Aceitar a imperfeição. Miúdos perfeitamente imperfeitos

Miúdos perfeitamente imperfeitos

Sabem quando temos uma pequenina, minúscula, micro borbulha na cara e sempre que nos olhamos ao espelho SÓ vemos aquela ENORME inegavelmente florescente borbulha?

Ou naquele dia que fazemos um jantar espetacular, delicioso, quase épico que deixaria o Gordon Ramsay feliz, e aquele convidado apenas diz “Hum, encontrei uma espinha!”?

E, quando o nosso filho tem um teste daqueles bem difíceis para o qual estudou imenso e ouve “Podias ter tido uma nota melhor!”? Até podia… mas acabou de ficar sem vontade nenhuma de estudar nos próximos 20 anos.

Queremos o melhor para os nossos filhos.

Queremos que eles conquistem o mundo e sejam felizes. Mas às vezes, sem querer, colocamos o mundo nas suas costas quando pretendíamos exatamente o oposto. Devagarinho, sem perceber, exigimos que eles sejam perfeitos e sem intenção prendemo-los num “Fixed Mindset”, onde têm tendência para se sentirem alienados e ansiosos. Ficam presos nos resultados, no desfecho.

No porquê? Receosos dos erros que vão cometer mesmo antes de eles aparecerem. E, como a energia vai para onde vai a nossa atenção, a probabilidade de os erros acontecerem é mesmo muito grande. Aha! mas eu li o post anterior e podemos aprender com os erros! Podemos, mas quando os encaramos como positivos e focos de aprendizagem e não como buracos fundos onde nos queremos enfiar porque desiludimos o mundo e, os nossos pais.

Então, como posso ajudar o meu filho a ir mais longe sem o peso da perfeição?

Primeiro, é preciso confiar. Confiar nas capacidades da criança, confiar na evolução natural do aperfeiçoamento das ferramentas que ele tem à sua disposição. Confiar no amor que temos por eles e eles por nós. Dar-lhes responsabilidade e tempo. Principalmente valorizar o seu processo e reconhecer o seu esforço.

No caso do teste, podemos referir o esforço e dedicação com que estudou, como aprendeu imensas coisas novas que não sabia. Como evoluiu em relação ao teste anterior e perguntar se poderia ter feito alguma coisa diferente na forma como estudou. Mostrar disponibilidade se ele precisar de ajuda e, deixá-lo definir a forma como acha mais adequado preparar o seu plano de estudo para o próximo teste (responsabilidade). Focar a atenção no como?

Quando valorizamos o esforço em vez do resultado, as crianças ficam motivadas e desenvolvem um “Growth Mindset”. Uma vontade de ir mais longe, de aprender com as experiências, de descobrir caminhos novos, de sair da sua zona de conforto e desafiar os seus limites. Vontade de crescerem felizes para dentro e para o mundo. Vontade de explorar caminhos inovadores e fazer descobertas únicas. Força heroica para se levantarem quando ouvem um grande“não”.

Aceitar a imperfeição. Miúdos perfeitamente imperfeitos

Aceitar a nossa imperfeição é o ponto de partida mágico para crescer sem parar. Para ter mais felicidade na nossa vida e contagiar os outros com a nossa alegria de viver. É o momento em que aprendemos a ser como o bambu que dobra com o vento e não parte, que é resiliente e, apesar de parecer frágil é imensamente poderoso e adaptável.

Nunca controlamos nada.

Isso é só uma ilusão a que nos agarramos para nos sentirmos seguros. Este facto por um lado é assustador mas também é verdadeiramente potenciador; somos os heróis da nossa própria história e podemos ir muito além dos nossos limites e medos. Fazemos o nosso caminho a cada dia, a cada passo, a cada decisão.

Se conseguirmos ensinar aos nossos filhos a dançarem na jangada que abana, a valorizarem cada passo que dão, cada descoberta que fazem, cada cm que crescem, vamos dar-lhes a oportunidade única de serem felizes pelo que são e de acederem ao poder ilimitado de um crescimento imperfeitamente feliz.

Mãe Catita, autora do livro “Eu sou super – Pequenos exercícios para uma grande autoestima”, nasceu em 1978 e revelou desde cedo uma personalidade muito catita.

Em 2011, nasceu o pequeno catita, o que a levou a investigar uma parentalidade com base no mindfulness, promotora de uma autoestima saudável, e que constrói uma relação única entre pais e filhos.

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