
É muito difícil ser mãe de bebés fáceis.
É muito difícil ser mãe de bebés fáceis.
Não sei bem de onde surgiu esse conceito de bebés fáceis. Se nele reside algum pingo de verdade científica. Mas sei que é muito difícil ser mãe de bebés fáceis.
Um bebé fácil é quase sempre um bebé simpático, de sorriso declarado. Dorme a noite completa, ou a maior parte dela. Come bem e cresce dentro do que é esperado. Raramente resmunga. Muitas vezes não tem cólicas. Derrete o coração dos pais, familiares e amigos. É no fundo, o bebé com que qualquer mãe sonha.
O que muitas mães não sonham é que é muito difícil ser mãe de bebés fáceis.
É ver-se diminuída aos olhos dos outros porque “ele nem dá trabalho” ou “nem sabes o que é ter filhos”. É ver-se criticada, porque muitas vezes as frustrações dos outros moram em palavras e nos dedos que lhe são apontados.
Sentir que não pode acusar cansaço, lastimar uma noite mal dormida porque tem o melhor bebé do mundo.
É ser invejada pela forma como gere a vida e ter medo de dizer que o seu bebé não chora horas a fio, ou se adaptou bem a creche.
É ter de permanecer em silêncio porque não lhe é reconhecido direito de se queixar. De partilhar. Afinal, não tem “um bebé a sério”
É não poder falhar nunca. É ter de ser mais tranquila, bem disposta e bem cuidada do que as outras mães.
Sim! Ter um bebé fácil é demasiado difícil. Lamento.
As mães passarão sempre noites em branco, dias de cansaço extremo, dificuldades na adaptação às rotinas, uma vida com o coração apertado.
Só que, elas, as mães dos bebés fáceis têm de o fazer lindas, maravilhosas e de sorrisos nos lábios.
Seria ótimo se exigíssemos menos dessas mães. Porque como diz uma amiga minha : “Não existem bebés fáceis ou difíceis, porque não existem bebés iguais! “
Certificada em Parentalidade e Educação Positivas e em Inteligência Emocional e Social. Com formação avançada em aconselhamento parental. Apoia crianças e famílias no reconhecimento das suas emoções e na construção de relações mais positivas e saudáveis.
É isto que sinto vezes três!
Tive sorte muita sorte… E não tenho o direito de me lamentar quando ‘às vezes’ não tenho sorte. Sinto-me inferior e que não sou uma verdadeira mãe na real acepção da palavra.
Todas as mães que dão o seu melhor são mães reais! <3