Babywearing: como usar um porta-bebés?

Babywearing: como usar um porta-bebés?

“Vejo as outras mães a usar um porta-bebés e eu não consigo adaptar-me! Não sei como usar um porta-bebés!”

Babywearing: como usar um porta-bebés?

Para alguns, o Babywearing pode parecer um filme, mas não é.

“Babywearing” é uma expressão moderna para uma prática – podemos até dizer uma arte – ancestral: há milénios que em muitos países, sobretudo em África e na Ásia, os bebés são transportados junto ao corpo do adulto (geralmente, a mãe) através de um pano ou uma estrutura semelhante onde se encaixa a criança. Isto para não falar de tempos ainda mais remotos, onde, na Pintura, vemos mulheres da Antiguidade  representadas a carregar o bebé num pano junto ao corpo.

Para o bebé, os benefícios são mais que muitos:

  • Fica mais calmo, logo chora menos;
  • Tem o contacto pele com pele, tão mágico nos primeiros tempos;
  • Estímula as próprias respostas físicas dos bebés (mesmo os prematuros, que nascem com um sistema nervoso mais frágil) tais como batimento cardíaco, respiração e movimento;
  • Alívio das cólicas;
  • Pode atenuar a displasia da anca.

Mesmo os bebés prematuros, quando são tocados e mantidos junto à mãe, ganham peso mais rapidamente e são mais saudáveis ​​do que os que não recebam o mesmo estímulo.

Mas usar um porta-bebés requer, efetivamente, alguns mínimos: é preciso perceber minimamente como utilizar, ter alguma paciência e sobretudo vontade/prática para colocar o  bebé.

Existem vários tipos de porta-bebés, desde os panos às mochilas, passando pelos slings, mei-tais, tudo-em-um, etc, e cada um pode ser fantástico, consoante a situação e a etapa do desenvolvimento da criança.

A escolha é absolutamente pessoal.

Tem a ver com a utilização que pretende dar, com a idade e peso do bebé, com o seu estilo de vida, o número de utilizadores, o orçamento, e ainda o gosto pessoal. Por isso, é  realmente fulcral experimentar antes de escolher.

A segurança é, obviamente, um ponto chave. O porta-bebés tem de ser simultaneamente confortável e seguro – tanto para quem carrega o bebé como para o próprio bebé.

Há algumas regras básicas:

  • O bebé tem de estar com o rosto sempre (sempre!) visível;
  • A cabeça do bebé deve estar à distância de um beijinho
  • o bebé deve ter o queixo afastado do peito, para a cabeça não pesar sobre o próprio pescoço, evitando uma eventual obstrução respiratória
  • o porta-bebés tem de ser ergonómico

Estar «à distância de um beijinho», expressão sobejamente utilizada na linguagem do babywearing, significa que a cabecinha do bebé deve estar à altura do nosso externo, podendo nós facilmente dar um beijo ao bebé pela simples aproximação dos lábios, sem esforço.

E quando se fala de ergonomia, referimo-nos à posição em que ficam as pernas do bebé: deverão estar abertas, em M, com os joelhos ligeiramente acima do nível do rabinho, como se fosse uma rã. Esta é a posição em que o fémur encaixa corretamente na anca, promovendo-se assim o bom desenvolvimento da estrutura óssea.

No fundo, o bebé vai mantendo a posição que tinha no útero, mas simplesmente vai alargando o ângulo. Ora, um porta-bebés em que o bebé vá com as perninhas penduradas, como infelizmente ainda se vê com frequência, não é um porta-bebés ergonómico.

Outra dica para quem experimenta um porta-bebés pela primeira vez é: garanta que o bebé reune as condições no momento.

Ou seja: se o bebé tem fome, sono, cansaço, fralda por trocar…não é o momento ideal para o colocar num porta-bebés. É altamente provável que desate a chorar, sem vontade alguma de ser manipulado.

Outro fator a ter em conta é: tente estar calma/o quando experimenta o porta-bebés com o bebé. Não desista logo caso o bebé chore. Experimente colocá-lo, confirmando que está tudo bem, e comece a caminhar. O bebé, tipicamente, acalma de imediato. Quando ficamos pouco confiantes, o bebé capta e torna-se difícil para ambos.

Não correu pelo melhor à primeira?

Não desanime. Continue a tentar. Seja dali a umas horas, dali a uns dias… Se estiver com alguém que entende de Babywearing, poderá certificar-se se o bebé está bem colocado e se é necessário ajustar um pouco mais aqui ou ali.

Uma vez feito o «click», como se costuma dizer, o babywearing pode tornar-se uma habilidade tão simples e natural como atar os sapatos.

Este mês celebra-se a Semana Internacional de Babywearing, por isso, aventure-se neste universo onde quem ganha, acima de tudo, são os bebés. E os benefícios vão repecurtir-se durante anos e anos…

Happy International Babywearing Week!

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