
Comunicar com os filhos de forma positiva e eficaz
Comunicar com os filhos de forma positiva e eficaz
Uma comunicação eficaz está na base de uma relação equilibrada e saudável, revestindo-se de maior importância quando falamos da relação entre Pais e Filhos. É através da comunicação que expressamos aos outros o que queremos, o que sentimos, o que não gostamos, o que precisamos e é graças a ela que podemos atingir a sensação de que somos plenamente compreendidos e respeitados.
Frases que surgem recorrentemente no discurso dos pais
“Porque é que ele não me ouve?”, “Não liga nada ao que eu lhe digo!” ou “Tenho que repetir a mesma coisa mil vezes!”, são frases que surgem recorrentemente no discurso de Pais e Mães, de crianças ou adolescentes, como reflexo da dificuldade que muitas vezes sentimos em chegar aos nossos filhos através das palavras.
Comunicar com os filhos: trabalhar a forma como falamos e o que dizemos
Se os nossos filhos não nos escutam, não falam connosco ou a muito custo cumprem as ordens que lhes damos é porque algo está mal na forma como comunicamos uns com os outros. Talvez aquilo que dizemos, ou como o dizemos, não traduza corretamente o que realmente queremos expressar, resultando no incumprimento de uma regra ou ordem, ou mais grave ainda, influenciando negativamente a relação que estamos a estabelecer com os nossos filhos.
Porque a forma como falamos é tão ou mais importante como o que falamos, seguem-se algumas estratégias facilitadoras de uma comunicação mais positiva e eficaz entre Pais/Filhos:
– Diga o que quer que o seu filho faça e não o que não quer
Sempre que a criança adotar um comportamento desadequado, pense num comportamento alternativo desejável e formule estão a frase.
Em vez de dizer “Não faças tanto barulho.”, diga “Estás a incomodar-me com os teus gritos. Brinca sem fazeres tanto barulho.”
Em vez de dizer “Não deixes os teus brinquedos desarrumados.”, diga “ Gostava que arrumasses os teus brinquedos.”
– Não diga tantas vezes NÃO
O não talvez seja a palavra que mais usamos quando falamos com os nossos filhos. O não e o despacha-te.
Para dizermos mais vezes sim temos que ser mais flexíveis, estarmos abertos à negociação e, acima de tudo, sermos mais criativos para podermos dar alternativas ou escolhas aos nossos filhos. Como? Assim:
Em vez de dizer “Já te disse que hoje não há gelado para a sobremesa.”, diga “Hoje temos fruta para a sobremesa. Melancia ou pêssego. Tu escolhes.”
Em vez de dizer “Agora não podes jogar no telemóvel.”, diga “Podemos fazer juntos um puzzle ou um desenho. O que preferes?”
– Reduza o número de ordens
Está provado que filhos de pais que recorrem excessivamente às ordens desenvolvem mais problemas de comportamento.
Para aumentar a colaboração e empatia dos nossos filhos para connosco é importante darmos alguma liberdade para que as crianças possam decidir certo tipo de coisas sozinhas, diminuído, ao mesmo tempo, o número de ordens que damos lá por casa.
Evite dar ordens relativamente a aspetos que considere que não são assim tão importantes, como por exemplo, qual a t-shirt que a criança deve vestir, com que jogo deve brincar, que desenho deve fazer, etc.
Não repita uma ordem quando o seu filho já a está a cumprir, como dizer “Veste-te.”, quando a criança já se está a vestir ou “Come.”, quando o seu filho já está a comer.
– Avise previamente que vai chegar o momento de cumprir uma acção
Porque a concepção temporal das crianças em muito difere da dos adultos, sendo muito fácil elas se perderem no tempo, sempre que possível prepare-as para a transição de uma acção, avisando-as previamente de que algo vai acontecer a seguir, principalmente se elas estiverem a fazer algo de que gostam.
Assim, alerte-as para que “Daqui a 5 minutos temos que ir tomar banho.” ou “Tens mais 10 minutos para brincar, porque depois temos que ir jantar.”, e não exija obediência imediata.
Quando o fizer, opte por estar junto da criança, evitando gritar a ordem numa outra divisão da casa, certificando-se assim de que a criança ouviu e entendeu o que lhe está a dizer.
– Dê ordens sem se zangar e sem ofender nem humilhar a criança
Mais vezes do que com certeza gostaríamos, porque estamos cansados, fartos ou irritados, acontece que ao chamarmos à atenção aos nossos filhos fazemos uso da crítica negativa, transformando um simples comentário num verdadeiro ataque à criança, resultando em frases do género “És mesmo irresponsável! Todos os dias tenho que te mandar fazer os TPCs” quando um simples “Não te vejo a fazer os TPCs.”, bastaria.
Se desejamos comunicar positiva e eficazmente com os nossos filhos, é fundamental que estejamos muito atentos à forma como os chamamos à atenção para algo que está menos bem ou quando lhe damos uma ordem, sem ofender ou humilhar, expressando-nos de forma educada e respeitosa.
Boas Comunicações
imagem@detinjarije
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