ELA – Esclerose lateral amiotrófica
Quando decidi escrever sobre o Bernardo Pinto Coelho pensei, “é tão fácil escrever sobre uma pessoa como o Bernardo”. Quando abri uma página do Word para começar a escrever, bloqueei! Não é fácil escrever sobre alguém que admiramos…
O Bernardo é uma daquelas pessoas que conheço desde sempre aqui da minha terra, Cascais.
Todos os nossos amigos falam do Bernardo como um grande amigo, uma excelente pessoa e portador de um coração do tamanho do mundo. Vejo-o sempre de sorriso na cara e com muito boa onda!
Foi através dele que fiquei a conhecer melhor a sua doença, Esclerose Lateral Amiotrófica e também o “Ice Bucket Challenge”, o desafio que veio contribuir para uma causa, até então, tão pouco divulgada a APELA (Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica)
O desafio consistia em despejar um balde de água gelada pela cabeça abaixo (analogia ao sentimento de quem recebe a noticia desta doença). Depois, a pessoa que aceita o desafio transferia aquilo que podia para o NIB da APELA e, com as visualizações do seu vídeo, conseguiria divulgar esta causa. Uma forma de marketing sem custos para a causa!
Foi também nesta altura que fui ler sobre a doença… e engoli em seco:
ELA – Esclerose lateral amiotrófica
A esclerose lateral amiotrófica (ELA), é uma doença neuro degenerativa progressiva e fatal, caracterizada pela degeneração dos neurónios motores das células do sistema nervoso central que controlam os movimentos voluntários dos músculos. Sem cura…
“Oh que caraças! Mas que porcaria de doença esta que tinha que aparecer a uma pessoa tão impecável como o Bernardo?!”
Fiz o desafio do balde, apesar de naquela altura haver já muita gente a pôr em causa o objetivo do mesmo, dizendo que eram apenas modas… bem, há de tudo na vida. Mas mais grave, na minha opinião, é quando não temos capacidade de assumir de que afinal até nos enganamos de vez em quando.
Facto: Ficámos todos a conhecer a doença e entraram algumas ajudas monetárias para as associações da ELA, tanto em Portugal como a nível mundial. Objetivo atingido!
O Bernardo tem sido uma enorme exceção àquilo que costuma acontecer a quem tem esta doença. Os médicos estão impressionados com os resultados das suas mudanças no estilo de vida: Treina diariamente durante algumas horas, mudou a sua alimentação e agora até escreveu um livro muito especial no qual conta a sua vida com ELA:
“O que EU aprendi com ELA”
“A Bernardo Pinto Coelho foi-lhe diagnosticada Esclerose Lateral Amiotrófica (E.L.A.). Sendo uma doença neurológica degenerativa, progressiva e rara, sem cura prevista pela medicina, os tratamentos são escassos e o processo de aceitação interior difícil.
No rescaldo da batalha que travou consigo mesmo, Bernardo percebeu que o segredo está em aceitar o que de bom e mau acontece na vida, em acreditar que se se entregar a Deus com um sorriso interior, o retorno será bem melhor do que se continuar revoltado e queixoso e, em lutar muito porque nunca foi de desistir. «Parar é morrer!» Com uma força capaz de mover montanhas, Bernardo com a ajuda de seu pai, o médico Manuel Pinto Coelho, do psicólogo Carlos Fugas, do neurologista Mamede de Carvalho, da médica anestesista Maria Francisca Almeida, da terapeuta Filipa Pinto Cardoso, da fisioterapeuta Catarina Guedes e de toda a família, amigos e namorada, segue uma estratégia para si delineada que assenta em cinco pilares fundamentais – mente, alimentação, exercício físico, suplementação e psicoterapia – com a cura e a perspetiva de poder voltar a correr um dia no Guincho como meta.”
O livro é muito bom de se ler e tem uma escrita fluída que nos prende do princípio ao fim.
A lição de vida serve para todos nós com ou sem ELA! Lembra-nos da importância de aproveitar a vida respeitando SEMPRE o veículo que nos é atribuído desde o início, o nosso corpo!
Ouvi-o há pouco tempo numa entrevista e uma das frases que retive e vou tentar lembrar-me todos os dias: “Amar como se não tivéssemos sofrido”
O Bernardo é uma força da natureza e a energia que o move é sem dúvida o AMOR… Eu vou correr no Guincho com o meu amigo Bernardo! E VOCÊS?!
Como pais e educadores, haverá alguma forma de andarmos um passo à frente dos nossos filhos? Será isso necessário? Como fazê-lo?
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