Crianças que têm menos brinquedos são mais criativas
Se tem filhos conhece certamente os filmes Toy Story de trás para a frente!
À parte do enredo, efeitos de animação ou peripécias vividas pelas personagens, a melhor mensagem que retiro de Toy Story tem a ver com a importância e o impacto que um brinquedo pode ter na vida de uma criança.
Quem não se lembra do carinho e devoção de Andy pelo seu brinquedo favorito, o cowboy Woody?
Apesar de se tornar obsoleto ou fora de moda com o passar dos anos, Woody será sempre aquele brinquedo especial que marcou a infância de Andy. Apesar da concorrência de outros brinquedos, é o cowboy de corda que tem sempre o protagonismo nas brincadeiras do rapaz. Andy não vive sem o seu boneco. E o seu boneco não existe sem Andy. Nos filmes Toy Story todos os brinquedos falam e têm vida, num mundo paralelo ao dos humanos.
Agora reflita: se os brinquedos falassem, o que nos diriam?
- Sentem que existem realmente e dão vida à imaginação da sua criança ou são apenas meros objetos que se vão acumulando lá por casa?
- São valorizados e apreciados ou postos de parte com frequência?
- Ocupam bem o tempo de brincadeira ou esgotam-se em 5min?
- Têm potencial para brincadeiras diferentes a cada vez que são usados ou tornam-se aborrecidos em pouco tempo?
- São estimados ou descartados com facilidade?
- São únicos ou apenas mais 1 em 1000?
- O que pensa acerca da relação Quantidade – Qualidade?
- Como classificaria a qualidade do tempo de brincadeira dos seus filhos?
- Quais as hipóteses de existir um Woody na vida das suas crianças?
Ter muitos brinquedos não é mau. Ter menos brinquedos é melhor.
Mas ter muitos brinquedos disponíveis de uma só vez, poderá provocar excesso de estimulação e superexcitação. A criança tende a dispersar-se na quantidade de brinquedos, alternando entre um e outro sem explorar todo o potencial que cada brinquedo, individualmente, tem para oferecer. Demasiados brinquedos de uma só vez causam distração e reduzem a qualidade do brincar. Por outro lado, se houver uma quantidade menor de brinquedos à disposição, a criança tem oportunidade de os explorar devidamente e com eles criar um tempo de brincadeira muito mais enriquecedor.
Menos é mais!
Estabeleça um sistema de rotatividade dos brinquedos: todas as semanas (ou outra periodicidade que considere melhor), ponha à disposição da criança um conjunto selecionado de brinquedos. Na semana seguinte selecione um novo conjunto, e assim sucessivamente. Os brinquedos “velhos” depressa se tornarão novidade outra vez! Dependendo da idade da criança, a seleção pode e deve ser feita com a participação da mesma.
Sabia que…
- a duração do tempo de brincadeira é maior e melhor com apenas 4 brinquedos do que com 16
- com menos brinquedos as crianças criam melhores e mais variadas formas de brincar
- com menos brinquedos a brincadeira é mais profunda, consistente e sustentada
- menos brinquedos favorecem o desenvolvimento cognitivo
Se o seu filho tem um ou mais brinquedos favoritos ou de estimação, é sinal que teve oportunidade para estabelecer ligação com eles, perceber-lhe as características, dedicar-lhes tempo e criar diferentes brincadeiras com eles.
Agora pergunto-lhe:
- Qual era o seu brinquedo favorito?
- Ainda o tem?
- Para onde foi?
Se ainda guarda algum consigo, mostre-o aos seus filhos e partilhe com eles a sua história e as brincadeiras que criou com eles. À semelhança do que acontece em Toy Story, pode ser que um dos seus velhos brinquedos ainda consiga uma segunda vida nas mãos e na imaginação dos seus filhos!
Contribuir para que as crianças se compreendam, se saibam expressar e superem os desafios que lhes são colocados no dia a dia, é o meu compromisso.
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