
Curvas de crescimento infantil – A importância do percentil
As curvas de crescimento são desenhadas através de uma avaliação exaustiva de grandes grupos de crianças que obedecem a critérios precisos de saúde, e regularmente actualizadas.
A partir desses dados, são feitas curvas, onde se situam medidas de acordo com sua frequência na população estudada.
O crescimento é um importante indicador do bem-estar de uma criança, pelo que é importante que a sua avaliação seja regular.
A interpretação da curva pode parecer complexa, pelo que se dá um exemplo: o bébé Manuel, de 3 meses está no percentil 50 de peso e de altura; o que significa esta afirmação? Significa que o bébé Manuel tem um valor de peso e comprimento igual ou superior a 50% dos bébés da sua idade e sexo, o que o coloca na média para esses parâmetros. Logo se for no percentil 10 estará abaixo da média e se for no 90 estará acima da média para a sua idade e sexo.
O crescimento da criança depende de factores genéticos, do ambiente, nomeadamente alimentares, de ordem psicológica e da presença de doenças.
Nos primeiros meses de vida, os valores do peso e do comprimento podem refletir, mais do que a tendência genética, a qualidade do meio uterino em que cresceu; assim uma criança gerada por uma mãe com HTA pode ser pequena e leve nos primeiros meses de vida e passar, depois a ser grande e/ou forte se a sua tendência genética o permite; o contrário também pode acontecer.
Se exceptuarmos os limites extremos das curvas (abaixo do percentil 10 e acima do percentil 95) em que cuidados especiais devem ser tidos em conta, o importante para cada criança, é que ela se desenvolva harmoniosamente na sua curva de percentil. O alerta de que algo não está bem será dado pela saída, mais ou menos brusca, dessa mesma curva.
Um atraso estaturo-ponderal pode ser a primeira manifestação de uma doença crónica ou de algo não está bem. Também o controlo da obesidade é um dos propósitos dessa vigilância.
Por Cláudia Constantino (Pediatra)
Cuidar de uma forma clara, válida e objetiva do casal e principalmente do bebé. A Healthy Mommy pretende melhorar a qualidade de vida da família.
É uma boa explicação para algo que realmente já reparei que poucas pessoas conseguem explicar e até já ouvi enfermeiros no CS dizerem a uma mãe que o bebé tinha de ter suplemento do leite porque ainda não tinha atingido o percentil 50 de peso! Há crianças pequenas e grandes! O mais importante é que o percentil do peso e da altura sejam proximos e evoluam no mesmo sentido! A minha filha ainda hoje com 2 anos não chega ao percentil 25, mas é identico em peso e altura. E se houvesse curva para a minha idade e do pai, provavelmente também não chegariamos, por isso não é por aí que ela não está saudável. É apenas pequena, como a maioria da familia!
Apenas uma correção técnica: quando diz “Significa que o bébé Manuel tem um valor de peso e comprimento igual ou superior a 50% dos bébés da sua idade e sexo, o que o coloca na média para esses parâmetros” – A primeira parte da frase está correta, mas a parte de o colocar na média para esses parametros não é correcta. Estatisticamente o percentil 50 corresponde à mediana (efetivamente o valor para o qual tem 50% da população abaixo e 50% acima), mas a média é um conceito diferente e pode ser mesmo muito dispar da mediana em alguns casos.
Pormenores matemáticos? Confesso que nunca pensei nisso, e faz todo o sentido. Mas não podemos alterar um texto de autor. O seu comentário fez-me rir (ou melhor, sorrir) no bom sentido. Ninguém se apercebeu, mas lembro-me perfeitamente de distinguir esses conceitos em Matemática! Obrigada pelo esclarecimento 🙂