
Comunicar eficazmente com os filhos sem ferir a sua autoestima
Comunicar eficazmente com os filhos sem ferir a sua autoestima
Como transmitir ordens sem ferir a sua autoestima
Um dos principais motivos que leva os Pais a frequentarem os Workshops de Parentalidade Positiva prende-se com as dificuldades em chegar aos filhos através das palavras.
Como mudar a forma como comunicamos?
É comum os Pais, após a realização do exercício de tomarem pequenas notas das conversas que tiveram com os seus filhos nas últimas 24 horas, constatarem que dizem muitas coisas que não gostariam de dizer às suas crianças e adolescentes, ouvindo tantas outras com as quais também não se sentem nada satisfeitos. Também é recorrente os Pais se queixarem que, não poucas vezes, as conversas facilmente se transformam em discussões e que os seus filhos não lhes contam as coisas.
Na verdade ouvirem-se a si próprios já representa um progresso. É o primeiro passo para a mudança. Uma vez que qualquer processo de mudança não é possível sem esforço e determinação, comece por pequenas alterações:
1.º Ouça com muita atenção e de forma empática.
Quando a criança estiver a falar consigo deixe o que está a fazer, olhe para ela e não se limite a anuir. É muito mais fácil contar os problemas a um Pai que está realmente a ouvir. Nem precisa de dizer nada. Muitas vezes, um silêncio complacente é só o que a criança precisa.
2.º Em vez de fazer perguntas e dar conselhos sobre o que a criança lhe está a transmitir, demonstre que está a ouvir.
É difícil para uma criança pensar com clareza ou construtivamente quando está a ser interrogada, acusada ou aconselhada. Um simples “Oh…”, “Hum…” ou “Estou a ver” por si só pode ser uma grande ajuda. Palavras deste tipo acompanhadas de uma atitude preocupada convidam a criança a explorar o que pensa e o que sente, e talvez a arranjar sozinha uma solução para o seu problema sem a intervenção dos pais.
3.º Não negue ou contrarie o que o/a seu/sua filho/a sente.
- “Não chores. Também não dói assim tanto.” ;
- “Estás a fazer disto um bicho de sete cabeças” ;
- “O teu irmão nunca se queixa quando leva injeções.”
- “Estás a portar-te como um bebé.”
As suas palavras devem demonstrar que está mesmo a ouvir e que aceita o que a criança sente.
Por exemplo:
- ”Isso deve ter doído” ;
- “Hum, foi mesmo mau.” ;
- “É daquelas dores que só desejas ao teu pior inimigo” ;
- “Não é fácil levar estas injeções todas as semanas.
- “Aposto que vais ficar todo contente quando acabarem.”
As crianças não precisam que concordem com o que elas sentem; precisam que compreendam o que elas sentem.
4.º Satisfaça o desejo da criança em fantasia
O que lhe sugerimos é que, quando assim for possível, satisfaça o desejo da criança em fantasia. Por exemplo: o seu filho, que adora astronomia, pede-lhe incessantemente um telescópio novo. Tem um mas considera que já está ultrapassado. Em vez de iniciarem uma discussão sobre o seu (caro) pedido demonstre-lhe que ouviu o seu desejo. Diga-lhe “Estou a ver que gostavas muito de ter um telescópio de 200 polegadas.” E continue: “Sabes do que eu gostava? Gostava de ter dinheiro para te comprar. Não, gostava de ter dinheiro para te comprar um telescópio de 400 polegadas. Mais, de 600 polegadas. E veríamos as estrelas e os planetas todas as noites. Seria mesmo divertido.”
Por vezes, só o facto de a outra pessoa entender que queremos muito uma coisa torna mais fácil encarar a realidade.
5º. Dê ordens sem ofender ou humilhar a criança.
Exemplificando: Apesar de estar estabelecido nas regras da família que os trabalhos de casa são para serem feitos antes do tempo de brincadeira e convívio familiar, o seu filho protela sistematicamente esta tarefa. Os pais, desgastados por terem que estar sempre a relembrar a criança que tem que fazer os deveres, acabam por proferir algo do género:
Comunicar eficazmente com os filhos sem ferir a sua autoestima
5 formas diferentes de chamar a atenção da criança sem a ofender ou humilhar. Desta forma fomenta-se um clima de respeito em que o espírito de cooperação pode começar a aumentar.
- Descreva o que vê: “Não estás a fazer os TPC!”
- Informe: “Amanhã vais ter falta na escola porque não fizeste os TPC”
- Comente com uma única palavra: “TPC”
- Descreva o que sentiu: ” Não gosto de estar sempre a lembrar-te que tens de fazer os TPC”
- Escreva um recado: Deixe um recado colado na TV: “Antes de me ligares pensa se já concluíste os TPC hoje!”
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