O Flúor, hoje em dia, encontra-se em “todos” os lados…
Antigamente, eram prescritos suplementos de flúor sistémico (gotas ou comprimidos) pois não havia aporte suficiente na alimentação.
Hoje, os alimentos infantis são fluoretados e as águas também.
O ião flúor é extremamente sensível. Por isso a informação relativa, por exemplo, nas águas só é correcta se for feita diariamente.
Sabe-se também que ao ferver a água para o biberão do seu bebé está a quadriplicar a quantidade do ião e irá aumentar sempre que fervida.
Sendo o ião Flúor cumulativo e a capacidade das crianças o excretarem tanto menor quanto a sua idade, a sua administração deve ser extremamente cautelosa. O excesso de Flúor entra na corrente sanguínea e acumula-se nos ossos e dentes e em casos extremos no estômago.
Visivelmente comum nos dias que correm são as manchas dentárias por “causa desconhecida”, associadas aos testemunhos dos Pais que revelaram sempre imensos cuidados com os dentes dos filhos juntamente com a ausência de informação da toxicidade das pastas.
Manchas por ingestão excessiva de flúor (pastas, água, alimentos…) até aos 2 anos de idade aproximadamente
Prós e contras
As crianças têm uma deglutição infantil (semelhante ao chuchar) e engolem sempre parte ou tudo do que têm na boca. Muitos Pais referem que o seu filho cospe tudo, mas repare, se à quantidade de pasta juntar saliva/água e medir o que cuspiu provavelmente teria de ser o dobro. Logo, aconselho a proibir o seu filho de mexer na pasta de dentes e colocá-la num local não acessível e bem fechada.
Os perigos do Flúor, desconhecidos pela maioria das pessoas, incluem manchas irreversíveis nos dentes definitivos e gastroenterites que podem levar à morte. Não querendo ser alarmista (mas parecendo) digo que uma criança de 1 ano que engula uma bisnaga de pasta com alta concentração de flúor umas destas situações acontecerá certamente.
Ingestão excessiva de Flúor entre após o 1º ano de vida até aos 4 anos (idades aproximadas)
O Flúor após ser descoberto como “protector” dos dentes, começou a ser utilizado e rapidamente se descobriu a sua toxicidade.
Hoje em dia, rodeado de polémicas, existem diversas correntes que o aconselham ou retiram na rotina diária das crianças.
Foi desaconselhado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) o flúor sistêmico (gotas ou comprimidos) nas grávidas e nas crianças, sendo apenas utilizado em crianças de alto risco. As pastas fluoretadas no mercado têm várias concentrações. Depende de cada criança e dos seus Pais (hábitos, dieta…) o tipo de pasta a usar, e deve ser aconselhado pelo Médico Dentista.
Existem pastas sem flúor (em Portugal, até à data existe uma no mercado, e são muito utilizadas nos EUA), com baixo flúor (uma marca, refere dos 2-6 anos, com 250ppm), outras com cerca de 450ppm e as restantes têm cerca de 1000ppm de ião Flúor. As pastas de adulto têm entre 1000 e 1500 ppm.
A grande vantagem do Flúor é de melhorar a estrutura do dente evitando a desmineralização e consequente entrada de bactérias na estrutura que irá desenvolver a cárie. Mas está provado que essa protecção apenas é válida se o dente estiver bem escovado e o flúor for tópico (pastas, colutórios…).
Top 5 para dentes perfeitos
- Escovagem – excelente de todos os dentes
- Tipo de pasta a usar – Pasta adequada
- Quantidade – Pouca, muito pouca pasta – equivalente a um grão de arroz cru.
- Não bochechar após a escovagem
- Pelo menos duas escovagens por dia, a da noite é obrigatória.
Deparei-me com a falta de informação e apoio à grávida e ao seu bebé assim iniciei esta consulta na OralPrime.
9 comentários
Querida Rita, muito obrigada pelo seu texto.
Acho muito importante os dentistas serem mentes abertas.
Como cientista pergunto-me porque é que andamos à luta com fações anti-fluor e pro-fluor e simplesmente não arranjamos uma alternativa consensual. Sabemos que o fluor tem toxicidade, ponto!
Há vários estudos que identificam o xilitol como alternativa assim como já há pastilhas elasticas só com xilitol na farmácia para prevenir cáries.
Parece-me que o fluor começa a entrar na questão dos lobbies.
Tem alguma opinião formada sobre o xilitol nas pastas?
É um componente natural e não tóxico.
Obrigada mais um vez pelo seu input e mente aberta, como todos os cientistas devem ser.
Existem várias pastas sem flúor no mercado português, de marcas de cosmética biológica, que têm a vantagem adicional de não incluir os ingredientes tóxicos presentes nos dentífricos mais “comerciais”. São ideais para bebés que engolem tudo (como o meu filho) pois são completamente seguras. Um exemplo é a Weleda, uma marca já bem conhecida. (Encontra-se em várias lojas físicas ou online ex. http://www.green-goji.com).
Muito Obrigada, João.
Realmente não me alonguei nas pastas não fluoretadas e quem vive fora dos grandes centros tem dificuldade em encontrar algumas delas.
Olá João!
Só uma nota. Cuidado com algumas destas pastas que contêm óleos essenciais, que apesar de serem naturais e terem benefícios não são indicados para bebés. Eu não colocaria mesmo em pequenas doses. Só um ponto de vista 😉
Aos 9 meses a pediatra do meu filho recomendou escovar os dentinhos com pasta dentífrica com pelo menos 1000ppm, cerca de uma ervilha em quantidade. Quando fui para comprar fiquei estupefacta e muito confusa não sabendo qual adquirir, pois há pastas para adultos que não têm tanto fluor. Acabei por comprar uma pasta dos 2 aos 6 anos com essa tal quantidade de fluor, mas pergunto-me se terei tomado a melhor opção…
Qual o motivo de não se poder bochechar após a escovagem? E essas dicas são para adultos e crianças ou só para crianças?
Carla, estas dicas também são boas para os adultos. O motivo pelo qual desaconselho o bochecho com água no final da escovagem é para não remover a pasta que fica na superfície dos dentes. A pasta tem componentes que promovem a mineralização dos dentes assim como a limpeza ideal e a saúde oral. Se a removermos com água reduz drasticamente todas as vantagens que nos levaram a comprar essa mesma pasta. No caso das crianças quanto menos água menos brincadeira e menos tentam comer a pasta porque não fará tanta espuma, consequentemente será mais fácil ver os dentes e escová-los.
Na realidade, estudos indicam que com a evaporação da água (fervida) o ião Flúor mantem-se activo. Quanto mais tempo estiver a água a ferver (que muitos Pais mantêm para ser “melhor esterilizada”) maior será a evaporação. Estando o ião Flúor presente também nos leites adaptados a bebés pode atingir níveis tóxicos para a criança.
Por exemplo, o estudo de Hélvion Ribeiro pesquisou a presença e o teor de flúor, em água de abastecimento público submetida a ebulição, em três tipos de recipiente, e tempos diferentes de permanência a 100ºC, concluindo que o flúor se mantém quando a água ferve, e se concentra quando a mesma é mantida em ebulição (AU)
Como é que ferver a água aumenta a quantidade do ião? De onde vem os novos átomos?