessante, vamos encontrar muitas imprecisões, ou pior ainda, alguns vendedores de “banha da cobra.
Verdade cinco: Prazer. Prazeres.
A psicologia positiva distingue o prazer imediato, do prazer quando temos compromissos na vida e para a vida.
Ter um compromisso, uma espécie de bússola interna que nos orienta, parece ser fundamental. De acordo com as investigações levadas a cabo, nomeadamente por Mihaly Csikszentmihalyi, professor de Psicologia em Chicago (garanto que não carreguei acidentalmente nas teclas, é mesmo assim o nome dele) é determinante este compromisso.
Para refletir:
Tem tirado tempo para criar um significado para a sua vida?
Para finalizar, deixamos cinco mandamentos para quem quer ser (mais) feliz no século XXI. Esperemos que possam ser úteis.
- Posso não saber ocupar o meu tempo livre com atividades de qualidade, por isso vou reunir ideias, sugestões e vou praticar o ócio com a exigência que ele merece;
- Posso saber que a genética existe, mas vou fazer tudo para ter as ações e as atitudes capazes de me dar mais força para contrariar a carga genética que pode haver;
- Posso viver num país onde me mandam emigrar, mas vou lutar pela minha visão de felicidade!;
- Posso não ter aprendido na escola o que eram emoções positivas, inteligência emocional ou resiliência, mas vou procurar fontes seguras para conhecer o tema;
- Posso viver numa “roda viva”, mas vou ter tempo para criar uma visão para o meu trabalho, ou para o meu negócio, ou para a minha família,…uma visão para a minha vida.
Há sempre áreas em que desejo melhorar, há sempre coisas de que não gosto, mas vou gostar sempre de mim. Conheço-me, sei quais as minhas qualidades e tento aplicá-las com criatividade nos problemas.
Porque os problemas são inevitáveis. Mas ser pessimista, rancoroso e estar mal informado, é evitável. Façamos por isso.
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A criação do Mundo Brilhante permite-me visitar escolas de todo o país e provocar os diferentes públicos para poderem melhorar. Agitamos. Queremos deixar marcas.