Presença é o melhor presente que podemos dar.
Somos diariamente corrompidos pela rotina, pelo tempo, pela pressa, pela exigência, pela responsabilidade. Sem nos apercebermos, desligamo-nos facilmente de nós próprios. Desligamo-nos daqueles com quem mais queremos estar. Desligamo-nos dos nossos filhos.
As múltiplas exigências da vida diária e os diferentes papéis que nós, mulheres, assumimos diariamente fazem-nos, muitas vezes, pender entre um papel e outro sem que nos enraizemos verdadeiramente em nenhum. Estamos no trabalho a pensar nos filhos, estamos com os filhos a pensar no trabalho. Corremos entre um lugar e outro a pensar no supermercado ou na roupa que temos que estender quando chegarmos a casa. Este desligamento do momento presente reflete-se em tudo o que fazemos e impede que a nossa energia seja colocada integralmente no que estamos a fazer naquele tempo e naquele espaço.
Isso afeta profundamente as nossas crianças e a relação que com elas estabelecemos.
Na correria que caracteriza toda a rotina entre a saída do trabalho, o trânsito até à escola, a ida para casa e quando aqui chegamos…os banhos, os jantares, a preparação para o dia seguinte, a qualidade do tempo que disponibilizamos às nossas crianças é muitas vezes comprometida. Esta desconexão com o Aqui e o Agora nos momentos em que estamos com os nossos filhos, é muito perspicazmente por eles captada e fá-los agir de modo a trazer-nos à nossa verdadeira e genuína Presença.
Birras, choros e conflitos com os irmãos são, grande parte das vezes, tentativas de trazer para o presente o nosso foco e a nossa energia total. E conseguem! Quando nos irritamos, zangamos e ralhamos estamos a fazê-lo plenamente.
Não estamos a pensar em mais nada! Estamos a viver aquele momento com eles na sua plenitude. De corpo e alma. Da pior forma, sim. Mas estamos integralmente presentes.
Absortos no Aqui e no Agora daquela situação. É só isso que eles nos pedem. E é tão fácil fazê-lo sem que eles nos peçam desta forma. Basta fechar a torneira dos múltiplos pensamentos correntes e dedicarmo-nos inteiramente ao momento com eles. Sentindo-nos, sentindo-os.
Aqui. Agora. Basta focarmo-nos e envolvermo-nos totalmente naquele momento. Basta sermos, basta estarmos. Em Presença. A presença de entrega total à partilha daquele momento, como se nada mais existisse. É só isso que eles querem. É só isso que eles precisam.
E nós também.
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Nesta permanente procura , dedicou-se ao estudo consciência Humana, tendo-se formado em Psicologia Clínica e feito várias formações no âmbito desta temática.