Será que podemos usar as fraldas reutilizáveis desde o início de vida do bebé? Certamente que sim, pois já existem várias soluções à medida – literalmente – dos recém-nascidos.
Para muitas das nossas mães, que há 40 anos ou mais tinham de lavar diariamente uma mão-cheia de fraldas de pano, as fraldas descartáveis foram uma verdadeira conquista. Não compreendem, pois, o que faz com que atualmente as suas filhas e filhos estejam a voltar à opção das fraldas reutilizáveis.
O que é que leva, então, os pais de hoje a escolherem esta opção?
As fraldas reutilizáveis oferecem 3 boas razões: economia, ecologia e o bem-estar do bebé.
É sabido que a vida encarece depois de sermos pais. Por isso, sem dúvida que as fraldas reutilizáveis, em primeiro lugar, traduzem um orçamento familiar mais em conta. Considerando que um bebé requer uma média de 8 a 10 fraldas por dia e, quando cresce, pelo menos 5 por dia. Estudos* indicam que as fraldas reutilizáveis permitem economizar, em média, mais de 600€. Isto desde o nascimento até à fase do bacio em comparação com as fraldas descartáveis, já contemplando água, eletricidade e detergentes.
Em termos da impacto ambiental, o relatório LCA (Life Cicle Assessement), publicado em 2008, indica que as fraldas reutilizáveis são 40% mais ecológicas para o ecossistema, quando comparadas com as fraldas descartáveis. E lembremo-nos que todos os dias são usadas milhares de fraldas.
É fácil chegar a esta conclusão, se ponderarmos que, com fraldas reutilizáveis, precisa de apenas 20 a 30 fraldas até à fase do desfralde (dois anos e meio), contra mais de 4000 fraldas descartáveis (para uma média de 5 fraldas por dia).
O Bem estar do bebé
Por outro lado, no que diz respeito ao bem-estar do bebé, o contacto direto com fibras naturais, nomeadamente o algodão biológico e o bambu, permitem uma maior absorção da humidade e uma maior suavidade ao toque. Tal traduz-se em menor risco de assaduras, menor risco de alergias e propagação de fungos e bactérias – além de uma pele mais forte e saudável.
Existem as fraldas de pano (em algodão biológico), que requerem uma capa impermeável, e as fraldas com um sistema mais prático. Neste caso, são fraldas que já incluem uma capa impermeável e o seu interior é de bambu. Logo é respirável, hipoalergénica, fresca, antibacteriana e antifúngica, além de conferir uma secagem mais rápida.
Já a fralda descartável consiste, tipicamente, numa camada exterior de plástico com fechos de velcro e uma parte interior composta por material absorvente com uma camada de topo protetora. O núcleo da fralda é constituído por fibra de celulose e sódio poliacrilato, um polímero absorvente de água. A função do núcleo é a de absorver os líquidos. A camada superior é composta por um material sintético, com uma parte de fibra têxtil. As fugas são evitadas graças a uma camada de plástico. Não permitem a respiração e fragilizam a pele com o passar do tempo.
Nada como experimentar
Tire a prova dos nove: experimente tocar no interior das fraldas para poder sentir o que o seu bebé vai sentir. Da mesma maneira que nós, adultos, preferimos roupa interior macia e confortável, também os bebés se pudessem escolher, dariam preferência a uma fralda com um toque suave e respirável.
Será que podemos usar as fraldas reutilizáveis desde o início de vida do bebé? Certamente que sim, pois já existem várias soluções à medida – literalmente – dos recém-nascidos. O que realmente importa, mais uma vez, é o tipo de fibras/materiais que coloca em contato com a pele do seu bebé.
Tendo em conta todos estes fatores – economia, ecologia e bem-estar do bebé – compreendemos porque é que tantas mães e pais estão a voltar à opção das fraldas reutilizáveis. E, justiça seja feita, beneficiamos hoje em dia de um grande progresso tecnológico feito nos sistemas ecológicos das fraldas reutilizáveis, o que também vem reforçar esta decisão.
Por Marta Ribeiro, Organii
*WEN 2008 Referências: Aumônier, Simon et al. An updated lifecycle assessment study for disposable and reusable nappies.Using Science to create a better place. Science Report – SC010018/SR2 (2008). Disponível em https://www.gov.uk/ Close Parent UK – Pop in info and advice (2014) disponível em : www.closeparent.com Organii Bebé. Fraldas reutilizáveis (2013). Disponível em
2 comentários
Tal como nós ao usarmos pensos higiéncos tipo Evax, durante mais de cinco dias (falo mim claro, e outras pessoas concordarão) ficamos com a pele super sensivel e começamos a ganhar alergias e a sentir comichão, o que não fará uma fralda de plástico em contacto permanente com a pele frágil de um bebé?
O que será mais confortável, tecidos naturais respiráveis, ou um monte de plástico cheio de químicos? E com essas fraldas descartáveis não fica o cocó e o xixi em contacto com a pele do bebé (pois se calhar não, uma vez que em muitas creches não se muda a fralda no mínimo de 3 em 3 horas, por isso usam carradas e carradas de creme). Existem uns tecidos protetores que são usados entre a fralda e o rabinho do bebé, e quando o bebé faz as suas necessidades, só tem de colocar no lixo ou na sanita. A fralda é fechada e colocada num saco impermeável.
Em 1º por uma questão de saúde, em 2º por um mundo mais ecológico e em 3º por uma questão de poupança.
A nível ecológico concordo,muito melhor mas a nível de conforto para o bebé e higiene tenho dúvidas!!! Trabalho numa cresce e conheci essas fraldas e achei pouco mas muito pouco higiénico!! Primeiro pq o bebé faz xixi a cada hora e ou se muda a cada hora ou se ficar com a mesma algum tempo é um peso enorme!!!! E com o Cocó é um horror pq como é obvio a fralda é passada por água para tirar mas só vai ser lavada qd a mamã a leva ao fim do dia!!! por mais que se lave parece que cheira sempre a xixi e Cocó… Nao gostei mesmo nada!!