De que vale rezar o terço, se passas a vida a dizer mal dos outros?
É incrível como, às vezes, nos enganamos com as pessoas, somos iludidos pelas aparências e pelos discursos inchados que sopram aos quatro ventos. É incrível como existem indivíduos que conseguem dissimular, fingir, propalar oratórias rebuscadas que em nada condizem com a forma como agem, como vivem. É raro encontrarmos pessoas genuínas – o chamado “what you see is what you get” – quem age de acordo com o que acredita e prega, quem respira as verdades que pulsam dentro de si.
O mundo está cheio de falsos moralistas, que condenam o comportamento dos outros mas não respeitam os filhos, a família. Falsos pregadores, que discursam sobre ética e princípios aos quais fogem pelas sombras de atividades escusas. Falsos beatos, que pregam os ensinamentos cristãos ao seu próprio modo, condenando todos aqueles que não se adequam ao que impõem, quando nem os próprios se comportam segundo suas regras.
A exposição mais explícita da própria vida através das redes sociais, acaba por forçar supostos comportamentos politicamente corretos, fazendo posts exemplares das regras quer da sociedade, quer da parentalidade, merecedores de vários emojis, aplausos e likes, mesmo que não sejam reflexo da sua sua forma de viver nem das suas convicções. Sentem-se tentados a expor ideias e opiniões que sejam mais condizentes com o que a maioria espera, com o que a sociedade julga como aceitável.
Neste contexto, muita gente acaba fatalmente por se dissociar de si própria, mantendo uma vida dupla, uma dicotomia dentro de si, uma vez que vivem uma realidade diferente daquilo que partilham, daquilo que fingem viver de forma transparente.
Por isso é que vermos tanta gente a rezar o terço e a debitar versículos enquanto cuscam, maldizem, invejam e fazem mal aos outros; tantos que condenam a homossexualidade mas que não são fieis no seu próprio casamento.
Uma coisa é certa: o importante é a forma como vivemos as nossas vidas diariamente, a maneira como nos relacionamos com todos, tanto com quem temos proximidade como com aqueles de quem não precisamos, de quem não recebemos nada em troca.
O que cada um diz sobre a sua vida, no fim de contas, é apenas conversa. A verdadeira provação está nos nossos atos. Isso sim, é a maior prova de fé que alguém pode dar.
Artigo de Marcel Camargo, para A mente é maravilhosa. adaptado por Up To Kids®
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