O primeiro filho. Quando a família passa de dois para três.
Deixam de ser a “Maria” e o “João” para passarem a ser mãe e pai. O nascimento de um filho traz consigo mudanças a vários níveis e igualmente na vida do casal. Cria-se uma nova missão e o desafio é grande. Mas com amor tudo se consegue.
À medida que se vai passando de uma relação a dois para uma relação a três, as coisas vão-se complexificando. Não tem que ser obrigatoriamente um momento de crise, contudo, vários casais relatam dificuldades na adaptação a esta nova dinâmica familiar. A verdade é que tudo muda, a visão de si mesmos e até a visão do mundo e da vida. As coisas passam a ser vistas em perspetiva. Outros valores se levantam e, se as coisas forem feitas de modo ajustado a família sai fortalecida e é colocada noutro nível de desenvolvimento.
Que mudanças ocorrem no casal?
Há casais que referem que a vida de casal muda para melhor, mas a verdade é que são também muitos aqueles que relatam sérias dificuldades.
No caso da mulher, as mudanças começam logo a fazer-se sentir durante a gravidez na perceção de si mesma e na forma como se posiciona em relação ao companheiro. Além disto, a relação de casal que era até então a única existente, passa a abarcar também a preocupação da parentalidade. O sonho e fantasia sobre o bebé costuma ser algo mais presente na mãe. No entanto, o pai deverá estar mais próximo da mãe para assim em conjunto sonharem com o seu filho. Durante o primeiro mês de vida do bebé, é aceitável que a mãe esteja exclusivamente focada no bebé, todavia, mais do que isso poderá acarretar consequências negativas no seio do casal, nomeadamente o sentimento de exclusão por parte do homem.
O diálogo é essencial durante a gravidez e nos primeiros meses de vida do bebé.
É necessária uma grande maturidade, uma dose de paciência e muito amor. Além disto, o nascimento implica uma reorganização afetiva e sexual por parte do casal, pois às vezes é difícil conciliar o papel de pais com o papel de casal.
Ambos os pais podem envolver-se igualmente no cuidado e educação do seu filho. Por vezes, assume-se que este é um instinto mais comum à mulher. Também neste caso o homem pode e deve desenvolvê-lo e usufruir dele. De ambas as partes são necessárias mudanças e cedências. O espaço que antes era apenas de dois é agora de três. O tempo começa a ser pouco para a criança, o casal e o próprio indivíduo.
Criar uma família é abrir espaço emocional e temporal onde todos se ajudam e tentam compreender. Por não ser uma tarefa fácil, necessita dedicação e empenho, mas o resultado será sempre positivo e ajudará no processo de desenvolvimento pessoal de cada um.
Catarina Lucas – Psicóloga clínica
Conta com uma equipa multidisciplinar de cerca de 30 profissionais especializados em diversas áreas da psicologia e do desenvolvimento humano, prestando serviços nas áreas da psicologia para adultos, infantil e juvenil, aconselhamento parental, terapia de casal, terapia familiar, sexologia clínica, neuropsicologia, hipnose clínica, orientação vocacional, psiquiatria, terapia ocupacional, terapia da fala, nutrição, naturopatia, osteopatia, entre outros.