
O que é o síndrome do ninho vazio
Síndrome do ninho vazio
O Síndrome do ninho vazio é uma condição que se caracteriza pelo aparecimento de quadros depressivos, sobretudo nas mães, com a saída dos filhos de casa. É um momento de adaptação e transição que afeta todas as famílias. Em algumas mulheres faz despoletar emoções de tristeza e vazio, pelo sentimento de perda da função de mãe na vida dos filhos.
Os filhos consomem ao logo dos anos tantas horas de trabalho e de reflexão que, sobretudo as mulheres, ficam vazias depois da sua saída e é preciso reinventar novas formas de se sentirem mães.
Na verdade precisam de construir um novo formato de maternidade que já não passa por todas as grandes e pequenas, boas e más situações do quotidiano! Sim porque ter os filhos em casa por vezes também é cansativo e exasperante…
Já não passa pelos gritos, o vai estudar ou o por favor arruma o teu quarto…
Para alguns parece que parte de nós se perde com a vossa saída e é preciso reconstruir a vida e a identidade. Como se a nossa identidade estivesse colada à maternidade!?
Mas é verdade que isso acontece muitas vezes e que nem sempre os casais mantêm uma base sólida que lhes permite usufruir com alegria dessa nova etapa da vida e fica um vazio difícil de explicar e sobretudo, ainda mais difícil de sentir!
A força das relações construídas perde-se com o tempo e a distância?
Será que conseguimos ao longo de todos os anos, construir relações suficientemente fortes, próximas e vinculadas que consigam resistir à inevitável distancia que a saída dos filhos exige?
Sim porque a saída dos filhos implica sempre alguma distância para que possam realmente construir as suas vidas e as suas famílias. É muito importante que tenham tempo e espaço para se construírem como adultos que vivem fora das “saias dos pais”. Mais importante ainda é que os pais respeitam esse afastamento, que não é um afastamento no Amor!
É preciso arranjar novas formas e estar na vossa vida, sem nunca vos impedir de voar. Por vezes é difícil estar e não estar ao mesmo tempo. Estar, participar, ser presente, mas não invadir ou intrometer. É uma linha difícil que exige muita maturidade e bom senso e que nem sempre é fácil de definir para os pais…
É importante que os filhos, com amor, também possam ir mostrando essa linha. Para que pouco a pouco todos se possam ir adaptando a essa nova realidade, com a alegria que ver-vos crescer deixa no coração de quaisquer pais.
Desejamos os períodos de férias onde estamos todos juntos, os jantares de família e todos os outros momentos em que os nossos filhos feitos homens e mulheres são um bocadinho nossos novamente… No final damos por nós discretamente a respirar fundo porque já não estamos habituados a tanta confusão…
Acima de tudo é preciso acreditar que o vínculo é forte e duradouro. Para que cada um de vocês, filhos adultos, possa voar sem medo e os pais possam ficar sem medo de vos perder….
Photo by Sam Wheeler on Unsplash
Considero a psicoterapia como uma ferramenta fundamental no desenvolvimento pessoal, na qualidade de vida e de relação com os outros. A psicoterapia é para todos e não apenas para alguns.
Por isso é importante que, além se sermos pais, somos também seres humanos que têm sonhos e objectivos de vida para cumprir, e que não devemos deixar que a parentalidade os faça esquecer.
É mesmo António,os pais têm de se sentir realizados! Um abraço