Quem me dera que, um dia, a educação despertasse nas pessoas a mesma paixão que o futebol.
Quem me dera que fosse importante que as nossas crianças e jovens tivessem uma educação de qualidade. Que a descoberta e o conhecimento despertassem as mesmas emoções que um golo ou um cesto no último minuto.
Seria fantástico, não acham?
Quem me dera que pudéssemos aliviar os nossos professores e que fizéssemos da sua profissão um trabalho bem considerado e remunerado. Que víssemos o verdadeiro potencial das nossas crianças e que os professores pudessem ensinar da forma mais individualizada, acolhendo e ressaltando os pontos fortes de cada um dos seus alunos.
Quem me dera que um adolescente que demonstre paixão pelos livros despertasse a mesma expectativa nos pais e na sociedade que um adolescente que promete ser o melhor do mundo, o ouro, a prata, o bronze ou todos de uma vez. Quem me dera que os jornais que aludem a novas descobertas apostassem nos títulos e nas capas como uma publicação nos dias posteriores aos grandes jogos.
Enquanto lemos e pensamos nestes “quem me dera”, existem milhares de crianças que procuram um bocado de chão para poder ler um livro herdado, que olham para um caderno de notas e não sabem o que aconteceu. Milhares de crianças que se frustram com a matemática, milhares de análises que não compreendem, guerras que não conhecem. Guerras, preconceitos e crenças que enganam com sua intenção de seguir adiante, de sobreviver.
Está constatado que grande parte dos sistemas educativos do mundo são inadequados pela sua insuficiência. Limitam o estudo à escola e não partem do conhecimento das crianças para potencializá-los. Ainda que os meios sejam diferentes, a má educação está presente tanto nos países pobres quanto nos desenvolvidos.
A educação é a base da sociedade
O segredo do sucesso da educação finlandesa, é que suas atuações são caracterizadas pela consideração com o professorado que foi selecionado e aos quais são oferecidos meios para que se possam converter em instrutores maravilhosos.
Assim, a garantia que a educação deve oferecer é a de instruir cada criança de acordo com o seu potencial. Assegurar que cada pessoa se possa superar em vez de se criar atividades generalizadas que não deixam margem a qualquer adaptação mas sim lugar a muitas frustrações, a muitos aborrecimentos, a notas desastrosas e a perdas que são difíceis de quantificar pela sua importância para a sociedade, para a espécie ou para o planeta.
O melhor sistema educativo é o que consegue fazer os estudantes irem mais além. Melhorarem os seus resultados, individualizando e flexibilizando o currículo que é proposto. Ou seja, transformar em realidade uma proposta educativa baseada no conceito vygostkiano de capacidade e de potencial.
Com isto não queremos dizer que deveríamos deixar de nos emocionar com o desporto. Seríamos tolos se não entendessemos que, além do seu componente lúdico, é uma fonte de diversão e um contexto perfeitamente válido para a formação de valores. Uma equipa não seria boa se os seus componentes não entendessem a importância da cooperação. Se não colocassem em prática o princípio de Gestalt de que o todo é muito mais que a soma das partes.
É um milagre que a educação sobreviva ao nosso sistema educativo
A educação, tal como se define em termos de recursos e de conceito, hoje está em déficit na maior parte do planeta. Einstein, um dos maiores génios da história, afirmou que é um milagre que a curiosidade humana sobreviva à educação regrada.
Vamos concordar que alguma coisa está errada, e que isso não vem de agora. Por que razão uma criança de 4 anos faz mais de 100 perguntas por dia e uma criança de 10 começa apenas a preocupar-se com as respostas dos testes? Parece-me óbvio que, enquanto sociedade estamos a cortar as asas às nossas crianças. E isso não acontece apenas na escola.
Se uma criança não consegue aprender através do método que foi traçado para todas as crianças da sua idade, então deve-se perceber como chegar a este aluno, como trabalhar com ele.
O verdadeiro direito não é o de sermos iguais, mas sim o de sermos diferentes e sermos tratados como tal, a começar pela educação.
Em A Vida é maravilhosa, adaptado por Up To Kids®
imagem@her.ie
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