Como ensinar os filhos a comunicar sem interromper

Como ensinar os filhos a comunicar sem interromper

Como ensinar os filhos a comunicar sem interromper

Quando os meus filhos me querem dizer alguma coisa (seja o que for), simplesmente chegam ao pé de mim, interrompem o que estou a fazer e começam a falar! Posso estar a conversar com alguém, estar ao telefone ou estar na casa de banho – é lhes indiferente. O importante é dizer o que têm a dizer. E antes que lhes consiga dizer que não se interrompe, ou que estou a meio de, já a procissão arrancou!

Sabemos que é frequente uma criança interromper uma conversa de adultos e querer ser ouvida de imediato. Mesmo quem não é mãe, com certeza, já presenciou essa situação alguma vez. Mas o que fazer para controlar este comportamento impaciente dos nossos filhos?

As crianças pequenas não têm autocontrole e noção sobre o que é realmente importante.

Gostam e querem ser atendidas no exato momento em que querem falar. Por isso, o primeiro passo é conversar, ensinar e explicar que não se pode interromper conversa ou acção sempre que lhes apetece.

Há tempo li no Blog An Every Day Story um texto a propósito das interrupções espontâneas das crianças que achei genial:

“Estava a conversar com uma amiga, quando o seu filho de 3 anos chegou e queria dizer alguma coisa.

Então, em vez de interromper, colocou a mão no pulso da minha amiga, e ficou à espera. A minha amiga deu-lhe a mão para que soubesse que estava a ser notado. Quando acabou o que estava a dizer, voltou-se para ele para que pudesse falar!

Eu fiquei em êxtase! Tão simples, tão gentil…Uma forma de respeito mutuo! O seu filho apenas teve de esperar uns segundos para ser atendido, e depois teve toda a atenção da mãe.”

Resolvi experimentar esta técnica.

Foi inacreditável como os miúdos aderiram logo e deixaram de interromper as nossas conversas quando queriam falar. Mas com o tempo nem tudo se revelou ser assim tão simples: porque se essa mãe tinha um filho, eu tenho 5. Não há pulso nem braço que chegue para albergar quatro mãos imundas e transpiradas a lutar por atenção (o bebé ainda não entra na fila de espera) Tivemos de começar por definir algumas regras:

Regra nº 1

Quando a mãe está a falar e algum dos manos já está com a mão no pulso à espera de vez para falar, os restantes deverão esperar de mão dada com o da frente, e a mãe vai atender todos ao mesmo tempo pela ordem da corrente.

Regra nº2

Se for uma emergência, não tem de esperar na corrente, passa à frente.

Duvidas: Colocar a mão no pulso para fazer a pergunta e seguir as regras nº1 e nº2.

-O conceito de emergência teve de ser, obviamente, trabalhado durante os nossos jantares. Tem vindo a ser definido em conjunto. O miúdos sugerem e nós, os pais, aprovamos ou não a situação como caso de emergência.

Até agora foram aprovadas como “situação de emergência”

Vontade de fazer (ou fazer) xixi ou cocó, partir um dente, cair na lama, chorar à frente dos amigos, vomitar, deitar sangue, ter ranho até ao queixo, ser gozado ou empurrado, pisar cocó.

Foram chumbadas as propostas de “situação de emergência”

Estar a apanhar seca, querer jogar ao telemóvel, ter comichão nas costas, contar um episódio que aconteceu na escola, ter fome ou sede, ver uma borboleta ou qualquer outro animal no parque.

Com estas regras, tem sido muito mais tranquilo conviver com amigos quando estamos em família. As interrupções são cada vez menos, e apresentam-se de forma mais ordenada, sem confusões, gritaria nem atropelamentos!

E o curioso é que sentimos os miúdos mais confiantes porque se sentem felizes por conseguirem dizer tudo o que querem e por terem a atenção completa dirigida a eles nesse momento. Ao invés de serem “corridos” ao fim de 3 ou 4 evitáveis interrupções.

A técnica da mão no pulso ensina-os a esperar e a ser pacientes.

E ensina-os, também, a escolher o que querem realmente comunicar connosco, tornando-os mais autónomos. Já não vão interromper 10 vezes para dizer que têm areia nos sapatos. Vão resolver o problema, porque é mais fácil e mais rápido do que esperar para ser atendido!

Experimente e diga-nos os resultados.

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8 thoughts on “Como ensinar os filhos a comunicar sem interromper
  1. Nós dizemos tanta coisa nesta fase, e tentamos arduamente “não! ele tem de perceber que tem de esperar” – “Já te disse que não se interrompe os adultos” – “Não te metas nas conversas”.

    E sinceramente, não é esta a fase dos jogos, das ideias, do “olha que fixe”. Pq não experimentar?
    Eu prefiro em vez de ter de gritar, mandar vir ..

    Vou experimentar com o meu de 5. Se funcionar digo 😉 Se achar ridículo, digo também 🙂

    1. Obrigada Raquel! Eu experimentei com uma de seis e resultou muito bem… Ela nunca se esqueceu de pôr a mão na minha mão para falar…. Eu por vezes é que estava tão animada na conversa que acabava por não me aperceber, achava só que estava a dar-me a mão. Mas nós combinamos na mão, e de facto o pulso deve ser melhor para não haver esta confusão! Esperamos que corra bem! Conte-nos tudo!

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