Devemos obrigar as crianças a cumprimentar com beijinhos?
Muito se fala sobre obrigar ou não as crianças a dar beijinhos.
A questão aqui não é dar um ou dois beijinhos. É obrigar ou não a criança a beijar outra pessoa contra a sua vontade.
Afinal de contas o que é um beijinho se não um cumprimento?
Um gesto de carinho?
A questão é que queremos que as nossas crianças distribuam beijinhos aos avós, bisavós, tios, amigos, amigos dos amigos. Exigimos que os dêem a toda a gente. Porque é mesmo “educadinho” e “fofinho” e “queridinho” e uma série de outros adjectivos terminados em -inho.
Por ser um assunto que me inquieta comprei recentemente uma história infantil com a qual não me identifiquei e rapidamente estabeleci a minha opinião sobre o assunto.
Não falo apenas da questão do corpo, relativamente aos abusos. Por ensinarmos as crianças que desde cedo têm de fazer com o seu corpo o que não querem.
Só que o beijo é um ato enorme de carinho e intimidade.
Será que também temos necessidade e vontade de dar beijinhos a todas as pessoas? Mesmo agora, enquanto adultos, quantas vezes chegamos a uma festa e pensamos “Oh não! Não queria nada cumprimentar A,B ou C”. Mas cumprimentamos. Por causa dos nossos filtros e crenças.
Mas a criança não o entende dessa forma. Ainda não estabeleceu esse tipo de crenças e por isso se não tem vontade não vê necessidade.
Mas o cumprimento é um ato social, dirão alguns. De boa educação.
Certo!
É por isso que lhe direi que tem sempre de saudar e de se despedir das pessoas.
Só não terá de o fazer sempre com um beijo.
Porque um Olá com um sorriso é muito mais saboroso do que um beijo contrariado.
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Mãe de uma menina de 3. Licenciada em Terapia Ocupacional. Com Pós Graduação e Especialização na área da Intervenção Familiar.
Certificada em Parentalidade e Educação Positivas e em Inteligência Emocional e Social. Com formação avançada em aconselhamento parental. Apoia crianças e famílias no reconhecimento das suas emoções e na construção de relações mais positivas e saudáveis.