Babywearing no dia-a-dia, uma perspetiva familiar: pai
A perspetiva do pai é bastante diferente da de uma mãe. Tanto os pais que praticam babywearing como aqueles que preferem não o fazer têm uma abordagem muito pragmática, muito focada no resultado a curto prazo: carregamos os bebés para atingir algo dali a poucos minutos. Mas todos, carregadores ou apoiantes, reconhecem os benefícios e afirmam ser uma atividade fascinante.
Alguns pais não carregam
As razões para não carregar os bebés podem ser variadíssimas e todas absolutamente legítimas. A razão pode ser um mero encolher de ombros. Ou porque parece ser coisa de mulher. Ou porque não gosta destas coisas. Ou porque dá demasiado nas vistas. Ou porque o pai não se ajeita. Ou porque têm medo de se enforcar em tanto pano. Ou porque para trajetos curtos, não justifica fazer uma amarração. Ou porque têm carrinho-de-bebé. Ou porque a mãe carrega. Ou porque tentou uma vez e o menino chorou.
É natural que as famílias não ajam da mesma maneira e que existam objeções que sustentem que o babywearing possa não ter um papel central na vida familiar.
Outros fazem-no, desde que seja simples
Mesmo os que decidem acompanhar as mulheres na prática do babywearing, por vezes fazem-no apenas em trajetos mais longos, passeios ou caminhadas, quando a mãe está cansada, ou à espera de outra criança e precisa de ajuda do marido, ou simplesmente porque a mãe insistiu muito e lá cedemos.
Estes procuram essencialmente a liberdade para fazer coisas, como passear o cão, despejar o lixo ou ter as mãos livres para executar tarefas, bem como a facilidade de acalmar as crianças, lidar com as suas birras em alturas em que estão mais cansados ou rabugentos e até pô-los a dormir. Usam mochilas ergonómicas ou mei-tais, por serem fáceis e rápidos de colocar.
Outros tomam-lhe o gosto
Quando saem de casa habituam-se a carregar os seus miúdos ao ponto da mãe ter quase que implorar para os poder levar. Têm sempre um porta-bebés no porta-bagagens do carro e quando os miúdos crescem e começam a insistir ir pelo próprio pé, ficam tristes. Usam qualquer porta-bebés, mas quando experimentam um pano, não há retorno.
Por fim, os mais entusiastas, acabam por ser eles a assumir a liderança do assunto. São eles que pesquisam as opções e analisam os vários tipos de porta-bebés, logo durante a gravidez. Por vezes acabam por sofrer um pouco com o nível de dependência da criança à mãe porque querem envolver-se no dia-a-dia e não conseguem esse espaço. Acabam por praticar para equilibrar essa balança e fazer uma ligação forte ao bebé, logo desde a nascença. Usam vários tipos de porta-bebés e não perdem uma oportunidade para dizer “isto existe e é o melhor para os bebés”
Simples e prático
Seja para dar uma pausa à mãe, para evitar a confusão dos carrinhos nas ruas e espaços mais apertados ou seja para ter maior liberdade de movimentos, desde que seja confortável, simples de usar e prático os pais vão aderindo. Alguns sentem que tiveram de perder a vergonha, mas outros afirmam que até mesmo o mei tai rosa com padrão de sereia lhes fica a matar. E as mães concordam! Qualquer que seja o porta-bebés, fica-nos sempre a matar.
Por Nuno César Nunes
Imagem@Stefanie Archer