Eu sou, tu és, ele é (agressivo)!
Quando tomamos a decisão de ser pais não nos passa pela cabeça que o nosso filho possa ser uma criança daquelas que chega ao jardim-de-infância e bate em todos os colegas.
Educar crianças não é uma tarefa fácil. Com a agravante que não existem receitas únicas e totalmente eficazes, mas a atitude parental é importantíssima no desenvolvimento da personalidade e dos comportamentos, nomeadamente, na agressividade.
As crianças em idade pré-escolar têm ainda alguma dificuldade em dominar as suas emoções e quando são contrariadas não têm maturidade emocional para se controlarem, acabando por ser agressivas, por exemplo, quando querem o mesmo brinquedo que o seu amigo. Aos poucos a sua capacidade de suportar frustrações vai aumentando e, consecutivamente, diminuem as respostas agressivas.
As crianças e os comportamentos agressivos
Quando esses comportamentos agressivos vão acompanhando o crescimento da criança, a situação deve ser analisada para tentar perceber a sua causa. A agressividade é, sobretudo, uma forma de comunicação. Ainda que não seja a mais correta, por vezes é a única que as crianças conseguem utilizar para mostrar a sua angústia, tristeza ou ansiedade.
Para que o seu filho cresça emocionalmente saudável, tem de sentir-se amado e valorizado pelos pais, que devem combinar a afetividade com o rigor. Não basta “dar mimo”, é de extrema importância que sejam interiorizadas as regras transmitidas pelos pais, que devem estar em sintonia, tanto na forma como as comunicam, como no seu conteúdo. Não é positivo quando o pai diz uma coisa que a mãe não concorda, que esta aja de forma contrária, em particular na ausência deste, ou vice-versa. Ou seja, os pais devem ensinar pelo exemplo e devem, também eles, cumprir os limites estabelecidos.
Se pretende que o seu filho não seja agressivo, então não o ignore. Ele precisa da sua atenção e do seu carinho e isso passa por:
- não o humilhe; repreender é diferente de humilhar. As crianças ficam mais recetivas e entendem mais facilmente se explicar o que esteve certo e errado;
- não grite, fale com calma; eles aprendem pelo exemplo e se os pais gritam porque não poderão eles gritar?
Por ultimo, as chamadas de atenção e os castigos são importantes quando eles agem de forma incorreta, mas as atitudes positivas devem ser as mais valorizadas, para que eles percebam que ação gera reação e que os seus comportamentos têm consequências, mais ou menos boas.
imagem@growingyourbaby
Adepta da formação contínua, pois só assim me sinto actualizada e com mais competências profissionais, efectuei uma especialização na área da PlayTherapy (Terapia do Brincar), com a qual me identifiquei desde o primeiro dia e que muito me tem ajudado na prática clinica com crianças.