
Nem todos temos que ter filhos brilhantes.
Nem todos temos que ter filhos brilhantes.
Daqueles que nos fazem babar quando falamos deles, em que intimamente pensamos o meu filho é melhor que o teu.
Às vezes, muitas vezes, temos apenas filhos normais. Medianos e não faz mal.
Não temos nada para contar nos jantares de amigos, não, eles não tocam piano, não andam no ballet, não são bilingues e não são ginastas olímpicos. Eles são eles, da maneira que sabem ser, com os seus defeitos e as suas qualidades, com a sua personalidade.
Nem todos temos que ter filhos exemplares, às vezes temos apenas filhos que nos desafiam a sermos melhores pais.
Sim é verdade, não temos nada que nos faça sentir sermos seres superiores ao falar dos nossos filhos normais, mas nada impede que o brilho dos nossos olhos ilumine uma sala inteira ao falar deles, com um sorriso no canto da boca, porque são esses os filhos que nos desafiam, são os que nos perturbam, que nos fazem procurar soluções, são aqueles que nos dificultam as coisas, mas é com eles que crescemos.
São nossos, são únicos, ainda andam a descobrir como se vive esta vida cheia de desafios.
Andam a aprender qual é o seu lugar e o que querem fazer nele. São sonhadores, idealistas e destemidos. Porque aceitam que para serem felizes não tem que ser perfeitos, apenas corajosos.
É muito fácil ser pai ou mãe de um filho perfeito.
Desses tais que nos fazem derreter de elogios, que não temos que mandar estudar, que são elogiados pelos professores e pela família. O difícil é sermos igualmente bons pais, mantermos a calma e a determinação perante um filho que não quer estudar. Que não quer fazer desporto, que tem poucos interesses. Com esses filhos muitas vezes desesperamos, porque ao querer o melhor para eles nem sempre conseguimos mostrar-lhes o caminho, nem sempre também nós sabemos qual é o caminho.
Procuramos motivar, procuramos razões para o desinteresse, mas a verdade é que não somos todos iguais. Uns gostamos de umas coisas e outros de outras, uns são bons estudantes agora e maus mais tarde. Uns são maus estudantes e brilhantes ao encontrarem aquilo que gostam, outros são sempre bons e outros podem nunca ser bons nos estudos mas serem excelentes profissionais numa área que gostem.
A verdade é que não há filhos brilhantes e filhos medianos.
A verdade é que há apenas filhos, seres únicos. Devemos ser capazes de, no desafio de cada dia, encontrar a forma de os motivar e ajudar, sabendo que o que mais os pode ajudar é o amor.