
Colo
(…) esse espaço, côncavo, formado pelos braços e as pernas, quando estamos sentados é tantas e tantas vezes, o porto seguro para todos nós.
É o “colo” materno, que contribui para que a criança se forme como ser humano, pois é nele que ela se deita e se alimenta física e emocionalmente. É o primeiro vínculo afetivo, que a criança cria com a mãe e que deverá prolongar-se por toda a vida, alterando apenas os seus contornos.
Nós formamo-nos como seres humanos na relação com o outro. Assim, a criança encontra no “colo” a resposta que necessita para todas as suas necessidades, sejam elas de que índole forem. Muitos são os estudos sobre as vantagens de dar “colo” e de entre elas, destaca-se a importância da oxitocina. Esta substância, produzida no hipotálamo, contribui com imensos benefícios para a saúde física e mental. O ato carinhoso de dar “colo” tem efeito terapêutico sobre o corpo e a mente de todos os seres vivos.
É no “colo”, que sentamos os nossos filhos para os alimentarmos física e afetivamente. Recuando no tempo, relembro, no meu papel de mãe, a dúvida em discernir se o momento era adequado para dar “colo”, pois estava, simultaneamente, a educar. Hoje, penso o quanto fui tola. Afinal dar “colo” a um filho é um caminho recíproco, pois se estamos a dar, estamos também a receber.
É nele, que curamos as feridas, sejam raspões de joelhos, sejam mais tarde, desilusões amorosas e temporalmente outras problemáticas!
Os contornos do “colo” vão-se alterando com o crescimento dos nossos filhos, com o seu caminhar autónomo na vida, mas o mais importante é transmitir-lhes a certeza de que, independentemente, da sua idade, o “colo” estará SEMPRE disponível, mesmo que não concordemos com as decisões/escolhas feitas por eles, fazendo-os sentir de que o aconchego do “colo de mãe” estará presente para nele deitarem a cabeça!
E é nessa parceria, nesses momentos de partilha afetiva, que ensinamos aos nossos filhos os valores morais onde o AFECTO é o condimento principal.
A ideia que prevalece ainda nos dias de hoje, é a de que só as crianças precisam de “colo”, porque ainda não atingiram a maturidade para saberem resolver os seus próprios problemas. Mas a realidade é bem diferente. Afinal o aumento das problemáticas que atingem as famílias atuais, são muitas e a verdade é que todos nós precisamos e queremos um “colo”, para encontrar o equilíbrio.
Caminhamos numa época temporal, onde a violência é o prato servido a toda a hora. Será que os filhos poderão dar “colo”, se não degustaram o seu sabor?
Como pode alguém dar o que não tem? Se não dermos oportunidade aos nossos filhos de poderem vivenciar o “colo” em toda a sua plenitude, como poderemos, quando chegar a nossa vez de precisar, de querer usufruir do “colo” deles? Ninguém pode ter um comportamento se nunca experimentou ou observou antes.
Ter colo de filhos, é colher o que se semeou, é pacificador é encontrar o retorno!
Mimemos os nossos filhos, disponibilizemos o nosso “colo”, desde o nascimento e por toda uma vida inteira …!
Por Inês Clímaco, para Up To Kids®
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Nossa que texto maravilhoso amei, amei!!!!
Amo dar colo para meu filhote e depois desse texto vou intensificar ainda mais esse momento tão gostoso.