O coração de uma mãe na adaptação à creche em plena pandemia
Ainda não consigo estar verdadeiramente presente. Continuo a ser eu, a dar o meu melhor mas dar resposta a tudo ainda é uma miragem. Também não me culpabilizo, faço o melhor que posso perante as circunstâncias.
A pandemia trouxe-me a oportunidade de ter comigo a minha filha mais nova até completar um ano.
Foi um período de enormes desafios mas também com imensas oportunidades, primeiras brincadeiras, primeiras palavras, primeiros passos, primeiras corridas, primeiras escaladas… Desengane-se quem pensa que é fácil ficar em teletrabalho com crianças em casa. Não é de todo!
Admiro tantos e tantos pais que ficaram nesta situação, vendo-se, de certeza, tantas vezes, perdidos no meio de infindáveis obrigações. E não nos deixa a pensar o quanto devíamos respeitar e valorizar mais o trabalho de educadores e professores?
No mínimo um louvor!
A adaptação à creche em plena pandemia
Este ano e em plena pandemia comecei esta nova etapa. A integração da minha filha na creche, e sem poder entrar, acompanhar, dar-lhe segurança… Foi uma etapa planeada pois sabia que não iria ser possível ficar para sempre com ela em casa e gerir o trabalho, sobretudo com uma miúda mexida como ela. Com o mano foi tudo bastante tranquilo. Ela com 1 ano, cada vez mais independente e senhora de si, e em plena fase de ansiedade de separação, era esperado que fosse difícil. E foi.
Seguindo os conselhos das minhas colegas psicólogas, claro que explico tudo em palavras simples, reforço que a mamã vai voltar para a ir buscar e tenho procurado encurtar a despedida. Saio com confiança e sei que ela vai ficar bem mas não deixa de custar (e muito!) deixá-la a chorar, fica ali sempre um pedacinho de mim..
Felizmente a educadora é muito querida e nesta idade, para mim, o crucial é mesmo a relação que se estabelece e os modelos que damos (na verdade acredito no poder da relação e dos modelos em todas as faixas etárias)! Felizmente a pandemia não fez com que naquela escola deixassem de dar colo e carinho e sem dúvida que isso me tranquiliza. Apesar do choro inicial, mais ou menos prolongado, a adaptação até está a exceder as expectativas. Mesmo assim mentiria se dissesse que não custa.
A todas as mães e pais que como eu enfrentam este desafio: força, coragem, confiem em quem vai ficar com os vossos filhos e acreditem que eles vão ficar bem!
Rita Costa, mãe e terapeuta da fala coordenadora da Fale Connosco
Colocamos paixão no que fazemos. Acreditamos que cada pessoa é única, colocamos paixão em tudo o que fazemos, assumimos um compromisso consigo.