Proposta para reduzir tamanho das turmas foi aprovada
O Parlamento aprovou nesta sexta-feira um conjunto de propostas de vários partidos estipulando um número máximo de alunos por turma na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário.
“Os Verdes” (PEV), Partido Comunista Português (PCP), Bloco de Esquerda (BE), CDS-PP e PS apresentaram esta sexta-feira no Parlamento projectos relativos à dimensão das turmas no ensino público e todos foram aprovados. Agora, estes diplomas vão baixar à Comissão de Educação e Ciência, para que se possa encontrar uma redacção que reúna o acordo dos vários partidos.
O PCP, o PEV e o Bloco de Esquerda apresentaram projectos de lei que estabelecem números máximos de alunos por turma, com algumas ligeiras diferenças entre eles. O texto do PEV, por exemplo, prevê um máximo de 18 crianças nas turmas do pré-escolar e, em caso de turmas com crianças com necessidades educativas especiais ou NEE (que não podem ir além das duas), o número de alunos terá de se ficar pelos 14.
Do 1.º ao 4.º ano as turmas não deverão ter mais de 19 alunos (actualmente podem ir até aos 26) e, entre o 5.º e o 9.º ano, não podem ter mais de 20. Actualmente, as turmas dos 5.º ao 12.º anos de escolaridade são constituídas por um número mínimo de 24 alunos e um máximo de 30 alunos. A proposta do PEV é semelhante à do PCP que, no entanto, admite um total de 19 alunos por docente no pré-escolar.
No projecto que “estabelece medidas de redução do número de alunos por turma visando a melhoria do processo de ensino – aprendizagem” os comunistas prevêem ainda que as turmas só com crianças de três anos, não possam ir além dos 15 alunos. Esse deverá ser também o máximo observado para as turmas com crianças com NEE (que não devem ser mais de duas), seja no pré-escolar, no 1.º ciclo, ou no 2.º ciclo. No 3.º ciclo o limite sobe para 17 alunos.
“Práticas lectivas assistidas”
O projecto de lei do Bloco também contempla 19 alunos por turma no pré-escolar (15 alunos nas turmas com crianças com necessidades educativas especiais) e 20 alunos por turma no 1.º ciclo (do 1.º ao 4.º ano). Já para as turmas entre o 5.º e o 12.º ano, os bloquistas entendem que devem ter um mínimo de 18 e um máximo de 22 alunos. Se houver crianças com necessidades especiais, em qualquer um dos níveis de escolaridade, as turmas devem ter um máximo de 18 alunos e “não mais de dois alunos nessas condições”.
O Bloco fez ainda aprovar um projecto de resolução com medidas para a promoção do sucesso escolar, “nomeadamente o desdobramento de turmas, a promoção de coadjuvações, a reintrodução de pares pedagógicos nas disciplinas de maior pendor prático”, lê-se no documento.
Foi igualmente aprovado o projecto de resolução do PS que recomenda ao Governo a “progressiva redução do número de alunos por turma a partir do ano lectivo 2017/2018”, assim como o projecto de resolução do CDS-PP, visando “a promoção do sucesso escolar através de um estratégico e adequado dimensionamento de turmas”.
No diploma os centristas pedem a “adopção de práticas lectivas assistidas (isto é, de coadjuvação), aulas de apoio, o recurso aos projectos de promoção de sucesso já existentes ou a outros a criar para o efeito”.
Além disso, o CDS-PP pretende que se desenvolva uma discussão “alargada e fundamentada sobre quais os modelos de organização pedagógica das escolas, incluindo as tipologias e formatos de turmas” do ensino público, tomando com exemplo “experiências inovadoras já em curso noutros países”.
Os textos do PEV, PCP e BE foram aprovados com votos contra de PSD e CDS-PP e “luz verde” das demais bancadas, ao passo que no caso do PS, sociais-democratas e centristas abstiveram-se.
Já a resolução do CDS-PP pedindo a “promoção do sucesso escolar através de um estratégico e adequado dimensionamento de turmas” foi votado por alíneas, mas no final foi também aprovado.
Em Público, por Agência Lusa
Nota: Foram alterados os dados iniciais de acordo com a legislação em vigor
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11 comentários
Elsa, é mesmo complicado aquilo porque passam os professores hoje em dia. Mas isso deve-se ao facto de quererem que os aulas do Ensino Básico sejam com períodos letivos de manhã e de tarde.
No meu entender, quando as aulas são dadas em escolas com tipificação de Escola Primária e não de Centro Escolar do 1.º Ciclo, e como nestas escolas há no máximo 4 salas, então precisamos começar a pensar em ter aulas apenas em períodos Manhã e Tarde, permitindo que não se misturem numa mesma sala alunos de mais que um ano escolar.
Temos que perceber que já é complicado a um professor estar com mais que 10 alunos com idades entre os 6 e os 10 anos. Imagine-se então se se estiver com 10 alunos do 1.º ano e mais 10 alunos do 3.º ano.
Para mim isso é impraticável e é por isso que defendo, nestes casos, não devemos ter períodos letivos completos mas sim apenas períodos letivos de manhã e tarde.
Elsa, é mesmo complicado aquilo porque passam os professores hoje em dia. Mas isso deve-se ao facto de quererem que os aulas do Ensino Básico sejam com períodos letivos de manhã e de tarde.
No meu entender, quando as aulas são dadas em escolas com tipificação de Escola Primária e não de Centro Escolar do 1.º Ciclo, e como nestas escolas há no máximo 4 salas, então precisamos começar a pensar em ter aulas apenas em períodos Manhã e Tarde, permitindo que não se misturem numa mesma sala alunos de mais que um ano escolar.
Temos que perceber que já é complicado a um professor estar com mais que 10 alunos com idades entre os 6 e os 10 anos. Imagine-se então se se estiver com 10 alunos do 1.º ano e mais 10 alunos do 3.º ano.
Para mim isso é impraticável e é por isso que defendo, nestes casos, não devemos ter períodos letivos completos mas sim apenas períodos letivos de manhã e tarde.
Concordamos em absoluto!!
Elsa, é mesmo complicado aquilo porque passam os professores hoje em dia. Mas isso deve-se ao facto de quererem que os aulas do Ensino Básico sejam com períodos letivos de manhã e de tarde.
No meu entender, quando as aulas são dadas em escolas com tipificação de Escola Primária e não de Centro Escolar do 1.º Ciclo, e como nestas escolas há no máximo 4 salas, então precisamos começar a pensar em ter aulas apenas em períodos Manhã e Tarde, permitindo que não se misturem numa mesma sala alunos de mais que um ano escolar.
Temos que perceber que já é complicado a um professor estar com mais que 10 alunos com idades entre os 6 e os 10 anos. Imagine-se então se se estiver com 10 alunos do 1.º ano e mais 10 alunos do 3.º ano.
Para mim isso é impraticável e é por isso que defendo, nestes casos, não devemos ter períodos letivos completos mas sim apenas períodos letivos de manhã e tarde.
O que não faltam neste país que apregoa medidas de “promoção do sucesso escolar” são turmas de 1º ciclo, como a minha, com 26 alunos e dois anos de escolaridade aleatórios (1º e 2º; 1º e 3º; 1º e 4º ;3º e 4º) dependendo do número de “cabeças” que seja necessário acomodar em cada sala. Assim podemos ter que lecionar simultaneamente a crianças de 5 e de 10 anos. A uns limpamos o nariz enquanto a outros explicamos como se comparam números racionais, por exemplo. E há dias quando questionei para que servem os novos diplomas em prol do pretenso sucesso escolar, disseram-me : “Reinventem-se, professores!” O que será ainda possível pedirem-nos, em nome do sucesso escolar?
Não se percebe a razão de defenderem 18 alunos no mínimo por turma, porque não 14 ou menos?
Não se percebe a razão de defenderem 18 alunos no mínimo por turma, porque não 14 ou menos?
AAulas assistidas é diferente de coadjuvação
O máximo são 30 alunos no básico, o que é prática recorrente e imposta, caso não tenham alunos com NEE.
As turmas no primeiro ciclo, atualmente, podem chegar aos 26 alunos e não 24, como é dito no artigo.
Também tinha ideia de ser 25 +1, mas a informação foi avançada assim pela agência Lusa. Obrigada