
Como identificar um pedido de ajuda de uma criança
Como identificar um pedido de ajuda de uma criança
As crianças comunicam de todas as formas e muitas vezes, comunicam muito mais através do comportamento, do corpo e da relação do que através das suas palavras.
A verdade é que os pais, por norma, têm uma sensibilidade fora do vulgar relativamente aos filhos.
Conseguem sentir quando é que os filhos estão a apresentar dificuldades para lá do razoável. No entanto, é também frequente que os pais acabem por se inibir de procurar ajuda especializada. Por um lado, porque isso os confronta com uma potencial falha da sua parte; por outro lado, porque acreditam que a dificuldade que agora se está a expressar “vai passar com o tempo”.
No entanto é inequívoco que, quanto mais cedo houver intervenção em determinadas fragilidades, mais fácil será reverter o processo e minimizar o impacto dessas fragilidades no dia a dia de uma criança e da sua família.
Assim, é fundamental que os pais possam olhar para todos os sinais de uma criança e ouvi-los atentamente, de forma a, agir sempre que uma criança pede ajuda, mesmo que não o faça através das palavras.
Neste sentido, no contexto emocional e de saúde mental, por norma, os principais pedidos de ajuda de uma criança passam por:
– Dificuldades na relação com os outros
Por exemplo, uma criança isolar-se ou, por outro lado, apresentar comportamentos mais agidos e agressivos em direção a outras crianças ou adultos.
– Quebra do rendimento escolar
Dificuldades de concentração, dificuldades de atenção, negativas consecutivas ou falta de motivação.
– Dificuldades em gerir emoções
Medos excessivos, períodos de tristeza, insegurança, agitação e tiques.
– Dificuldades alimentares
Seja por rejeição ou seletividade alimentar, seja por ingestão excessiva de alimentos.
– Dificuldades em controlar os esfíncteres (chichi e cocó)
Seja no período noturno ou no período diurno.
Assim, é essencial nunca esquecermos que há sinais determinantes que nos indicam que uma criança está com dificuldades em lidar com tudo aquilo que sente e vivencia e que, por isso, precisa de ajuda especializada. Neste sentido, sempre que uma mãe, ou um pai, são capazes de pedir ajuda, apenas revelam que estão atentos aos seus filhos e que, com coragem, lhes garantem o melhor para o seu desenvolvimento e bem-estar.
Por Cátia Lopo & Sara Almeida, Psicólogas Clínicas
No mundo infantil, a Escola do Sentir prima e anseia por uma educação holística, focada na criança/adolescente, alicerçada numa intervenção com pais e numa forte vertente de intervenção social e comunitária.