escolher ser mãe

Escolher ser mãe

Escolher ser mãe

O cansaço das Mães acumula-se devagarinho, lentamente, noite após noite em que se dorme de forma intermitente, entre as refeições engolidas à pressa, em discussões diárias sobre assuntos pouco relevantes, insignificantes até, sobre o relógio que te apressa o passo e te acusa o constante atraso, com as palavras que se atrapalham umas sobre as outras e que te levam à dislexia que te tolda o discurso, nas birras exaustivas e frequentes, quando se trabalha dentro e fora de casa, quando tentamos cuidar de nós mesmas, quando chegamos ao ponto de esforço para conseguir alimentar o Amor.

Mas como gerir o efeito colateral deste Amor maior que é ter um filho?

Porque o cansaço é nada mais, nada menos do que a consequência inevitável de uma escolha livre. Escolher ser Mãe!

E esta escolha faz-me viver sempre como se tivesse outros dois corpos para além do meu. Corpos esses que também precisam de ser alimentados e cuidados. Que me trazem angustia se ficam doentes, se não estão a respirar bem à noite, se não comem, se não estão a crescer como deveriam. Outros dois corpos que tento proteger a todo o instante de toda e qualquer agressão. Mas há ainda o meu corpo. O que tem que existir e resistir. Porque aqueles outros corpos precisam de mim e às vezes o meu corpo não consegue acompanhar.

Não consegue porque as escolhas livres, às vezes, também são insidiosas, tal como o cansaço das mães é insidioso, suga-te por dentro e torna-se quase uma condição crónica, e às vezes és envenenada pela falta de paciência, pela frustração, pelo julgamento, pela falta de consolo, pela culpa, pelo descontrolo, pelos gritos, pela vontade de fugir, pelas respostas tortas e menos correctas, porque és humana e falível, e tudo isto porque simplesmente, estamos cansadas.

Mas às vezes, e independentemente da decisão de ter filhos ter sido minha, eu preciso de me permitir deixar de sentir este cansaço e preciso de um tempo.

Mas precisas de um tempo como? Não são os teus filhos o meu melhor da tua vida?

O Amor pelos meus filhos não tem limites ao contrário da minha energia que é tantas vezes levada pelo cansaço, quase como se o Amor fosse o motor da maternidade e a energia o seu combustível, e sem combustível todo o Amor que sinto não será suficiente para trazer sempre à tona o melhor de mim.

Sou advogada, sou casada, sou Mãe da Madalena e do Vicente e talvez seja essa a minha melhor definição.

Ter-vos aqui comigo a dividir momentos da minha vida e da vida dos meus filhos, a lerem esta construção cheia de amor e erros deste que é o desafio de ser mãe de alguém, é muito bom.

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