Qual a coisa mais importante no regresso às aulas
Qual a coisa mais importante no regresso às aulas
Todos os anos, o regresso às aulas deixa um sabor agridoce aos pais.
Por um lado, queremos que os nossos filhos abram as asas e voem, por outro ainda custa um bocadinho ver como estão autónomos, crescidos.
E, com o regressos às rotinas e às aulas, chega também o stress do dia a dia, das rotinas, dos horários e compromissos, das actividades extra-curriculares.
Estamos todos juntos nesta luta. Há dias que correm lindamente e outros em que não sabemos bem como chegamos ao final deles. Nós e os nossos filhos.
Ontem, para mim, foi um dia desse segundo tipo. Birras terríveis e testes à paciência.
É nestes momentos (ou depois de eles passarem, quando tenho a paz de espírito suficiente para isso), que gosto de pôr as coisas em perspectiva e lembrar o que é realmente importante:
– Os nossos filhos serem bem acolhidos na escola e serem boas âncoras para as caras novas que chegam;
– Aprenderem coisas novas sem se aperceberem, sem a pressão dos resultados ou do programa. E é importante a forma como lhes perguntamos o que aprendem. Talvez devamos reformular a pergunta para que partilhem connosco as suas novas descobertas;
– Terem espaço e tempo para brincarem, seja sozinhos seja com os seus pares;
– Poderem respirar um bocadinho e estar sem nada para fazer, para ocuparem esse espaço como mais desejarem (preferencialmente longe dos ecrãs, mas se a criança em causa tiver uma grande inclinação para programação, por exemplo, que lhe seja permitido criar – tudo sem fundamentalismos);
– Sentirem confiança na pessoa em que se estão a tornar. E aqui entramos nós. Pais e educadores. Com o nosso papel decisivo de sermos incentivadores, ouvintes, elogiadores do esforço e dedicação, possibilitadores da continuidade da criança que existirá sempre dentro dos miúdos, mestres do reforço positivo.
Se os nossos filhos virem a escola como uma segunda casa em que se sentem confortáveis, felizes e com vontade de aprender mais (sejam estas competências sociais ou didáticas), em que conseguem expressar quem realmente são, então o regresso às aulas será o início de um retorno a casa.
Façamos a nossa parte, como nos compete, para que um dia eles possam fazer a deles.
Até lá, muita força a quem está a gerir cansaços (deles e nossos), birras, pedidos estapafúrdios (da escola ou das crianças), guerras com o sono e os xixis, chuchas, contas, primeiras palavras ou escolha da área que querem seguir.
Com amor tudo se faz.
Estamos juntos!
Autora orgulhosa dos livros Não Tenhas Medo e Conta Comigo, uma parceria Up To Kids com a editora Máquina de Voar, ilustrados por aRita, e de tantas outras palavras escritas carregadas de amor!