Há irmãos que são mais que irmãos: são amigos. Há irmãos que fazem inveja aos filhos únicos. Há os que fazem os filhos únicos sentir que ainda bem que estão sozinhos. Há irmãos de todos os géneros, como todas as famílias, todas as dinâmicas, todas as vivências.

Há irmãos que morrem de saudades uns dos outros

Irmãos.

Há os “olha que eu vou dizer à mãe!” e os “é um segredo só nosso!”.

Os que são tão próximos que parecem siameses e os independentes que preferem outros companheiros de brincadeira.

Há os protetores e os que acham que os irmãos se devem fazer à vida.

Também há os que levam os irmãos nas saídas à noite por imposição dos pais e os que fazem parte do grupo desde sempre.

Há os fascinados com os mais novos e os admiradores máximos dos mais velhos. e há os que são tão parecidos que parecem feitos por encomenda.

Os que só sabemos que são irmãos porque chamam pai e mãe às mesmas pessoas.

Há irmãos que só têm um pai ou uma mãe em comum.

Há os que ligam dia sim dia não e os que ligam só no aniversário.

Temos os que compram presentes em conjunto e os que dividem a conta sem saber muito bem o que vão oferecer.

Há os que morrem de saudades uns dos outros e os que preferiam ter mais oportunidades para sentir saudades.

Há os que se davam bem em pequenos e em grandes mal sabem da vida uns dos outros. Os que cresceram e mal se lembram de se ter dado mal.

Alguns irmãos que foram pedidos como presentes de Natal e outros que entraram na vida sem aviso.

Há os que falam uma língua própria, para quem a mãe é a mulher mais bonita do mundo e o pai o companheiro mais fixe de sempre.

Há os que não têm oportunidade de crescer juntos. E os que vivem juntos e nem se apercebem da bênção que isso significa.

Irmãos que dão “calduços” aos amigos quando estes começam a reparar na irmã mais nova.

Há irmãos que ajudam e irmãos que culpam os outros por terem partido a jarra favorita da avó.

Há irmãos que fazem os pais pensar: onde é que estávamos com a cabeça? Os que deixam os pais sempre a pensar: temos mais um?

Os que sentem que os outros é que são os preferidos. E os que se aproveitam, por achar que são eles os preferidos.

Há os que são tratados como se fossem de cristal enquanto aos mais velhos é dito que têm de ser mais pacientes, mais compreensivos, mais calmos.

Há irmãos que são mais que irmãos: são amigos.

Alguns fazem inveja aos filhos únicos. Outros fazem os filhos únicos sentir que ainda bem que estão sozinhos.

Há os que se tratam por manos, há os que vivem em total harmonia.

Há irmãos de todos os géneros, como todas as famílias, todas as dinâmicas, todas as vivências.

Eu tenho dois irmãos. Fui irmã mais nova durante treze anos e já me sentia crescida quando passei a ser irmã do meio. Acredito que sem eles seria uma pessoa completamente diferente.

Não sei se a minha filha vai ter irmãos, mas se isso acontecer tudo farei para que se sintam igualmente amados, desejados e capazes. Muitas vezes os pais falham (por não conseguirem fazer melhor, por falta de tempo, de sensibilidade, etc), cedem perante as responsabilidades, tomam más decisões, influenciam o futuro dos filhos.

Ser pai é o “trabalho” mais duro do mundo.

Mas não nos esqueçamos que é também o mais compensador.

imagemcapa@weheartit

MÃE DE UMA MENINA, É PARA E POR ELA QUE ESCREVE SEMANALMENTE, PASSANDO PARA PALAVRAS OS MAIORES SEGREDOS DO VERBO AMAR.

Autora orgulhosa dos livros Não Tenhas Medo e Conta Comigo, uma parceria Up To Kids com a editora Máquina de Voar, ilustrados por aRita, e de tantas outras palavras escritas carregadas de amor!

Gostou deste artigo? Deixe a sua opinião!

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights