
Quem tem uma boa mãe tem uma herança para a vida
“Mãe!” é a palavra mais dita em todo o mundo (aposto)
Eu, que já passei dos trinta, continuo a chamar pela minha mãe quando estou feliz, triste, desanimada, desesperada, sem rumo, quando recebo boas notícias, quando não sei de alguma coisa, quando preciso apenas de falar.
E é por isso mesmo que ainda que seja exasperante compreendo a minha filha, que repete o meu título honorário como se não houvesse amanhã.
Mas, afinal, para que servem as mães?
Dizem que ter filhos é andar com o coração fora do corpo. Por essa linha de raciocínio há um coração que nunca se sente completo, porque o corpo onde ele foi gerado inicialmente tem de viver sem ele, à margem dele.
Daí talvez esta relação próxima que existe com as nossas mães, a nossa com os nossos filhos.
Fomos feitos para sermos inseparáveis mesmo quando temos de seguir caminhos diferentes.
A nossa mãe é a garantia de que nunca estaremos sozinhos, mesmo quando ela já não estiver por perto. É a certeza que por mais que a vida nos derrube, haverá sempre aquela voz, do outro lado do telefone, mesmo à nossa frente, ou em memória, que nos garante que conseguimos dar a volta. Que somos capazes. Que ela vai torcer por nós.
Quem tem, ou teve um dia, uma boa mãe tem uma herança para a vida.
Tem um exemplo, tem um caminho já trilhado para ir tirando notas sobre o que fazer e o que evitar.
Tem um admirador número um, tem alguém que nunca o quis desiludir, mesmo quando não foi capaz de ser melhor.
Uma mãe nasce quando há a vontade de se ter um filho. E a partir daí a luta é conjunta. A corrida é feita de mãos dadas, a primeira vez que há um olhar, um toque, marca o início de um amor já palpável.
O amor entre uma mãe e um filho, por mais que se tenha tentado, é impossível descrever. Ainda está por inventar uma palavra que seja sinónimo da grandiosidade deste sentimento, desta forma de pertença, desta experiência cheia de altos e baixos em que por mais que haja falhas, nunca falha o amor.
Irei chamar a minha mãe sempre, enquanto tiver o privilégio de a ter por perto. E depois irei fazê-lo baixinho (como, confesso, às vezes já faço quando não estou preparada para lhe dizer algumas coisas).
E irei sempre responder ao chamamento da minha filha.
Porque não existe outra maneira de existir.
Afinal, sou mãe.
E mãe é mãe e basta.
image@weheartit
Autora orgulhosa dos livros Não Tenhas Medo e Conta Comigo, uma parceria Up To Kids com a editora Máquina de Voar, ilustrados por aRita, e de tantas outras palavras escritas carregadas de amor!
que bom seria se fosse sempre assim. eu não tenho, ou teve um dia, uma boa mãe por isso não tive nem tenho uma herança para a vida, mas, sou mãe e certamente deixarei um bom legado.